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Não invocarás a democracia em vão

por Samuel de Paiva Pires, em 19.04.16

Enquanto no Brasil os deputados que votaram no processo de impeachment de Dilma não se fartaram de invocar Deus para justificar o seu sentido de voto, por cá, à esquerda e à direita, há quem defenda e critique Dilma e invoque, de um lado e do outro, a defesa da democracia. Já vai sendo hábito ver a democracia invocada em vão por tudo e por nada, servindo instrumentalmente para defender algo e o seu contrário. Um crash course em teoria da democracia não faria mal a muita gente cá do burgo. Podiam começar por estes dois manuais bem pedagógicos.

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publicado às 19:36

Empêssegamento de Dilma Rousseff

por John Wolf, em 18.04.16

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Este post é dedicado àqueles que acreditam nas virtudes da democracia, na voz da maioria, no slogan "o povo é quem mais ordena", na dinâmica que deve prevalecer nas sociedades, na busca do equilíbrio social e na clarificação dos desígnios políticos dos partidos e seus agentes. Este post não é dedicado a facções ideológicas que acreditam na prerrogativa do Estado e dos orgãos públicos enquanto reguladores do mercado e da verdade. Este post é dedicado não apenas ao povo brasileiro, mas ao povo que defende Sócrates, que tanto se tem esforçado para manter a imaculada virgem. Este post é dedicado aos amantes do golpe, da conspiração e da cabala. Este post não é dedicado àqueles que desejavam que tudo ficasse como está, que tudo não fosse mexido. Este post é dedicado às almas que se sentem perdidas, baralhadas pelos mais recentes eventos capazes de devolver uma réstea de esperança a um povo suprimido pelas promessas furadas de pão e justiça para todos. Este post é dedicado a todas as offshores do mundo que contribuíram para acelerar a inevitabilidade dos acontecimentos. Este post não é dedicado a quem não acredita no voluntariado e na acção humana que não conhece género feminino ou canino. Este post é dedicado a todos aqueles que diariamente contrariam as mentes parcelares que dirigem países inteiros usando a divisa da demagogia e proveito próprio. Este post é dedicado aos pêssegos do mundo e em particular ao impeachment de Dilma Rousseff. Este post é dedicado ao sumo que extrairemos de uma matriz de conluio e decepção que tem polvilhado a paisagem política um pouco por todo o mundo. Este post é dedicado à árvore de frutos, à natureza e ao bicho da maçã. Este post é dedicado aos pesticidas e os produtos biológicos. Este post é dedilhado por tantos que não encaixam numa coisa ou outra.

