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Nas paredes de minha casa pendurei algumas. Quase todas compradas a amigos. Esta é da autoria de alguém que não conhecia, mas já consIdero um grande amigo.
Hoje, porém, quero falar de outra, que dá as boas vindas a quem nela entra, pois dá logo de caras com o quadro.
Nele domina a cor da areia, já que fixa um momento na praia, vendo-se ainda, já no movimento de voltar ao mar, uma onda que se desfaz. Mas é outro o motivo central: um cão, pastor alemão talvez, que olha muito espantado a própria sombra, que o sol torna mais nítida no chão. Quando o vi em casa do amigo que o pintou, interroguei-me será que ele está a ver um animal da mesma espécie? Esta interrogação, aliada ao sentido estético que em mim acordou, fez com que o trouxesse, e a interrogação repete-se sempre que o olho.
( Vocação de S. Mateus- Caravaggio; Igreja S. Luís dos Franceses-Roma )
de João Bénard da Costa da da Cinemateca Portuguesa, por motivo de doença.
Como é óbvio não me posso pronunciar sobre o seu trabalho na Casa, mas, sim, já posso dizer da minha justiça sobre o cronista, sobre o escritor.
Muitas foram as vezes que comprei o « Público » atraída pelas suas Crónicas, que devorei embevecida, e relia, sempre com pena de só na semana seguinte o poder encontrar de novo.
Apreciei, acima de todas, as que relatavam as viagens a Itália, as incursões pelas muitas obras de arte que ia vendo, apreciando, e tão bem sabia mostrar-nos. Algumas tinha visto, nomeadamente em Roma, outras via-as nas suas palavras.
Mas também as crónicas sobre cinema.
Homem de uma cultura sólida, era impossível ficar indiferente a esses escritos que, soube agora, reuniu em colectânea. Assegurei já um lugar na estante.