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Most things may never happen: this one will

por Samuel de Paiva Pires, em 28.04.20

Philippe de Champaigne - Still Life With A Skull (

(Philippe de Champaigne,  Vanité)

Os sinais vinham sendo emitidos há vários dias, pelo que dificilmente poderíamos ter sido surpreendidos pela decisão de terminar o estado de emergência e levantar o confinamento, ainda que passemos à situação de calamidade pública prevista na Lei de Bases da Protecção Civil. Ao contrário do que inicialmente pensei e advoguei, o Governo não teve engenho nem arte para reorientar a actividade económica, sendo apenas de esperar que, pelo menos, tenha conseguido assegurar o reforço da capacidade instalada do SNS para dar resposta à pandemia e aos restantes cuidados de saúde.

Por outro lado, as decisões titubeantes da União Europeia continuam a não ser especialmente tranquilizadoras, deixando a resposta à crise económica em grande medida do lado dos Estados. Setenta anos de paz, o desgaste da autoridade do Estado soberano, o peso exagerado do mercado nas decisões políticas, uma moeda única que é um colete-de-forças e a hegemonia alemã no processo decisório europeu deixaram-nos numa situação de fragilidade para lidar com o que actualmente enfrentamos.

Nesta crise originada pela pandemia, pelas suas particularidades, chegámos então ao momento que provavelmente levará a um aumento do número de casos e de mortes, a tal segunda vaga que eventualmente nos devolverá ao confinamento daqui a não muito tempo. Haverá uma solução óptima para os dilemas que enfrentamos? Provavelmente não. E como não podemos recriar em laboratório a totalidade da realidade social, resta-nos proceder por tentativa e erro, o que terá custos humanos e económicos - não sendo despiciendo recordar que todos os custos económicos são custos humanos e todos os custos humanos têm custos económicos. Muito provavelmente, acabará por sair mais caro, quer em vidas, quer financeiramente.

Diria um resignado que as coisas são o que são e que, numa altura em que o anormal começa a parecer um novo normal, é preciso tentar restaurar a normalidade do sistema (aquilo que em teoria dos sistemas se chama homeoestase). Talvez assim seja. Mas não deixa de me recordar a imagem de soldados a sair das trincheiras da I Guerra Mundial e a avançar para uma morte quase certa e o poema Aubade de Philip Larkin:

I work all day, and get half-drunk at night.   
Waking at four to soundless dark, I stare.   
In time the curtain-edges will grow light.   
Till then I see what’s really always there:   
Unresting death, a whole day nearer now,   
Making all thought impossible but how   
And where and when I shall myself die.   
Arid interrogation: yet the dread
Of dying, and being dead,
Flashes afresh to hold and horrify.

The mind blanks at the glare. Not in remorse   
—The good not done, the love not given, time   
Torn off unused—nor wretchedly because   
An only life can take so long to climb
Clear of its wrong beginnings, and may never;   
But at the total emptiness for ever,
The sure extinction that we travel to
And shall be lost in always. Not to be here,   
Not to be anywhere,
And soon; nothing more terrible, nothing more true.

This is a special way of being afraid
No trick dispels. Religion used to try,
That vast moth-eaten musical brocade
Created to pretend we never die,
And specious stuff that says No rational being
Can fear a thing it will not feel, not seeing
That this is what we fear—no sight, no sound,   
No touch or taste or smell, nothing to think with,   
Nothing to love or link with,
The anaesthetic from which none come round.

And so it stays just on the edge of vision,   
A small unfocused blur, a standing chill   
That slows each impulse down to indecision.   
Most things may never happen: this one will,   
And realisation of it rages out
In furnace-fear when we are caught without   
People or drink. Courage is no good:
It means not scaring others. Being brave   
Lets no one off the grave.
Death is no different whined at than withstood.

Slowly light strengthens, and the room takes shape.   
It stands plain as a wardrobe, what we know,   
Have always known, know that we can’t escape,   
Yet can’t accept. One side will have to go.
Meanwhile telephones crouch, getting ready to ring   
In locked-up offices, and all the uncaring
Intricate rented world begins to rouse.
The sky is white as clay, with no sun.
Work has to be done.
Postmen like doctors go from house to house.

publicado às 20:54

Portugal - o inevitável regresso ao passado

por Pedro Quartin Graça, em 03.11.12

publicado às 09:22

O homem que disse toda a verdade

por Pedro Quartin Graça, em 19.10.11

Nos EUA ou na Europa, a realidade é a mesma.

publicado às 10:41

A crise é só para alguns

por Pedro Quartin Graça, em 18.10.11

Pensões de Ex-presidentes da República e de outros ex-titulares de cargos políticos ficam de fora, seguramente a bem da "ética republicana", das reduções ordenadas pelo Governo de Portugal e,  segundo o Orçamento do Estado para 2012, estas serão apenas tributadas em sede de IRS. É este o resultado das medidas que, ao contrário do que nos quiseram fazer crer, isentam alguns, e precisamente aqueles que menos precisam, do esforço adicional de austeridade que será exigido aos funcionários públicos e pensionistas que ganhem mais de mil euros.