publicado às 09:52

Dilma, Morsi e o dr. Soares

por joshua, em 02.07.13

A rua está a falar cada vez mais alto. Gritou na Turquia. Vociferou no Brasil. Berra agora no Egipto, rejeitando um presidente eleito, o islamista Mohamed Morsi, cujos passos políticos foram dados no sentido, não de uma reconciliação nacional, mas de um absolutismo islamizante, pé ante pé, medida ante medida. A rua é soberana no século XXI? Depende. Alguns, na Esquerda Impostora e Nihilista Portuguesa, convocam-na e ela não acontece. Nunca. A não ser que, num primeiro momento, se disfarce de movimento cívico Que se Lixe a Troyka para logo se expor e gerar desmobilização dado o facto de os portugueses odiarem ser manipulados do Sofrimento Real para o Nada Garantido, típico das Esquerdas Raivosas, do BE ao PS. A rua não se empertiga em Portugal. Não acontece em Portugal. Mário Soares, por exemplo, tomando a nuvem por Juno, considerou que os insultos organizados pelo Bloco de Esquerda e os arrufos promovidos pelo PCP, à chegada e à partida dos Ministros em eventos e encontros oficiais, chegariam e sobrariam para derrubar o Governo Passos. Não. A rua, aqui, é minoritária e até é parva: não se derruba um Governo para instalar em seu lugar o Nada-de-Jeito, dando força à Funfas Catarina, ao Gasoletas Semedo-Morcego, ao Frankenstein Jerónimo. As pessoas vão, sim, trabalhar, pedir à porta dos hotéis e das igrejas, emigram em massa, consideram muito mais útil ir lutar com as armas que têm pela própria vida e por um emprego precário, espécie de raspadinha com prémio, do que servir de gado aos partidos do sistema. Ninguém nos leva ao colo. Nem amigos. Nem família. Nem Igreja. Temos de fazer pela vida. A rua em Portugal não funciona, caso os instigadores dela se proponham trocar o inferno da Austeridade pelo terror de Coisa Nenhuma e Talvez Pior que Nada. Mas no Brasil, por um pouco Dilma e o seu Governo cairiam, se a rua quisesse, excluindo a opinião do dr. Soares, para o qual esses largos milhões de brasileiros zangados talvez mereçam o epíteto de golpistas e a rua brazuca seja epigrafável de ilegítima. O dr. Soares é amigo de Dilma. O dr. Soares não abençoa a rua que execre Dilma. E agora, no Egipto, é a praça de todas as primaveras árabes, Tahrir, que forceja a deposição de Mohamed Morsi. Não é anarquia. Estão é fartos de tirania. O que os jovens liberais e de Esquerda exigem, liderados pelo socialista Hamen Sabbahi e por Mohamed ElBaradei, é o fim de uma deriva subversiva, mesmo dos pressupostos da democracia, tentação em que caiu a Irmandade Muçulmana sob Morsi. Também os nazis ascenderam à tirania mediante eleições livres e injustas, que nunca mais foram livres nem justas porque não mais aconteceram. O exército, no Egipto, é, portanto, agora a última instância para as aspirações democráticas e laicas do Povo egípcio. Trata-se de um presidente que não resolveu nem a crise económica nem o desemprego, que está nos 13,2%, nem um défice fiscal que escalou para os 48% face ao período homólogo anterior, nem um endividamento externo já vai nos 80% do PIB. Mas há outras razões para um derrube iminente deste Presidente, legitimado em eleições mas logo iligitimado por tal desempenho económico e sobretudo pela deriva islamizante, actos e decisões que configuram alguns tiques de absolutismo religioso. A Irmandade Muçulmana perdeu prestígio. Se ganhou as eleições, há um ano, foi por um sentido de gratidão do eleitorado por longos anos de misericórdia e assistencialismo social, gratidão pouco lúcida, logo traída pela agenda islamizante e pela intolerância e castração de costumes com o que a juventude e os democratas não podem. A rua pode ser soberana no século XXI! Em casos extremos, o Parlamento pode e deve ser, por vezes, uma avenida da Liberdade repleta [Teria sido belo derrubar o segundo Governo Sócrates Fajuto com quinhentos mil a pedi-lo uma semana inteira nas praças e acessos da Capital]. Portugal, Brasil, Egipto: a menos que o dr. Soares não passe de um tonto hipócrita, dir-se-ia que o Povo-Rua só é soberano em Portugal, neste momento, contra a Agenda Austeritária da Troyka e contra o Governo de Direita. Não o será contra um Governo Socialista sob a Agenda Auteritária da Troyka. Não o seria mesmo em massa contra o Governo Petista de Dilma. Quanto ao Egipto? Soares não sabe/não responde.

publicado às 12:00

No Brasil

por Nuno Castelo-Branco, em 23.06.13

Aqui, aqui, aqui , aqui, aqui e... aqui! Bate certo.

publicado às 18:41

Brincando às revoluções

por João Quaresma, em 21.06.13

«Disse Gustave Le Bon sobre a psicologia das massas:
"Uma massa é como um selvagem; não está preparada para admitir que algo possa ficar entre seu desejo e a realização deste desejo. Ela forma um único ser e fica sujeita à lei de unidade mental das massas. No caso de tudo pertencer ao campo dos sentimentos, o mais eminente dos homens dificilmente supera o padrão dos indivíduos mais ordinários. Eles não podem nunca realizar atos que demandem elevado grau de inteligência. Em massas, é a estupidez, não a inteligência, que é acumulada. O sentimento de responsabilidade que sempre controla os indivíduos desaparece completamente. Todo sentimento e ato são contagiosos. O homem desce diversos degraus na escada da civilização. Isoladamente, ele pode ser um indivíduo; na massa, ele é um bárbaro, isto é, uma criatura agindo por instinto."

