Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
...da abominável criatura, eis uma notícia tão insólita como as louvaminhosas homenagens por cá prestadas ao defunto.
«O ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) tornou secretos os documentos que tratam de financiamentos do Brasil aos governos de Cuba e de Angola. Com a decisão, o conteúdo dos papéis só poderá ser conhecido a partir de 2027. (...)
O BNDES desembolsou, somente no ano passado, US$ 875 milhões em operações de financiamento à exportação de bens e serviços de empresas brasileiras para Cuba e Angola. O país africano desbancou a Argentina e passou a ser o maior destino de recursos do gênero.
Indagado pela Folha, o ministério disse ter baixado o sigilo sobre os papéis porque eles envolvem informações "estratégicas", documentos "apenas custodiados pelo ministério" e dados "cobertos por sigilo comercial". (...)
Só no ano passado, o BNDES financiou operações para 15 países, no valor total de US$ 2,17 bilhões, mas apenas os casos de Cuba e Angola receberam os carimbos de "secreto" no ministério.
Segundo o órgão, isso ocorreu por que havia "memorandos de entendimento" entre Brasil, Cuba e Angola que não existiam nas outras operações do gênero.»
Artigo completo no Folha de São Paulo de 09.04.2013.
Da Agência Cubana de Notícias:
«Renueva Portugal acuerdo de colaboración médica con Cuba
La Habana, 30 abr (AIN) El ministro de Salud de Portugal, Paulo Macedo, exaltó en Lisboa la colaboración médica que brinda Cuba a su país, razones por las cuales acordaron renovar ese acuerdo bilateral, como parte de un convenio suscrito con la isla caribeña en 2009.
Durante un encuentro en la capital lusa con Eduardo González, embajador de La Habana, Macedo transmitió el agradecimiento de su gobierno por la labor que desarrolla una brigada de 44 galenos cubanos, de quienes destacó su dedicación y calidad profesional.
Indicó que la preparación de los especialistas de la nación caribeña ha sido encomiada por profesionales portugueses de la medicina, por el alto nivel de conocimientos que atesoran, cuestión que también -dijo- ha sido reconocido por la población, indicaron a Prensa Latina fuentes diplomáticas de la Isla.
Los clínicos cubanos prestan sus servicios en las sureñas regiones del Algarve y Alentejo, zonas rurales con una alta tasa de población y deficitarias de esa atención primaria.
Macedo informó al diplomático González que su departamento realiza un profundo estudio sobre el Sistema Nacional de Salud, con el objetivo de poder conocer con exactitud el número de doctores que requieren para cubrir todas las necesidades de atención a los ciudadanos.
La experiencia alcanzada por Cuba en el campo de la salud, con índices de primer nivel en el mundo, y la producción de medicamentos, vacunas y otros productos, algunos de los cuales el país está en condiciones de exportar, fueron otros de los temas abordados en la reunión por el representante antillano.
Tanto Macedo como el secretario de Estado Fernando Leal se interesaron en los avances científicos de la nación caribeña, y solicitaron más información para estudiar otras formas de cooperación y comercio».
Ah, os bons alunos de Bruxelas! Vinte cinco anos depois de aderirmos ao paraíso europeu, precisamos da ajuda cubana para prestar cuidados de saúde básicos aos indígenas das nossas províncias ultratejinas. É muito positiva esta cooperação com Cuba por parte do Governo Português: oxalá os políticos de Havana agora ensinem aos de Lisboa a fazer reformas no aparelho de Estado, e lhes expliquem que o Socialismo não funciona. Em troca, mandamos para lá a Assunção Cristas para lhes ensinar a fazer uma Reforma Agrária como deve ser. Daquelas em que o Estado rouba aos proprietários e depois arrenda a quem a União Europeia não deixa trabalhar.
PS. Será, de facto, uma excelente notícia se começarmos a importar medicamentos Made in Cuba, muito mais baratos que os das multinacionais. Venham eles que serão muito bem vindos, mesmo que o PCP e o Bloco de Esquerda acusem Cuba de praticar dumping.
E sim: temos razões para agradecer aos médicos cubanos. Devíamos era ter vergonha de estar a precisar deles.
Nunca tinha ouvido falar em abcessos pélvicos. Concretamente, em que consistirá a coisa? Num momento de muito tardia circuncisão, terão confundido a aparelhagem chavista com uma modesta protuberância que emula um abcesso? Ou estará a pensar tornar-se numa espécie de reencarnação da Pasionaria, indo a Cuba para uma mudança de género?
O golpe de propaganda não deverá passar disso mesmo, tal como nos Indiana Jones em que o herói está quase-quase a deixar este vale de lágrimas e repentinamente, num magnífico ímpeto, arrasa os maléficos opositores. Este furúnculo hugueiro tresanda a "apalpar coração de branco", com nítidos contornos de teste interno. No fim, sempre poderá argumentar com as inebriantes maravilhas da medicina socialista popular-patriótica, capaz de repetir ressurreições bíblicas em termos "materialistas dialécticos". A prova? O regresso de Castro 1.
Em Moscovo, Agostinho Neto e Houari Boumediène não receberam este tipo de anjos benfazejos. Para gáudio de milhões e azar deles.
Quando o próprio Fidel Castro admite que o modelo económico cubano já nem aos próprios serve. E uma ironia do destino que impede norte-americanos de participarem na experiência de mercado-livre que os cubanos estão a desenvolver, devido à política de embargo dos próprios EUA. Jeffrey Goldberg, da The Atlantic:
(imagem tirada daqui)
"I initially was mainly interested in watching Fidel eat - it was a combination of digestive problems that conspired to nearly kill him, and so I thought I would do a bit of gastrointestinal Kremlinology and keep a careful eye on what he took in (for the record, he ingested small amounts of fish and salad, and quite a bit of bread dipped in olive oil, as well as a glass of red wine). But during the generally lighthearted conversation (we had just spent three hours talking about Iran and the Middle East), I asked him if he believed the Cuban model was still something worth exporting.
"The Cuban model doesn't even work for us anymore," he said.
This struck me as the mother of all Emily Litella moments. Did the leader of the Revolution just say, in essence, "Never mind"?
I asked Julia to interpret this stunning statement for me. She said, "He wasn't rejecting the ideas of the Revolution. I took it to be an acknowledgment that under 'the Cuban model' the state has much too big a role in the economic life of the country."
Julia pointed out that one effect of such a sentiment might be to create space for his brother, Raul, who is now president, to enact the necessary reforms in the face of what will surely be push-back from orthodox communists within the Party and the bureaucracy. Raul Castro is already loosening the state's hold on the economy. He recently announced, in fact, that small businesses can now operate and that foreign investors could now buy Cuban real estate. (The joke of this new announcement, of course, is that Americans are not allowed to invest in Cuba, not because of Cuban policy, but because of American policy. In other words, Cuba is beginning to adopt the sort of economic ideas that America has long-demanded it adopt, but Americans are not allowed to participate in this free-market experiment because of our government's hypocritical and stupidly self-defeating embargo policy. We'll regret this, of course, when Cubans partner with Europeans and Brazilians to buy up all the best hotels)."
sobre Guillermo Cabrera Infante.
Escritor cubano que se viria a naturalizar inglês, começou por estar com Fidel Castro, mas com o decorrer do tempo, e consequente decepção com o novo regime, acabaria por dizer, quando El Comandante afirmou que a revolução não devoraria os seus filhos, que talvez não devorasse os filhos, mas certamente desbastaria os seus netos; não demorou a sentir na própria pele que se tinha enganado: foi mais cedo do que pensava.