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Há de facto necessidade efectiva da Revisão Constitucional mas no que toca à simplificação e redução de prerrogativas, ao invés de uma ainda maior extensão das mesmas. Por isso, é tão ridículo colocar limites ao défice das contas públicas como a actualmente existente universalização e estatização dos serviços de saúde e de ensino. Todas elas estão condenadas a ser letra morta, que é o destino final de todos os economicismos que tentaram transformar em pedras basilares dos regimes.
Há momentos na tvi, o sr. Mira Amaral declarava a necessidade de se estudar a hipótese da instalação de centrais nucleares em Portugal. Sabemos o que isso quer dizer. Mais despesa a pagar pelos estarrecidos contribuintes - ou os "esquemáticos" entram com o seu dinheiro? - mais maluquices especulativas de terrenos, mais desastres ambientais em perspectiva. Em suma, um regresso à insegurança, ao medo e à incerteza. Se com a co-incineração as populações reagiram, imagine-se o que seria relativamente a isto? Neste aspecto - entre outros mais -, estou com o governo. A peça que antecedeu a curta entrevista, demonstrava a opinião "generalizada" de alguns convivas dos círculos do costume: os "malefícios hidro-eléctricos" - barragens que "podem estourar"! -, o "estragar da paisagem" pelos geradores eólicos e outros argumentos tão credíveis como a kriptonita que enfraquece o Super-Homem.
Nem sequer querendo perder mais tempo com tais excelsas banalidades trauteadas pelo "conhecido e insuspeito mundo dos negócios", remeto os necessários esclarecimentos acerca do tema, para o nosso correligionário Pedro Quartin Graça. Creio que ele também não estará pelos ajustes, mas podem tentar.
Tenho dado por mim a pensar no socialismo, no economicismo e no mérito. E surgiu-me uma hipótese a respeito das perspectivas economicistas. Sabendo-se que muita gente se queixa quando são adoptadas determinadas perspectivas economicistas, seja sobre que assuntos for - mas pensemos aqui no mercado de trabalho, seja em que sector for - seria de esperar que uma atitude deste cariz promovesse a concorrência e o mérito, optimizando recursos e melhorando a produtividade e qualidade dos produtos.
Acontece que, a mais das vezes, muitos dos que adoptam este tipo de atitudes, pouco ou nada percebem ou sequer almejam no que diz respeito à concorrência, à optimização de recursos de acordo com uma teoria mais liberal do que socialista. Mas, na prática, muitos dos que a estas atitudes recorrem, estão impregnados (sabendo-o ou não), de socialismo. E socialismo com economicismo parece-me ter um resultado catastrófico: a negação do mérito. Porque o economicismo e o "não há dinheiro" torna-se uma mera desculpa, uma mentira que tem por lógica proteger determinados interesses e afastar os indesejados por meio de um maquiavelismo de trazer por casa.
Logo, poderá haver mérito quando o nosso país está atravessado por preconceitos de esquerda e do politicamente correcto, que alimentam o desporto nacional - a inveja? Não, não pode enquanto houver por aí muita gente que alia o socialismo ao economicismo. Na política, na administração pública, nas empresas, nas universidades. Tornou-se cultural. E a mediocridade lá vai vencendo.