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então ficamos nesse pé ( quando nos cansarmos mudamos para o outro :) ): continuo a achar que aquilo a que normalmente se chama " solidariedade masculina " não é mais do que cumplicidade entre machos, que foi facilitada pelas razões aduzidas pela Luísa, mas que se estão a estender à outra parte, que é a nossa, e, como também opina a Patti, a verdadeira solidariedade não é apanágio de um dos sexos, apenas..
Quanto ao que noutro post ajunta o Mike, e, antes, a Júlia, parece-me verdade que o homem pode ser o maior amigo da mulher, mas que há por aí uns sacanas, como demonstra este testemunho, ai isso há.
E apesar de ter em casa imensos livros por ler, andava à procura de algo do género do recentemente lido "O Mundo Pós-Americano" de Fareed Zakaria, algo recente e que me despertasse a curiosidade, quando encontrei "A Morte da Utopia" (em inglês, Black Mass) do reputado professor da LSE, John Gray.
Na contracapa: «A história do século passado não é um conto de progresso secular, como os bem-pensantes da direita e da esquerda gostam de pensar. As tomadas de poder pelos bolcheviques e pelos nazis foram tanto levantamentos baseados na fé como a insurreição teocrática do aiatola Khomeini no Irão. A própria ideia de revolução como acontecimento transformador na história deve-se à religião. Os movimentos revolucionários modernos são uma continuação da religião por outros meios»
Ah e é verdade, bem Cristina, compreendo os argumentos mas, não posso deixar de ter a mesma percepção ou senso comum sobre a solidariedade entre as mulheres, e parece-me que pelo menos o Mike também concorda :p)
continuo a achar que essa história de que entre os homens há maior solidariedade do que entre as mulheres é uma falácia:
Com as excepções que sempre sublinham a regra, essa alardeada " solidariedade" é uma montanha a parir um rato, pois que se reduz à cumplicidade de macho, enquanto tal, e nesse reduto, reconheço, a fémea não a tem tão vincada, mas também aqui com as honrosas excepções .
Nas demais faces de que a vida é feita, não me parece que uns sejam mais solidários do que os outros, e as " facadas nas costas" são em igual número desferidas por uns e outros.
pois que, seguindo uma máxima de um escritor que muito prezo, Tomás de Figueiredo, só posso falar daquilo que me é próximo: pessoalmente não sinto essa falta de solidariedade; bem sei que tenho em mente as amigas, que sinto mesmo muito solidárias- e poderia, não fosse o sentido de privacidade, dar-lhe conta de provas daquela coisa dos três mosqueteiros- " um por todos e todos por um" entre várias amigas.
Como antes disse, isso cresceu com o passar do tempo, e quando começámos a dar mais valor àquilo que estava mesmo ao nosso lado, e iria enriquecer as nossas vidas.
Não será, como diz, assim com as mulheres que não sentem ( ainda? ) que a amizade é mais importante do que essas competiçõezinhas, mas, pelo menos neste estádio da vida, depois dos 40, essa é uma realidade que me é desconhecida.
E, como disse, só posso falar do que conheço
* daqui, mas apelo aos reforços blogosféricos para o rebater :)
Isto talvez possa parecer um lugar ou senso comum, mas é genericamente aceite por todos que os homens são muito mais solidários ou companheiros entre si do que as mulheres. Imensos filmes há, imensas anedotas e imensos casos que todos conhecemos que exemplificam tal afirmação. Eu já trabalhei numa organização em que era o único rapaz no meio de 9 ou 10 mulheres, e deixem-me que vos diga, não é pêra doce, nem um paraíso como alguns poderão estar a pensar, e, Cristina, tinham entre 20 e poucos e 40 e poucos, passando pelos 30's, portanto havia para todos os gostos e todas as idades...
É claro que todas as mulheres têm amigas, e há amigas que nunca se traiem, que são verdadeiramente amigas do coração, mas muito facilmente as mulheres falam mal umas das outras nas costas. Não digo que os homens também não o façam, isso seria irreal, mas as mulheres parecem-me bem mais profícuas na arte da maledicência em relação a outras. Talvez seja um mito ou apenas uma sensação. Mas dou um exemplo:
Eu sou terminantemente a favor das quotas para mulheres. Porque realmente acredito que as mulheres são iguais aos homens, quando não mesmo bem melhores, e até porque tal como referi, ainda julgo ser um cavalheiro (para alguns cavalheirismo parece ser machismo, enfim...), e tenho a tendência a colocar certas mulheres num pedestal, o que muitas vezes me causa dissabores, mas, em geral, as mulheres são de facto o melhor e mais perfeito que este mundo tem.
Adiante, em relação às quotas, parece-me haver uma razão muito simples para o facto de, historicamente, as mulheres que clamam por igualdade em relação aos homens não conseguirem afirmar-se da mesma forma, que é a incapacidade de se entenderem e organizarem entre si da mesma forma que os homens são capazes de o fazer. Ou como refere este post, num blog que encontrei há pouco tempo e que me tem proporcionado horas de riso, às mulheres que querem igualdade com os homens falta-lhes ambição. Que é como quem diz, falta-lhes capacidade de levar a cabo o mesmo que esses por exemplo no que à política e organizações partidárias diz respeito, porque não conseguem colocar de lado as suas divergências.
Mais, outro exemplo, há um pacto tácito entre os homens para a sacanice, por exemplo, um homem não vai contar aos sete ventos que um amigo traiu a namorada ou a mulher, ou qualquer outra coisa que possa prejudicar o amigo. Agora em relação às mulheres já não se pode dizer o mesmo...
Bom, sabendo de antemão da quantidade e qualidade de magníficas Senhoras que nos visitam, em grande parte porque também nós temos o privilégio de ter entre nós uma grande Senhora, a Cristina, vou agora começar a preparar-me para a artilharia que aí vem...
diz o caríssimo Samuel: que as mulheres não são solidárias entre si...
" Cavalheiro e Conservador", convida-me a " iniciar as hostidades", e até já se diz pronto a carregar com o epíteto de machista :)
Esse parece-me um mito que, a ter cabimento, concedo, é coisa passageira, própria, talvez, de uma tenra idade, que podemos situar no pós adolescência, início da idade madura, quando o instinto de competição deita as garras de fora, cioso do objecto que persegue,mantendo, por isso, a potencial concorrência dele afastada, e, aí, não há solidariedade que valha- mas estou convencida de que essa é uma fraqueza transversal, que atinge fémeas e machos; ou não?
Depois, com o inexorável passar do tempo, com a maturação que ele acarreta, e, consequentemente, a segurança que traz,, essa debilidade passa a fazer parte daquelas velharias que já não têm lugar sequer no sótão.
É a altura certa de recuperar aquela cumplicidade que se teve na primeira adolescência, quando o nosso mundo era feito, em grande parte, de amizades femininas.
Falo, é claro da geração que é a minha´, e da realidade que vivi e vivo...