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Pediram um post sobre férias e descanso? Ora aqui têm. Se quiserem podem me chamar de: "o Grinch que roubou as férias". Estamos na recta final de Agosto. Lançam-se os últimos foguetes. É uma loucura, mas depois acaba tudo abruptamente. Por daqui a alguns dias teremos a operação "retorno seguro"- uma festa organizada pela brigada de trânsito para acalmar os ânimos na estrada. E eis que chegam a casa os milhares de portugueses que gozaram uns belos dias de descanso. Ao abrirem a caixa de correio lá estará a 2ª prestação do IMI por pagar, a quota devida para a inscrição na escola dos meninos, e, como se não bastasse, a revisão da viatura que ficou adiada para depois das férias, saiu bem mais cara do que o esperado: a luz de aviso que acendeu no painel de instrumentos (e que foi ignorada vezes sem conta), afinal tinha razão de ser. A bomba de água do motor berrou e lá vão mais uns 200 euros para reparar a coisa. E todos sabemos, quando elas acontecem, geralmente são umas a seguir às outras. O vizinho de cima esqueceu-se de fechar uma torneira e o tecto da cozinha está uma lástima - caiu estuque e tudo. Que chatice, e ainda por cima, à má-fila salgada, diz que não tem culpa e que não paga pelos danos causados. Que desgraça. Mal tiveram tempo para arrumar a toalha e a tralha, e bate à porta o carteiro com uma notificação da Autoridade Tributária que foi aos arquivos e encontrou uma prestação de 2007 que lhe havia escapado ao controlo - com juros acrescidos, claro está. Era a última coisa que precisavam, mas não acaba aqui. O menino, que apanhou um escaldão de primeira, parece ter uma espécie de alergia, um prurido. É melhor levar o Martim ao médico, e, sem querer, dizem que vão ser necessários mais uns exames. Contas feitas: 235 euros no privado. No centro de saúde, sim senhor, mas apenas com marcação para meados de Novembro. Depois temos mais uns impostos e taxas todas sexy que aí vêm. Uma coisa relacionada com direitos de autor ou actor, ainda não sei bem. Mais uns cortes no salário, e a reserva estratégica detida no depósito a prazo foi-se. A família que gozou as férias nunca pensou ter de tocar nos cinco mil euros de conforto que guardou para dias menos solarengos. E afinal andava tudo equivocado. Os dias menos solarengos são estes, como as semanas escuras que se seguem. Parece um pesadelo. Mas é algo bem pior. É como acordar de um sonho de uma noite de verão e viver um pesadelo. Infelizmente, é este o filme em que participará um país inteiro. A ressaca vai ser dura - sol de pouca dura.
Quando o "mau exemplo" do despesismo acima das possibilidades vem de cima, o que deve o "Zé Povo" pensar? Cavaco Silva necessita urgentemente de um estágio junto de Merkel. A dúvida, amplamente justificada, é se alguma vez teria aprovação no final. Mais modestamente, pode fazê-lo com a "prata da casa" e consultar o ministro Gaspar. Não pode é continuar a viver assim, porque a hora é de empobrecer, não é Sr. Administrador-delegado do Merkosy para Portugal?