Desde há anos que venho publicamente a defender (e fi-lo em plena Assembleia da República) que não tem qualquer cabimento que, por exemplo, antigos Presidentes da República mantenham injustificados previlégios após o termo das suas funções. Defendo, inclusive, que devem ser melhor remunerados durante estas mas que, depois, não deve haver lugar por parte do Estado a mais nenhuma outra benesse derivada do exercício daquela magistratura, isto é, gabinete, assessor etc, pagos pelo erário público. 

E o que diz a isto o Governo? Nada, ou melhor, segue precisamente a má prática dos seus antecessores socialistas: não mexe nela.

Afinal, a crise é mesmo só para alguns.

publicado às 06:02

O TEMPORA! O MORES! *

por Pedro Quartin Graça, em 16.10.11

Durante anos chamaram-lhe louco. Lunático era o mínimo com que Gonçalo Ribeiro Telles e todos os que, com ele, defendiam publicamente um conjunto de ideias "estranhas", eram mimoseados. Eram os tempos do capitalismo popular, esse tempo de falsas "vacas gordas" e época de erros crassos que tanto deve ao actual Presidente da República. Agora a crise, há décadas por ele antecipada, dá-lhe total razão. Quanto não se teria poupado ao País e aos Portugueses se o tivessem ouvido, se a "intelligzenca" nacional tivesse feito 1/10 daquilo que tem vindo a defender? Se se não tivesse destruído os melhores terrenos agrícolas, desmantelado os melhores barcos, se se tivesse apetrechado o país de bons comboios e de um ambiente saudável num país com um bom ordenamento do território e sem abandono do seu interior? Se, no fundo, se tivesse poupado a Pátria a uma série de dislates em nome de um falso progresso?

Agora todos choram. Há erros que se pagam muito caro. O tempo nunca volta para trás.

 

*Frase atribuída a Cícero

publicado às 08:31

Free parking

por Nuno Castelo-Branco, em 15.06.11

Uma notícia que poderá ser um alívio psicológico: Teixeira dos Santos diz não ter intenções de aconselhar o seu sucessor nas Finanças. Entretanto e tal como ontem dizíamos, o destino do Euro já é um tema para discussão e como se tornou costume,  entrámos na fase da tentativa de apeasement dos "mercados".  Dentro de algumas semanas, tudo poderá ser diferente, passando-se ao capítulo do "depende".

 

Noutro clima, a mesma miséria da plutocracia. Gente parva, quase imbecil.

publicado às 09:26

Sair de onde jamais deveríamos ter entrado

por Nuno Castelo-Branco, em 14.06.11

Durante anos, açulou-se a ilusão do crédito ilimitado e barato que propiciou hollywoodescos parques automóveis, viagens a pagar em cinco anos, aparelhagens sonoras e home-cinema, dentes cintilantes a prestações, liftings e botox semestrais, casario fora de portas e outras alegrias de demonstração não se sabe bem de quê.

 

Decerto preocupado com a catastrófica situação financeira dos EUA, o Sr. Roubini está ansioso pelo fim do Euro e mal consegue disfarçar este desejo que vai alastrando além-Atlântico. Embora concordemos que esta moeda para os portugueses pouco mais tenha servido senão para auto-estradas de e para nenhures e o evitar maçadas na  hora dos câmbios para viagens e pretensos luxos sem préstimo, torna-se cada vez mais nítida, a conjugação de esforços para a tentativa de uma destas possibilidades:

 

1- Politicamente, o rápido tornear do chumbo que as populações impuseram ao projecto federalista que decerto seria muito apetecível para os grandes centros financeiros.  Nada nos garante que esta "opinião" do Sr. Roubini, não esteja em plena sintonia com os centros de decisão comunitários, isto é, com Berlim. Neste momento de desespero e ameaça de abandono da periferia por parte do centro europeu, medidas "extraordinárias" ditadas pela disfarçada chantagem, poderão reconduzir ao processo integrador, desta vez anunciado como "inevitável". 

 

2- Em alternativa ao fracasso federalista acima mencionado, o regresso a um certo bilateralismo mitigado que provisoriamente beneficie os nossos aliados norte-americanos - aqui também existe a eternamente descurada vertente militar - e de forma indirecta, os seus ansiosos credores e associados chineses. Existem dólares a mais e sem uma sólida correspondência real ao seu valor. 

