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T. S. Eliot, Notas para um definição de cultura:
«Quando cada termo é tomado no seu justo contexto, a concepção de cultura e religião, como sendo aspectos diferentes da mesma coisa, é uma concepção que requer ser devidamente explicada. Desejo sugerir, porém, em primeiro lugar, que ela nos fornece os meios de combater dois erros complementares, o mais comum dos quais é pensar que a cultura pode ser conservada, ampliada e desenvolvida na ausência de religião. Este erro é mantido tanto pelo cristão como pelo descrente e a sua refutação exige uma análise histórica muito pormenorizada, visto que a verdade não é facilmente aparente e pode até parecer desmentida pelas aparências; uma cultura pode continuar, sim, e mesmo produzir algumas das suas mais brilhantes obras artísticas e de outros géneros depois de a fé religiosa ter caído na decadência. O outro erro é acreditar que a conservação e a continuação da religião não têm de contar com a conservação e a continuação da cultura, uma convicção que pode até conduzir à rejeição dos produtos da cultura como sendo obstruções frívolas à vida espiritual. Para nos encontrarmos na posição de rejeitar este erro, e também o primeiro, é necessário que olhemos bem longe e recusemos aceitar a conclusão, quando a cultura que temos ante nós é uma cultura sem declínio, de que a cultura é algo que podemos considerar com indiferença. Devo acrescentar que ver a unidade de cultura e religião dessa forma não implica que todos os produtos da arte possam ser aceites sem críticas, nem que essa perspectiva nos ofereça um critério pelo qual toda a gente possa distinguir imediatamente a diferença entre eles. A sensibilidade estética deve ser elevada à percepção espiritual e a percepção espiritual à sensibilidade estética e ao gosto disciplinado, antes de nos qualificarmos para julgar a decadência, o diabolismo ou o niilismo na arte. Julgar uma obra de arte por padrões artísticos ou padrões religiosos, julgar uma religião por padrões religiosos ou padrões artísticos, no fim de contas, deveria ser exactamente o mesmo., embora se trate de um objectivo que nenhum indivíduo pode alcançar.»
«Cada um de nós, na sua vida realizada e humana, não é senão a caricatura da sua própria alma. Somos sempre menos do que somos. Somos sempre a traição daquilo que quisemos ser e que, por isso, intimamente e verdadeiramente somos. A nossa vida é a nossa deselegância, o bobo eterno que a acompanha, e às vezes diverte, a divina Realeza.»
O Agnosticismo puro é impossível:
«O Agnosticismo puro é impossível. O único agnosticismo verdadeiro é a ignorância. Porque para nos radicarmos no agnosticismo é‑nos preciso um raciocínio para nos persuadir que a razão tem certos limites. — