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Escória

por Nuno Castelo-Branco, em 02.07.13

Duas notícias que nos fazem tomar uma boleia na máquina do tempo, conduzindo-nos ao período do estrebuchar de um certo regime representativo. 

 

1.  O arquivar do processo levantado a Miguel Sousa Tavares, directamente autorizando um regresso a tudo o que neste país se passou até 1908. Aí virá a inevitável escalada e esta decisão dos juízes é ainda mais insólita por se saber que há alguns dias, um cidadão comum foi de imediato apanhado pelas malhas judiciais. O duplo critério parecia ter vingado, mas agora todo o panorama se torna mais nítido. Boas notícias para os inimigos do regime e já agora, ficamos a saber que podemos apodar a república e a sua canalha, de tudo aquilo que nos apetecer: é um direito à nossa livre expressão. Óptimo!

 

2. A demissão de Paulo Portas. Alega com a necessidade de afastar qualquer suspeita de dissimulação, quando é precisamente isso o que a generalidade da opinião lhe apontará sem rodeios.

 

Além de ficar o país com a certeza de o CDS não passar de um projecto de promoção e segurança pessoal, espera-se agora a reacção dos famosos "mercados", precisamente aquela gente que tem o regime nas mãos. Juros e compra da dívida pública, reformas no Estado, a tal credibilidade de que o país desesperadamente necessita. Esta tarde, a capital portuguesa chama-se Atenas. Os interesses pessoais de Paulo Portas, não têm a menor relevância para 99,999999999999999999999999999999% dos portugueses. Com atitudes destas, colocou-se ao nível do pior rebotalho comentarista daquela parte do PSD que há muito está na oposição e não parece merecer mais respeito que aquele reservado às decências de Sócrates e do seu partido. Quanto ao PC e BE, não valerá a pena perdermos um micro-segundo que seja.

 

Vamos a ver o que os alemães decidirão, pois aí está a única chave de todo este imbróglio. Ao que chegámos!

publicado às 19:08

Depois do "Querido Líder" nos ter conseguido surpreender apesar das façanhas irrepetíveis do "Grande Líder" (sobrevivente a Stalin e a Mao, saliente-se), é a vez do "Grande Sucessor" nos continuar a maravilhar com mais extraordinários feitos da liderança dinástica norte-coreana. A mais recente e esplendorosa está bem espelhada neste título: "Candidatos [ao recrutamento no exército] podem ter 142 centímetros [de altura]", menos três centímetros que o anterior limite mínimo1.


A Coreia do Norte continua assim na ponta da lança da luta titânica contra as "alterações climáticas". De facto, se já era bem conhecido o seu importantíssimo contributo para redução das emissões de CO2 na contenção da utilização de electricidade, creio haver menor familiaridade com a mui conseguida antecipação na concretização das teses de alguns bioeticistas. É que, segundo estes últimos, uma das formas relevantes de conseguir diminuir a "pegada ecológica" humana consistiria na eliminação dos embriões maiores e, amanhã, com maior massa corporal. Um excerto:

«And so size reduction could be one way to reduce a person's ecological footprint. For instance if you reduce the average U.S. height by just 15cm, you could reduce body mass by 21% for men and 25% for women, with a corresponding reduction in metabolic rates by some 15% to 18%, because less tissue means lower energy and nutrient needs.»

1Este tremendo sucesso foi conseguido à custa do raquitismo epidémico decorrente da fome generalizada durante a década de 90 em que milhões de pessoas terão perecido.

publicado às 17:24

Via Coyote, fiquei a saber que o filósofo James Garvey, autor de Ethics of Climate Change (!), se pronunciou sobre o Fakegate, protagonizado pelo ignomioso Peter Gleick, nestes termos:
What Heartland is doing is harmful, because it gets in the way of public consensus and action. Was Gleick right to lie to expose Heartland and maybe stop it from causing further delay to action on climate change? If his lie has good effects overall – if those who take Heartland’s money to push scepticism are dismissed as shills, if donors pull funding after being exposed in the press – then perhaps on balance he did the right thing. It could go the other way too – maybe he’s undermined confidence in climate scientists. It depends on how this plays out.
Portanto temos um autor, que escreve sobre ética (!), a defender que um cientista, por sinal um paladino da integridade científica (!), mas ladrão confesso, seja julgado eticamente, nesta última qualidade, pelos eventuais resultados positivos que se venham ultimamente a desenrolar para a "Causa". Absolutamente extraordinária, a total falta de vergonha desta gente!

publicado às 23:29

...e, infalivelmente, em prejuízo de contribuintes e consumidores. O senhor T. Boone Pickens, a quem o Ecotretas já dedicou vários posts, que já foi um defensor estrénuo das eólicas, de há algum tempo que defende que o governo lidere a iniciativa no sentido de promover a substituição da gasolina e do diesel, usados nos transportes por gás natural, para desta forma a América conseguir diminuir a sua dependência do petróleo da OPEP e, em simultâneo, usando energia mais "limpa". Veja-se o artigo que escreveu hoje ontem, no The Chicago Tribune.

 

O senhor T. Boone Pickens, um empreendedor e capitalista de longa data (tem 83 anos de idade), tem naturalmente o direito de defender uma maior utilização do (aliás, abundante) gás natural americano, tal como qualquer cidadão. Coisa diferente é a forma como se posiciona para explorar o filão que se avizinharia caso o governo federal liderasse esta ideia, ou seja, adivinha-se: financiasse uma rede de abastecimento de gás, introduzisse regulações no sentido de a conversão se tornar obrigatória, etc.

 

A defesa do subsídio em nome de um superior interesse "público" e do seu carácter "estratégico" para, na realidade, e em primeiro lugar, encher os bolsos de indivíduos que se aprestam para se apossar de "rendas" garantidas pelos estados é uma das características do crony capitalism ou do corporatismo mussoliano. Nada disto tem a ver com o capitalismo. É, antes, o seu contrário.

publicado às 22:30

Crony capitalism

por Eduardo F., em 24.01.12
Em entrevista conduzida por Bill Moyers, David Stockman, ex-director do Orçamento no primeiro mandato de Ronald Reagan (*), discorre sobre a estreita ligação existente entre Wall Street e a Casa Branca. O tema é o crony capitalism, expressão directamente intraduzível mas que veicula a existência de um estreito conúbio entre Big Government e Big Business (a banca em particular) e os (in)evitáveis bailouts através dos quais são socializados, com o beneplácito dos governos, os prejuízos dos desmandos cometidos. Curioso Mussolini ter afirmado: "Fascism should more appropriately be called Corporatism because it is a merger of state and corporate power".

 

 

(*) - Stockman viria a distanciar-se de Reagan, tendo publicado The Triumph of Politics: Why the Reagan Revolution Failed onde explica o porquê desse distanciamento. Quase trinta anos depois, Stockman prepara o lançamento de um novo livro cujo pré-anunciado título é precisamente "OTriunfo do Crony Capitalism".

publicado às 19:09

Mas quererá fazer-nos passar por parvos?

por Eduardo F., em 18.01.12
Segundo o Expresso, Gabriela Canavilhas, autora da projecto de lei da Cópia Privada (a que o Samuel aqui alude), terá afirmado que "[n]ão são os cidadãos portugueses que devem pagar esta taxa [de discos rígidos, telemóveis, pens, CD, impressoras, etc.]. Esta não se devia notar no preço final do produto". A deputada Canavilhas acha que como os comerciantes têm uma margem "excessiva" nesses produtos devem ser eles a suportar a "taxa", diminuindo as suas margens. E qual é a autoridade da ex-ministra para achar que a margem é excessiva? Não será antes a remuneração que aufere enquanto deputada que é, ela sim, manifestamente excessiva? Com quantos mais empregos e empresas quer a deputada acabar?

publicado às 18:51






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