 

Na minha estulta ignorância acerca de contas, nunca entendi a pressa da adesão ao Euro. Sabia-se bem qual era a verdadeira situação da economia portuguesa e o perigo que uma moeda forte representaria para o endividamento e completo liquidar do pouco que restava da produção nacional. Apesar do aceno com o regresso ao Escudo (?), no Reino Unido há quem pense de outra forma e já sugira outra solução que não poderá deixar de ser intermédia ou melhor ainda, um declarado desafio lançado aos alemães. Para nem sequer falarmos da talvez politicamente desejável re-adopção da moeda abandonada em 1910, o Real - que aliás ainda vigora em "contos" na mente de muitos -, desta vez sob tonalidade verde-amarela. Uma quimera? Talvez. 

publicado às 16:24

Compras portuguesas em código de barras

por Nuno Castelo-Branco, em 08.02.11

Não se trata apenas de bacoco patriotismo, mas sim, de sobrevivência. Uma ida ao supermercado, leva-nos direitos aos "produtos em promoção especial" e sem hesitar vamos colocando no cesto, tudo aquilo que de fora vem. O argumento é sempre o mesmo e reporta-se ao ..."é mais barato". Pois é. Mas até quando?

 

Como poderá a nossa incipiente indústria sobreviver, se continuarmos a dar preferência ao que além-fronteira chega? Conservas, massas, arroz, batatas, cebolas, alhos - invariavelmente chochos ou secos -, cogumelos, salsichas e enchidos, fiambre, café - muito mauzinho, por sinal -, chá, leite, vinho para cozinha, bolachas e até, pasme-se, verduras! Uma invasão sem fim ou controlo.

 

A falácia da "unificação de mercados", impõe a aceitação apenas num sentido, erguendo os outros alegadamente mais poderosos, barreiras que se não estão firmadas em papel de Lei, existem pela prática de todos os abusos. Regras atrás de regras, vida infernal feita à nossa camionagem, descarada rejeição ou desdém das distribuidoras, etc.

 

Uma vista de olhos no código de barras, pode ajudar e muito, no mitigar desta situação escandalosa a que a incompetência do regime nos obriga. Comprem o produto que no código de barras apresenta os seguintes três primeiro números: o 560 quer dizer Made in Portugal.

 

Em boa verdade, esta opção torna-se num sacrifício, mas este será mitigado por compras mais criteriosas e propiciadoras de uma melhor gestão do nosso dinheiro. Não se trata de qualquer boicote, mas de razão. De outra forma não vamos a sítio algum e bem podemos garantir a nossa completa ruína.

publicado às 19:34

FMI: e se dissessem a verdade?

por Nuno Castelo-Branco, em 14.01.11

Ruínas num tempo perdido

 

Sendo a actual campanha eleitoral, um mero expediente de calendário para a nanidade que a instituição presidencial representa - como ontem surpreendentemente muito bem avisou o candidato Coelho, a presidência da República, nem sequer é um Poder Moderador -, o país devia preocupar-se mais com a questão das finanças públicas e sobretudo, com uma economia estagnada e sem grandes perspectivas de futuro. O FMI tem sido apresentado como um perigo iminente, como se Portugal corresse o risco de ser colocado sob ocupação de tropa estrangeira. Estando reduzido a um protectorado da ainda indefinível liderança europeia comandada por Berlim, os leilões da dívida soberana têm atraído compradores, que se para a maioria são desconhecidos, para alguns significam apenas uma intervenção indirecta do BCE, significando isto, a salvaguarda do Deutsche Mark, o conhecido Euro.

 

Como se justifica então, a disparatada alegria pela venda de títulos, quando os juros são estratosféricos e já apontados como ruinosos? A resposta deverá procurar-se nos meandros da política europeia e dentro de portas, no regime português. A chegada do FMI poderia significar um mais rigoroso controlo sobre as contas públicas, onde a despesa e o desperdício de recursos é por demais evidente. Juros mais baixos, adiamento sine die de determinadas obras de fachada, racionalização do sector empresarial do Estado, ou a questão das parcerias público-privadas, consistem em temas pouco interessantes para quem vê o Estado como um campo de acção para os conhecidos caçadores-recolectores. Os agentes políticos alegam abertamente a "humilhação" do país, no caso da intervenção do FMI ser necessária. Não existiu qualquer tipo de "humilhação" quando tal aconteceu há perto de três décadas e pelo contrário, os benefícios foram evidentes. Poucos portugueses quererão a entrada de estrangeiros na condução dos negócios do país, mas este, é um dado há muito adquirido, principalmente após Maastricht. O problema consiste na humilhação dos donos do regime, expostos na praça pública como os uivantes incompetentes e gananciosos que todos sabemos serem.

