por Nuno Castelo-Branco, em 18.12.08

But it helps. A lot!
O Parlamento português já não surpreende. Ninguém espera absolutamente nada daquela casa. Serve para completar a maquinaria democrática, mas foi rebaixado a um papel secundário. Qualquer câmara de televisão é mais importante do que aquela instituição. Aliás, os que ainda se dedicam a fazer discursos ou aparecer no hemiciclo fazem-no apenas com a televisão no espírito. Já se viram ministros e deputados a falar olhando para as câmaras, nem sequer para os seus pares. O tom geral dos debates, pelo tom e pelos berros, mais parece o de uma lota de peixe. Raros são os deputados que falam normalmente e expõem os seus pontos de vista com argumentos racionais. Mais raros ainda são os que mostram sinais exteriores de pensarem quando falam.
Como dizia há apenas uns dias, urge redesenhar todo o edifício constitucional, reduzindo drasticamente o número de deputados (100) e criando uma Câmara Alta onde tenham lugar técnicos, cientistas e representantes de confederações, sindicatos, academias, etc. Isto não é corporativismo, pois as eleições partidárias decorrerão normalmente. Aplique-se apenas o já velho princípio darwiniano da selecção natural. António Barreto tem razão.