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Cabrita vs. Cão

por John Wolf, em 10.11.17

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Um simples leitor, como eu, olha para esta notícia e tenta perceber qual o ângulo que merece ser agarrado. Se é o cão que se opõe ao Cabrita? Ou se o Cabrita é mais amigo dos cães do que dos homens? Ou se a Guarda Nacional Republicana merece ser tratada abaixo de cão? No meio destas dúvidas existenciais podemos concluir o seguinte: o Ministro da Administração Interna de Portugal, ouviram bem - de PORTUGAL! -, nem sequer é capaz de administrar convenientemente o seu quintal. Mas muito mais grave do que o latir canino será a falência ética que equipa este ministro. Os guardas, pelos vistos, nem têm onde urinar ou almoçar em condições. O Cabrita quer lá saber. Mas há mais. O ministro vai e vem todos os dias de Almerim? Quem paga essas viagens? Recebe ajudas de custo para as deslocações, e será que partilha o transporte com o resto da família que nos governa? E quanto irá custar ao Estado o recrutamento de guardas nacionais adicionais para defender a sua barraca no meio de cascos de rolha? O Eduardo Cabrita não quer comentar? Por acaso gostava de saber se o cão é perigoso ou se tem as vacinas em dia. Não vá o Bóbi morder um dos guardas e infectá-lo com idiotice.

publicado às 08:03

Os amigos do Costa

por John Wolf, em 19.10.17

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Decididamente António Costa não quer aprender. Diria mais; o primeiro-ministro não pode aprender. A sua vida política, e a amizade que nutre por alguns, não se distinguem. A montante ou a jusante, essa é a premissa que tem marcado a paisagem política do Partido Socialista (PS) - colocar em lugares de governação homens de confiança - uma manada de boys. Mas está enganado. Um amigo, por defeito afectivo, não é capaz de formular uma crítica objectiva, de tecer um juizo a doer. O bom amigo não quer magoar e perde a noção da sua missão por amor à camisola da lealdade. António Costa, ao nomear para ministro da administração interna Cabrita e o compincha Siza Vieira, mais uma vez fere a isenção e a ideia de mérito que devem nortear um país. Não interessam as ligações do advogado da Linklaters a dossiers eventualmente em conflito de interesse com o Estado. Não interessa que provenha da família certa. Não interessa que saiba arquitectar soluções políticas ou não. O que interessa é esse pacto de consanguinidade, o juramento, a prova de fidelidade em nome da grande casa, a loja do Rato. Mas este fenómeno faz parte de uma escala maior, faz parte da matriz de Portugal. Há escassos anos, quando procurava quem me publicasse uma obra, contactei uma editora que faz carreirinha numa casa de publicações universal, e após submeter insistentemente e repetidamente umas meras cinco páginas de amostra do meu manuscrito, por fim lá obtive a resposta. A editora não tinha tempo para ler cinco páginas e, para além do mais, a sua resposta foi, e passo a citar: "primeiro estão os autores da casa". Está tudo dito. É assim que funciona. É assim que morrem 100 pessoas.

publicado às 14:45

Fase de rescaldo

por Samuel de Paiva Pires, em 18.10.17

A agora ex-ministra da Administração Interna já não tinha condições para continuar no cargo há, pelo menos, 4 meses. Era inevitável que saísse do Governo, embora não seja despiciendo referir que foi necessário o Presidente da República intervir para António Costa se submeter ao que já era mais do que evidente. Mas agora, independentemente da dança das cadeiras no Governo, o que importa é saber se o Primeiro-Ministro vai tornar a reforma do dispositivo de prevenção e combate aos fogos uma prioridade nacional, alocando os recursos que forem necessários para evitar que se volte a repetir algo que possa assemelhar-se ao que aconteceu no passado fim-de-semana e em Junho. Agora que veio a chuva, esperemos que não se limite a mudar pouca coisa para que, na essência, fique tudo como está e para o ano haja mais do mesmo, como vem acontecendo há já cerca de 40 anos. Quanto mais não seja, e como Marcelo Rebelo de Sousa deixou patente no seu discurso, para assegurar a sobrevivência do seu Governo - algo que parece motivar o Primeiro-Ministro muito mais do que considerações éticas, sobre o interesse nacional ou a respeito das funções primordiais do Estado.

 

(também publicado aqui.)

publicado às 22:31

Trump e a banda The Socialists

por John Wolf, em 12.11.16

 

 

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O vocalista pop Eddy Cabrita, da banda Trump and the Socialists, percebe muito pouco de arranjos democráticos. Faz-lhe espécie que o princípio da maioria absoluta dos votos populares não tenha sido honrado nas eleições presidenciais dos EUA. Diz o intérprete que Hillary Clinton teve mais votos populares do que Donald Trump. Pois bem, teve sim senhor. Mas não é assim tão linear e "excêntrico" como ele julga. Que fique assente: eu sou a última pessoa à face da terra para tentar ser paternalista ou dar lições a almas extraviadas, mas a ovelha tresmalhada do rebanho do Rato anda a pedí-las. Nem sequer percebe da arquitectura democrática da União Europeia que tem o seu próprio sistema de "colégios eleitorais". A saber, e no que diz respeito ao Parlamento Europeu (em inglês, para não haver brigdes...):The allocation of seats to each member state is based on the principle of degressive proportionality, so that, while the size of the population of each country is taken into account, smaller states elect more MEPs than is proportional to their populations. As the numbers of MEPs to be elected by each country have arisen from treaty negotiations, there is no precise formula for the apportionment of seats among member states. No change in this configuration can occur without the unanimous consent of all governments. Como podem ver, os princípios subjacentes aos colégios eleitorais americanos fazem parte do sistema operativo dos Tratados da União Europeia. E a razão de ser dos mesmos pode ser explicado historicamente. Os EUA instituíram esta prática eleitoral que concede mais peso a uns Estados do que outros em virtude dos danos decorrentes da escravatura. Ou seja, um sistema político dinâmico deve integrar processos de reposição de equilíbrio que sirvam para limar assimetrias anacrónicas. Não sei por que causas o Cabrita se anda a bater nestes últimos tempos, mas talvez pudesse reclamar junto das instâncias europeias a revisão do sistema de quotas, por forma a que países-membros da União Europeia, vítimas da Austeridade, pudessem ter mais peso na produção política dos tempos que se avizinham que certamente farão ruir certas convenções mentais. A pastorícia socialista não sei se merece a subvenção política que tem recebido. Não se esqueçam do seguinte; durante mais de 40 anos prometeram justiça económica e social, mas está a sair-lhes algo diverso na rifa. Numa análise de continuidade, a eleição de Trump é também um processo a ter em conta em todos as sedes políticas deste lado do lago - largo do Rato e afins. A música pode ser outra, mas que é parecida é.

publicado às 08:58






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