 

Se for essa a verdade, onde está o problema?

publicado às 12:04

Os marsupiais de Cavaco e o esquema "Continente"

por Nuno Castelo-Branco, em 28.11.10

Um comentário de Carlos Velasco, aqui:

 

"Caro Nuno,

Aí está o protótipo do empresário cavaquista, como você diz. Essa gente é muito boa a gerir um negócio nas seguintes condições:

1 - O governo, em troca da criação de "postos de trabalho", paga a infra-estrutura, doa o terreno, dá incentivos fiscais e acelera a burocracia.
2 - Os bancos, graças às dimensões do negócio, cobram spreads ridículos na comparação com o que cobram aos pequenos, para não falar de que os bancos costumam ser accionistas destas empresas. 
3 - Os fornecedores, por causa da posição desses grupos, são espremidos. No caso do continente chegam a ser obrigados a dar de graça a primeira remessa de mercadoria, a título de "teste". E depois fazem preços menores que os cobrados aos pequenos.
4 - As câmaras começam a cobrar estacionamento nos centros urbanos, o que afasta a clientela dos pequenos negócios nas cidades. Em troca, muitas vezes, constroem infra-estrutura de transporte que passa nos continentes, ou avisam o grupo sonae onde elas vão passar para este comprar o terreno barato, de preferência antes da alteração do PDM. 
5 - A cobrança de IMI não poupa quem possui um negócio num centro, mas é branda para com os continentes da vida, estrategicamente colocados em terrenos baratos e muitas vezes isentados de impostos por criarem "postos de trabalho".
6 - A GALP, ao invés de dar um desconto directo, dá um talão que só pode ser descontado no continente.
7 - Aproveitando a falta de tempo do trabalhador moderno, e o facto de que as mulheres trabalham tanto quanto os homens, se dá um desconto em alguns artigos que as pessoas fixam mais os preços e se cobra muito mais no outros, que são colocados no caminho para os bens mais consumidos. Já fiz o teste e vi que os preços do continente são muito mais caros. Algumas vezes chegam a ser cinco vezes mais caros!
8 - As grandes empresas têm condições para serem SAs, ou até terem a sede lá fora, o que facilita em muito a vida com as finanças. Já as Lda. estão f... E nem vamos falar de como os grandes são bem tratados. O pequeno tem logo o seu negócio fechado.
9 - Numa economia super-regulamentada, só os gigantes podem possuir departamentos especializados em lidar com isso. Já o pequeno não pode lidar com o negócio e a burocracia ao mesmo tempo. Depois, há o poder de lóbi. Quem vai multar o continente (milhares de postos de trabalho ameaçados...)? Mas ao zé da esquina, ninguém liga.
10 - O grupo sonae pode fazer doações e dar empregos a muito gente dos partidos. O pequeno comerciante, se o fizer, fica com o negócio quebrado.
11 - Ainda podemos lembrar daquelas privatizações feitas por encomenda, sempre nos momentos oportunos. Há uns corticeiros por aí que compraram umas acções muito baratas e depois entraram para a lista dos mais ricos do mundo, quando o mercado se apercebeu do valor do que compraram. Hoje as bombas com o nome da empresa dão os tais talões que podem ser descontados no continente, e vice-versa. 

O pior é que muitos idiotas liberais acreditam que defendem o mercado livre, quando na verdade defendem o socialismo das corporações. Enfim, para eles basta meter o rótulo "privado" numa empresa para acreditarem que ela favorece uma política de direita."

publicado às 02:09

Incompetentes, ignorantes, arrogantes e ... desesperados

por Nuno Castelo-Branco, em 14.11.10

Estes senhores que têm dirigido Portugal ao longo de décadas, acabam de receber um diploma de incompetência. Cansaram-se em justificar a sua ignorância e falta de tino, alegando ser este país um território periférico, longe dos centros de decisão, produção e consumo. Jamais olharam para um mapa com o básico fito de o interpretar naquilo que para eles devia ser mais importante. As rotas comerciais que conduzem as trocas de mercadorias essenciais à manutenção do poder económico, político e cultural do Ocidente, passam-nos mesmo diante dos olhos, disso se tendo apercebido os nossos maiores e delas outrora  tomando posse, mesmo que por um período efémero.

 

Surge agora, como aqui avisámos sem surpresa, a hipótese de Sines. De forma quase indecorosa, berram-se loas aos privilégios desta posição avançada no Atlântico Norte e do seu potencial para catalizar investimentos e saberes que muito poderão fazer por um Portugal à beira da completa exiguidade. Vêm agora os estoriadores do oficionalismo marginal, tecer considerações acerca do "projecto modelar" de outros tempos - que academicamente sempre rejeitaram como negra noite de todos os atrasos -, ao mesmo tempo que maravilhados por esta faísca de imprevista sagacidade, descobrem que Portugal se encontra na confluência das rotas do Suez e do Panamá. Espantosa novidade, arrasador argumento, inacreditável descoberta...

 

Mas afinal, quem é esta gente que decide o futuro de milhões de portugueses?

 

De facto e sem qualquer tipo de ilusões, há que reconhecer a evidência de uma muito tardia tomada de consciência, pois outros já se anteciparam, procurando servir como magnetos do comércio com um Oriente que começou a pesar há já duas décadas. A estupidez e militante imbecilidade de administrações como a de Cavaco Silva, Guterres e subsequentes consumidores de subsídios para esbanjar, mais agravaram o atraso, preocupadas como estavam em mostrar uma pequeno-burguesa mas luzida montra de espelhos, focos de luz de halogéneo frio e uns tantos vidros temperados. Dentro da loja de centro comercial de um subúrbio europeu, prateleiras cheias de nada, talvez esperando por produtos que de fora chegassem, talvez importados com o dinheiro a rodos, concedido por empréstimos que hoje pesam mais que cangas de suplício chinês.