(...)
O PT tem alimentado há décadas um racha na sociedade brasileira. Desde os tempos de oposição, e depois enquanto governo (mas sempre no palanque dos demagogos e agitadores das massas), a esquerda soube apenas espalhar ódio entre diferentes grupos, segregar indivíduos com base em abstrações coletivistas, jogar uns contra os outros. Temos agora uma sociedade indignada, mas sem saber direito para onde apontar suas armas. Cansada da política, dos partidos, do Congresso, dos abusos do poder, as pessoas saem às ruas com a sensação de que é preciso “fazer algo”, mas não sabe ao certo o que ou como fazer.
E isso porque o cenário econômico começou a piorar. Imagina quando a bolha de crédito fomentada pelo governo estourar, ou se a China embicar de vez. Imagina se nossa taxa de desemprego começar a subir aceleradamente. É um cenário assustador. Alguns pensam que nada pode ser pior do que o PT, e eu quase concordo. Mas pode sim! Pode ter um PSOL messiânico, um personalismo de algum salvador da Pátria, uma junta militar tendo que reagir e assumir o poder para controlar a situação. Não desejamos nada disso! Temos que retirar o PT do poder pelas vias legais, pelas urnas, respeitando-se a ordem social e o estado de direito.
O desafio homérico de todos que não deixaram as emoções tomarem conta da razão é justamente canalizar essa revolta para algo construtivo. Mas como? Como dialogar com argumentos quando cem mil tomam as ruas e sofrem o contágio da psicologia das massas? Alguém já tentou conversar com uma torcida revoltada em um estádio de futebol? Boa sorte!
Por ser cético quanto a essa possibilidade, eu tenho mantido minha cautela e afastamento dessas manifestações. Muita gente acha que o Brasil, terra do pacato cidadão que só quer saber de carnaval, novela e futebol, precisa até mesmo de uma guerra civil para acordar. Temo que não gostem nada do gigante que vai despertar. Ele pode fazer com que essa gente morra de saudades do "homem cordial". Não se brinca impunemente de revolução. Pensem nisso, enquanto há tempo.»
Rodrigo Constantino em Brincando de Revolução

publicado às 00:10

A porrada do Povo é a porrada de Deus

por João Quaresma, em 20.06.13

Violência, porrada, baderna, quebra-pau, eu sou contra. Tou fora dessa. Mas esse negócio de sondagem em tempo real também não é coisa mole não, viu?

publicado às 00:55

A verdadeira expressão da decadência portuguesa

por Samuel de Paiva Pires, em 11.06.13

Depois de, no Dia de Portugal, Dilma Rousseff e Passos Coelho terem reafirmado a entrada em vigor do Aborto Ortográfico, apetece-me recuperar este meu post

 

A verdadeira decadência portuguesa não se expressa realmente na crise económica e financeira. Esta tem volta a dar, e mais pelas variáveis externas que internas, obedecendo ao tom de sempre da política externa portuguesa. Se há algo que incorpora em si todas as características de decadência da nação, com tudo o que lhe subjaz de irracional, coercivo e errado, é o Acordo Ortográfico. Infelizmente, temo que este já não tenha volta a dar, o que é sintomático da apatia dos portugueses e da ignorância e arrogância dos desgovernantes. Como escreve Pacheco Pereira"A única força que sustenta o Acordo é a mesma que condenou o país a esta crise profunda: inércia." Como quase tudo em Portugal, foi feito com os pés e é empurrado com a barriga. E trata-se, na verdade, de algo que nunca deveria ter sido feito e que um governo que fosse realmente liberal já teria rasgado e deitado fora. 

publicado às 15:36






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