Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Hoje, a convite do Pedro Correia, contribuo para o Delito de Opinião com um post sobre a incapacidade crónica para debater civilizadamente de que sofrem alguns académicos que, por defeito, deveriam ser intelectualmente humildes, honestos e pluralistas e fomentadores da civilidade.
Ao Delito de Opinião, em particular ao José Gomes André, pela simpatia de nos terem colocado em destaque como blogue da semana.
Rui Rocha escreve um delicioso post, que aqui deixo na íntegra:
«Encerramento da discussão da proposta de Orçamento de Estado para 2013. Carlos Abreu Amorim intervém pelo PSD. Arranca destemido. Passa por Marx com apenas uma mão no volante. Saca peão e com os pneus a chiarem cita, e passas a reproduzir por ordem alfabética para não ferir susceptibilidades, Acemoglu & Robinson (estes, note-se, a propósito de obra ainda não publicada entre nós), Arendt, De Soto, Landes (ah pois é), Fuckyouama, ou lá o que é, e Weber. Pensas que é o fim da história. Mas não, ainda há mais. Já sem as mãos no volante e com os quatro piscas ligados, o grande Amorim acelera para concluir afirmando, com todas as letras, que só assim, assim exactamente como ele diz, será possível "frustrar as expectativas escatológicas daqueles que querem que todos percam a esperança". Embasbacado, soltas um àfodasse, pensando de ti para ti que "frustrar as expectativas escatológicas" é a forma mais elegante que, em toda a tua vida, ouviste usada para designar a prisão de ventre. És, todavia, suficientemente humilde para, vergado pela tua insignificância cultural e ontológica, confirmar no dicionário Priberam se não há ali rabo escondido com gato de fora. E é nesse momento que percebes que não é certo, mas é muito provável, que o grande Amorim estivesse a referir-se não à prisão de ventre, mas ao fim do mundo. Agora, já só te sobra a palidez de um sorriso amarelo, apenas perceptível na comissura dos lábios ainda levemente entreabertos. Era, de facto, demasiado bom para ser verdade. Em todo o caso, se contado não acreditas, podes confirmar tudo isto aqui. Isto e o incrível preço do Dacia Duster.»
Um tipo lê estas coisas e fica sem saber se é ironia ou se é mesmo a sério.
Hoje sou o convidado do blogue Delito de Opinião. Respondendo ao seu amável convite, escrevi sobre a visita de Sophia Loren a Lamego, e da sua homenagem no festival de cinema Douro Film Harvest. No fundo, um texto sobre o encontro entre o cinema e uma das mais fantásticas regiões de Portugal. Resta-me agradecer ao Delito de Opinião (e particularmente ao Pedro Correia), que já por si era um blogue diversificado, mas que consegue sê-lo ainda mais ao permitir que tantos "bloguista" lá escrevam livremente.
Ao Delito de Opinião, pelo convite que me levou a discorrer sobre "Os incêndios do nosso descontentamento".