 

Tanto tempo perdido, tantas oportunidades de desenvolvimento, tanto desleixo e inépcia! Agora andam frenéticos a remexer gavetas fechadas hà décadas, procurando projectos que foram promissores. Desta vez, continuam no caminho da precipitação, pois os programas de desenvolvimento devem ser aturadamente avaliados de forma realista, pesando as vantagens dos impactos ambientais, sociais e económicos. Este caso, envolve também uma forte componente política, dadas as implicações com o centro decisor europeu e a intervenção da grande potência emergente, a China. Mas estão com pressa, temendo pelos seus preciosos privilégios e reputação.

 

É esta, a gente da 3ª e da ambicionada 4ª república de alguns. Uma trupe que para este país já consiste em algo mais que uma dolorosa nódoa negra. Tornou-se de facto, num fatal carcinoma que urge remover.

publicado às 17:39

A "Pesada Herança"

por Nuno Castelo-Branco, em 09.11.10

Qual seria hoje o seu valor, se não tivesse sido vendida uma boa parte? Eis uma questão a colocar ao Sr. Cavaco Silva. Não tardará muito até sermos "aconselhados" a alienar o que resta.

publicado às 22:49

 

Olarilololó, "Viva" a República... Numa época de contenção e sempre de "Falconaria para cá e Falconaria para lá", chega agora a notícia do reforço da verba para a presidência da comemoracionista república. Gatucho escondidinho de rabo de fora, os módicos 17,7 milhões de Euros anuais, sobem às alturas do nirvana e atingem agora os 21 milhões. Algumas sugestões para a justificação deste bodo aos pobres:

 

1. Contratação de professores de etiqueta e protocolo do Estado.

2. Mais duas dúzias de assessores ventríloquos que estejam incumbidos dos discursos e apartes públicos dos residentes de Belém.

3. Renovação urgentíssima da frota automóvel que como se sabe, é velhota de 12 meses.

4. Contratação a tempo inteiro de José António Tenente e de Miguel Vieira.

 

*Aceitam-se mais sugestões que iremos acrescentando a esta lista.

publicado às 23:52

José Sócrates vai repensar o aeroporto !

por Nuno Castelo-Branco, em 08.05.10

O Rei que fala pelo povo

 

Obrigado pelos factos e pelos "males que de longe vêem", o Senhor Primeiro-Ministro decidiu dar razão à esmagadora maioria dos seus compatriotas. Assim, vem garantir que muito provavelmente o há muito adiado e odiado aeroporto de Lisboa não será construído a breve prazo, evitando-se também a desastrosa terceira ponte que liquidaria uma boa parte da capital. Para mais, lá se vai a esperada negociata dos terrenos da Portela. Variando um pouco, eis uma sexta-feira de boas notícias. Os betoneiros, a Câmara Municipal, os comparsas gabineteiros de estudos, os acessórios assessores, os "comissionistas" e os agiotas da banca terão um péssimo fim de semana. Óptimo. Assim, terão uma excelente desculpa para uma dose reforçada da habitual Ketamina.

 

É sorte a mais: fracasso estrondoso do "Centenário", derrota previsível da "religião louca-laica" no boicote ao Papa e agora esta excelente notícia?

 

Já que estamos num anormal período de sensatez, o eng. José Sócrates poderia seguir o conselho de D. Duarte e aproveitar para fazer a estação de partida do TGV, no Pinhal Novo. Desta forma, a "inexplicavelmente idolatrada" obra raméssica, custaria metade do preço que alguns previam. Evidentemente, ficariam de fora as "comissões acordadas", as "derrapagens" e as "engenharias financeiras" em que o Esquema é perito. Para aborrecer ainda mais os calculistas planificadores da osmose de fundos em benefício próprio, o Rei de Portugal ainda propõe que as composições que rolarão a alta velocidade, sejam obrigatoriamente construídas no nosso país e por engenheiros e operários nacionais.

 

Um dia destes ainda veremos nos comícios do PC, a foice e o martelo substituídos pelas armas da Casa de Bragança.

publicado às 01:20

Doce negação ou a ignorância que nos tolhe

por Samuel de Paiva Pires, em 19.04.10

 

Fuga para a frente, negação e muita paródia enquanto caminhamos para o abismo de uma decadência anunciada. Eu faço o mesmo, ultimamente, dado o pouquíssimo tempo livre. Raramente vejo notícias ou blogs, limito-me a trabalhar e a ir às aulas do mestrado, que sendo ao fim do dia de trabalho me deixam com pouca paciência para escrever aqui ao chegar a casa, quando ainda tenho que cozinhar,  arrumar e preparar tudo para o dia seguinte, entre as leituras, trabalhos e afins. Qualquer um sabe que se nos abstrairmos do que se passa à nossa volta em termos de notícias, a vida é muito mais tranquila, até porque assim não passamos pelo quase doloroso processo de selecção e destrinça do que é verdadeiro do que não é, considerando-se os vários alinhamentos ideológicos e programáticos dos órgãos de comunicação social e sabendo-se que estes, mais do que informar, enformam e conformam a percepção dos indivíduos em sociedades democráticas avançadas onde a informação prolifera avidamente - não estou a tecer um juízo de valor, apenas e só a constatar um facto, já que é apenas normal que assim seja nos regimes demo-liberais.

