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A Corte portuguesa está repleta de saltimbancos, mas esta Bobone é um caso especial. São aspirantes deste calibre que estão na base filosófica e existencial de outros intérpretes - como aquela da Raríssimas. No entanto, fico contente que a recensão da sua obra Domesticália tenha sido colocada na estante da "crítica de livros", essa mesma prateleira onde os deuses da literatura local se passeiam entre laivos de pretensiosismo intelectual e amizades convenientes. Fica feito o aviso preventivo: não li a obra - estou a julgar à má-fila, baseando-me na laca e no rimel das tiradas infelizes. Li Norbert Elias, esse sim. Mas não fiquei totalmente esclarecido sobre a condição humana no seu Processo Civilizacional. Irei mais longe, descaradamente - sinto revolta interior quando confrontado com a afirmação de estatuto social seja de quem for. Como todos nós, a Bobone é humilde. Mas ela não o sabe. Não passa de um pigmento no firmamento do dispensável. Não desviou dinheiro de associações de doenças raras, mas teria sido melhor que o tivesse feito. Deste modo, apenas a podemos acusar de falta de nível, de classe. Em todas as Cortes sempre houve bôbos, uns melhores outros piores. Eu diria que ela é excepcional. Agora, se fizer favor, pode levantar a mesa. Vá passear junto ao rio para espairecer, arejar a cabeça. Não volte muito tarde.
crédito fotográfico: Milenar