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Tenho ouvido muitos comentadores a condenar o último golpe de estado no Egipto, alegando a suposta legitimidade de um governo eleito democraticamente (com 51,73% dos votos).
Ora eu, que de democracia percebo pouco e gosto menos, confesso fazer-me uma certa confusão estes democratas que falam de islamofobia de boca cheia, serem incapazes de denunciar a recorrente perseguição que tem sido feita aos cristãos em África e no Médio Oriente. A destruição de igrejas e cemitérios, a perseguição por vias judiciais através de julgamentos-fantoche, a alienação da sua participação na vida pública, a imposição de restrições à liberdade religiosa, o massacre diário de cristãos às mãos de islamistas fanáticos; nada disto aparenta preocupar os democratas: o “cinquentaporcento+1” povo falou e decidiu pelas urnas: o governo é legítimo. Aos cristãos resta a opção do êxodo ou do martírio.
Como seria de esperar os Estados Unidos declararam não apoiar o golpe militar, o que faz todo o sentido de acordo com a sua política de extermínio do cristianismo, tanto dentro como fora de portas. O sangue dos mártires vai jorrando imparável do Paquistão à Síria, do Egipto à Nigéria, só para enumerar os casos mais dramáticos, mas se alguém se atreve a denunciar estes casos, é imediatamente rotulado de islamófobo.
Cada vez mais isolados neste mundo, aos cristãos restará em breve pouco mais do que o consolo de uma vida para além deste pó e destas cinzas.
Cortesia do caríssimo José Manuel Barbosa.
A female CNN journalist heard about a very old Jewish man who had been going to the Western Wall to pray, twice a day, every day, for a long, long time.
She went to check it out. She went to the Western Wall and there he was walking slowly up to the holy site.
She watched him pray and after about 45 minutes, when he turned to leave, using a cane and moving very slowly, she approached him for an interview.
“Pardon me, sir, I’m Rebecca Smith from CNN. What’s your name?"
“Morris Fishbein,” he replied.
“Sir, how long have you been coming to the Western Wall and praying?”
“For about 60 years.”
“60 years! That’s amazing! What do you pray for?”
“I pray for peace between the Christians, Jews and the Muslims. I pray for all the wars and all the hatred to stop. I pray for all our children to grow up safely as responsible adults, and to love their fellow man.”
“And how do you feel after doing this for 60 years?”
“Like I’m talking to a fucking brick wall!"
Estas duas figuras maiores do cristianismo pouco têm em comum, e Pedro, o líder da Igreja, chegou mesmo a ser directamente repreendido pelo convertido Paulo. Um representa a simplicidade e o desapego de um homem que tudo largou para seguir a Cristo quando ouviu o chamamento. O outro é um carácter mais intelectual, o responsável do Cristianismo ter deixado de ser uma seita de judeus secessionistas, galgando o Mediterrâneo e alcançando novo estatuto em Roma e na Grécia, que lhe seria tão importante daí para a frente. Ambos, porém, tiveram a coragem de divulgar a Boa Nova com todos os perigos que isso acarretava. Ambos foram martirizados na Cidade Eterna. E ambos foram os verdadeiros fundadores da Igreja de Roma, apesar de toda a Cristandade os venerar.
É ler o que escreve o João Miranda no DN:
D.José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa, defendeu que os casamentos entre mulheres católicas e muçulmanos podem ser uma fonte de sarilhos. Com estas declarações, D. José Policarpo fez uma crítica implícita ao estatuto da mulher no mundo muçulmano, estatuto esse que não seria facilmente aceite por uma mulher de cultura católica. Estas palavras geraram uma onda de críticas. D. José Policarpo foi acusado de fazer generalizações abusivas e de promover a discriminação dos muçulmanos.
A Amnistia Internacional pediu que D. José Policarpo fizesse uma retractação. A Amnistia considera que as declarações de D. José Policarpo fomentam a intolerância e atentam contra o espírito de fraternidade e paz. Existe uma infeliz ironia nesta posição da Amnistia Internacional. A Amnistia Internacional adquiriu a sua reputação por lutar pelos direitos humanos mais básicos. A Amnistia Internacional devia, por isso, ter como prioridade a luta contra a discriminação das mulheres muçulmanas. Mas, em vez disso, opta por tentar suprimir as críticas a essa discriminação. A Amnistia Internacional devia defender todos aqueles que, nos países muçulmanos, são perseguidos por criticarem a religião muçulmana. Mas, em vez disso, prefere criticar quem faz uma crítica certeira à religião muçulmana.
D. José Policarpo identificou correctamente uma das fontes de discriminação das mulheres no mundo muçulmano. Fez uma generalização? Claro que sim. Mas todas as pessoas inteligentes conhecem as vantagens e os limites das generalizações. As generalizações permitem chegar à essência do problema. Neste caso, a essência do problema é que os factores culturais e religiosos são a principal causa de discriminação das mulheres no mundo muçulmano. No entanto, as generalizações não se aplicam a todos os casos particulares, mas como nenhum de nós é estúpido, todos sabemos que não se aplicam. D. José Policarpo não terá sido intolerante? Dificilmente. A crítica cultural e religiosa é parte integrante de uma sociedade livre e tolerante. Tolerar implica também tolerar a crítica.