 

Ademais, eu posso fazê-lo porque me concentro naquilo que são os meus principais afazeres, quer em termos de produtividade para o país, com o modesto contributo que dou enquanto trabalhador, quer em termos de produção intelectual e aprendizagem ao nível académico. Não advém daí qualquer mal ao país ou à nação. Fico exasperado é quando a maioria dos governantes, responsáveis partidários e detentores de cargos públicos de relevo se deixam embalar na doce cantilena do "no pasa nada", deixando o fechar da porta para quem vier a seguir, característica assaz definidora do carácter português, demonstrativa da falta de sentido de Estado de quem nos vem (des)governando.

 

Contudo, há notícias alegadamente catastróficas que são "não-notícias" e que já há muito vêm sendo adivinhadas por alguns, mais atentos e realmente preocupados com a situação do mundo mas, especialmente, com a situação do país. Não é preciso um Joseph Stiglitz ou um Simon Johnson para nos alertar para aquilo que a maior parte dos intelectualmente honestos e verdadeiramente preocupados com a res publica sabem desde há muito. Medina Carreira que o diga, por exemplo - por momentos esqueço-me que é português, e português que é português e, se político, ou aspirante a tal nas escolas de caciques e mediocridade que proliferam por aí, obtuso e irresponsável, apelida os seus compatriotas como Medina Carreira ou outros que ainda vão tendo algum sentido de Estado como profetas da desgraça, loucos e doidos varridos, deixando vir ao de cima o seu provincianismo ao expressar profunda admiração por uma qualquer sumidade estrangeira que diga precisamente o mesmo.

 

Importa relembrar que, já desde D. Afonso Henriques, a nossa política externa sempre teve como uma das principais características a gestão de dependências externas, deixando para amanhã o salvaguardar das gerações futuras ou o sustentável e equilibrado desenvolvimento do país. Obter dinheiro do exterior para financiar grandes obras e hábitos de vida acima das nossas possibilidades sempre foi apanágio dos portugueses. O conceito de crise depende em muito do contexto e da operacionalização que se lhe dá, mas se há algo que perpassa os quase 9 séculos da História de Portugal é precisamente este conceito. Seja em que vertente for, polítical, económica ou social, já que as três estão interligadas. Nem precisamos de ir muito longe, basta olhar para os dois últimos ciclos de expansão portuguesa (sem lembrar o da expansão para o Norte de África ou o da Índia). Com o Brasil, ouro e tráfico de escravos sustentaram uma economia deficitária em termos de produtividade - ontem, como hoje, e como sempre, aliás -, e com a perda deste, em conjunto com as Invasões Napoleónicas, as Revoluções Liberais e as guerras e crises políticas que se lhe seguiram, ficámos completamente devastados. Tivemos que nos expandir novamente, por necessidade económica essencialmente - ontem, como hoje, e como sempre, novamente - desta vez para África, Império que foi defendido e mantido pelos diversos regimes da monarquia, I República e II República, não sem experimentarmos o amargo sabor de um precursor keynesianismo que teve em Fontes Pereira de Melo o seu principal obreiro, e que nos custou avultados empréstimos cuja liquidação só muito recentemente se deu por terminada. Com a III República, dá-se uma drástica transformação na inserção internacional do país, dando-se particular relevo ao vector europeísta, em detrimento do sempiterno vector atlantista - diga-se de passagem que hoje os dois se complementam activamente na prossecução da política externa - e do isolacionismo que resistiu aos "ventos da mudança", na expressão do primeiro-ministro britânico Harold Macmillan.

 

Na III República, a União Europeia tornou-se o principal quadro de referência não só da política externa como interna, sendo extremamente complicado dividir as duas esferas, a não ser com propósitos meramente académicos. Entre os milhões gastos em infra-estruturas realmente necessárias e outras menos necessárias, aqueles desbaratados em supostos cursos de formação profissional, subsídios à não produção agrícola e outros fins duvidosos, muitos são aqueles milhões que todos os dias entram em Portugal como forma de sustentar os nossos em grande parte irresponsáveis estilos de vida, baseados no crédito, na dívida (quer de indivíduos quer de entidades colectivas públicas e privadas), e no "logo se vê como nos desenrascamos". Portugal pode servir de exemplo em qualquer manual para um país que adira à União Europeia, especialmente consubstanciando a sua experiência no capítulo sobre "O que não devem fazer".

 

E lá vamos, no entanto, caminhando aparentemente despreocupados com o futuro do país. Nisto, não somos diferentes dos gregos, até porque, como referiu Alex Weber, Presidente do Bundesbank (via O Insurgente), estes não se encontram nada preocupados: Weber, citing television footage of Greek demonstrators, expressed concern that sections of the Greek population either don’t care or fail to appreciate the seriousness of the situation their debt-laden country faces.

 

E alguns dos portugueses que fazem parte de um grupo no Facebook intitulado EU NÃO QUERO EMPRESTAR DINHEIRO À GRÉCIA, ELES QUE VENDAM A TAÇA DO EURO'04, também parecem estar na mesma situação. Bem sei que a iniciativa tem um pendor humorístico, mas, note o caro leitor o calibre de alguns dos comentários que por lá se encontram:

 

...e quem nos ajuda a nós??? eles que trabalhem...


Emprestar dinheiro à Grécia é mais uma traição desse Srº Socrates,que vendam a Taça.


Realmente que usem o dinheiro de vend da taça eque quiserem. Mas não o nosso. E já agora. Quem empresta a Portugal? Bem estamos a precisar com tantos Trocas-te!


E a nós quem nos vai ajudar????


daqui a pouco quem vai precisar de dinheiro vamos ser nós, não deve faltar muito!!! frase do momento:" manso é a tua tia pah"

 

Sei que é difícil explicar a qualquer português esta opção. Mas, só por desconhecimento ou ignorância não sabem que não só o dinheiro está directamente relacionado com a quota que detemos no Banco Central Europeu, como se esquecem que este é um precedente que nos dá uma vantagem em termos negociais em futuros contextos diplomáticos em que necessitemos do auxílio da UE, o que espero sinceramente que não aconteça, embora tenha sérias dúvidas - sem esquecer um dos princípios que preside ao projecto europeu, a solidariedade entre os Estados-membros. Além do mais, parecem fazer-se de esquecidos quanto à crise que nos assola, desconhecendo que estamos há muito a ser financiados pela solidez das economias de outros países da zona euro (é que, com uma moeda forte como o Euro, as nossas importações são mais baratas, mas as exportações mais caras, o que provoca um deficit ao nível da balança comercial, que ao longo dos anos tem sido financiado pelos outros Estados-membros), visto que se ainda possuíssemos instrumentos monetários próprios como a possibilidade de emissão ou desvalorização de moeda, há muito que teríamos recorrido a estes, fazendo corresponder a política cambial nacional às nossas verdadeiras possibilidades económicas, com óbvios impactos no nosso estilo de vida - e, aliás, não estamos totalmente salvos de que tal possa acontecer, se formos forçados a sair da zona euro, recuperando estes instrumentos e sofrendo um drástico choque que provocará uma grave crise social.

 

A economia não é a minha especialidade, longe disso, mas não custa nada tentar ser um pouco mais conhecedor, e preocuparmo-nos em tentar entender realmente o que se passa, ao invés de nos divertirmos com demagogias e paródias como se não se passasse nada, até porque "amanhã logo se vê" e de "certeza que alguém nos ajudará", e enquanto continuarem a entrar os milhões advindos dos fundos europeus e das economias europeias mais sólidas lá vamos operando malabarismos contabilísticos e fazendo de conta que está tudo bem, até porque, no fundo, o que interessa realmente é saber "quem é que nos vai dar mais dinheiro".


Entretanto, que tal começarem a preocupar-se realmente com o futuro do país? Aumentar a produtividade, flexibilizar a legislação laboral para atrair Investimento Directo Externo, aceitar que as falências fazem parte de qualquer economia de mercado e retirar peso à intervenção do Estado na economia são apenas algumas ideias (esta última, volto a referir, não deixa de ser irónico que esteja a ser fomentada por um governo socialista, em estado de necessidade). Acabar com as redes clientelares da corrupção era outra, mas esta será alcançada apenas retirando peso ao Estado, simplificando a legislação e desregulamentando. No fundo, se não mudarmos por nós próprios vai ser o mercado e o grau de internacionalização da nossa economia que nos vão obrigar a tornarmo-nos mais responsáveis. Quanto menor o peso do Estado na economia, quanto mais se acentuar o papel dos indivíduos e empresas nesta, forçando-os a ser mais responsáveis na gestão que fazem dos escassos recursos de que dispõem para produzir riqueza, mais hipóteses teremos de fazer face aos maus tempos que se vão avizinhando. Se continuarmos com políticas socialistas e paternalistas, com a ilusão de que o keynesianismo e as obras públicas nos vão salvar, continuaremos apenas a ser maus alunos e a seguir no hayekiano caminho da servidão, ou mesmo da falência.

 

Quando há tempos muitos decretavam o fim do liberalismo, não tiveram a percepção que aquilo que a recente crise financeira internacional veio acentuar foi a falência do socialismo. O liberalismo está bem e recomenda-se. Politicamente, porque as sociedades demo-liberais fundam-se neste. E economicamente, porque o mercado vai funcionando e obrigando as pessoas e os Estados a adaptarem-se a uma realidade internacional e global em mudança acelerada e sujeita a uma crescente complexificação. Adaptação ou falência, eis o nosso dilema.

 

P.S. - Não se espantem se virem no Facebook que aderi ao grupo. Coloquei o link para este post no mural do grupo, esperando, não sei se em vão, que alguns se tornem um pouco menos obtusos e mais conscientes em relação àquilo que os rodeia.

publicado às 22:54

A "União Ibérica"

por P.F., em 07.03.10
Milhares contra lei do aborto em Espanha Espanhóis protestam nas ruas madrilenas. Em causa está a recente aprovação de uma lei que permite às mulheres abortarem até às 14 semanas de gestação. !Vida sim, aborto não!, !Aborto é assassínio!" ou !Zapatero: demissão! foram frases de protesto que se ouviram repetidamente esta tarde na capital espanhola. Cerca de 600 mil manifestantes saíram à rua para mostrar o seu descontentamento em relação à nova lei do aborto, aprovada a 24 de Fevereiro. ... Para além de permitir a interrupção da gravidez até às 14 semanas, a nova lei prolonga até às 22 semanas o prazo limite para aborto em caso de a gravidez pôr em risco a vida ou a saúde da mulher. Foi ainda decidido que menores a partir dos 16 anos poderão decidir sozinhas se querem ou não interromper a gravidez, tendo apenas que informar um dos pais ou o tutor.
 
Há coisas nas quais a "União Ibérica" está estabelecida: na luta contra vida, nas políticas despesistas e irresponsáveis e no estatismo controleiro e manipulador da economia e das mentalidades. As consequências demográficas, morais e sociais fazem-se sentir num ápice.
Não parece, assim, nada à toa, e os 'especialistas' corroboram-no, que em Espanha - que é dizer na Península...- está situado, actualmente, o núcleo principal da crise económica mundial. Aquilo que é da economia afecta tudo o resto e o inverso não é menos verdade. Os efeitos estão à vista de todos e as causas apenas ocultas na cegueira do socialismo e nos seus pressupostos (i)morais e (in)éticos.

publicado às 19:09

"Sufficiency Economy" e Bhumibol Addulyadej

por Nuno Castelo-Branco, em 18.03.09

 Só lendo-a compreendemos a animosidade que move meio "mundo dos negócios" contra a monarquia. O Rei di-lo sem rebuço: os conglemerados, as fusões, as deslocalizações, os transgénicos, as grandes superfícies, o consumismo, o culto do betão e do automóvel, a urbanização incontrolada e a rapidez com que se processa [artificialmente] a rotação tecnológica, induzida pelos fabricantes, estão a destruir o ambiente, a pauperizar os pequenos produtores e a provocar o nascimento de uma nova sociedade injusta, implacável e inimiga das nações. Profético.

publicado às 10:55

Incongruências?

por Samuel de Paiva Pires, em 16.12.08

O primeiro-ministro, José Sócrates, apelou hoje aos bancos para que emprestem mais dinheiro às empresas, de forma a reabilitar a economia em Portugal.

 

Então o governo disponibiliza milhões de euros dos contribuintes aos bancos e depois vai pedir a esses que emprestem mais dinheiro às empresas? E que tal ser o próprio governo a intervir directamente junto das empresas e das famílias?

publicado às 01:59

Ainda a crise

por Paulo Soska Oliveira, em 28.10.08

" Pure capitalism prevailed in 1915-1929, my own childhood days.

Who killed it? Republican President Herbert Hoover and his billionaire secretary of the treasury, Andrew Mellon , were guilty before and after the fact.

 

Who brought it back to life? Franklin Roosevelt's middle-way New Deal did that. But it did take seven years after Roosevelt's March 1933 Inauguration Day to do it.

 

Let me fast-forward to the present worldwide financial bust-up.

Unregulated market systems eventually will do themselves in.

 

Marx, Lenin and Stalin were village idiots as economists. Mao was even worse. Let's try to forget about Castro in Cuba, Chavez in Venezuela, and whoever it was who reduced North Korea to starvation and stagnation.

 

What then is it that, since 2007, has caused Wall Street capitalism's own suicide? At the bottom of this worst financial mess in a century is this: Milton Friedman-Friedrich Hayek libertarian laissez-faire capitalism, permitted to run wild without regulation. This is the root source of today's travails. Both of these men are dead, but their poisoned legacies live on."

 

Muitas mais palavras de Paul Samuelson (sim, esse mesmo), aqui.

publicado às 22:07

Coisinhas realistas por email

por Paulo Soska Oliveira, em 28.10.08

 

 

 

 

E já agora, fica a indicação de que por estas bandas, às 15h30 já está escuro como breu...

publicado às 15:44






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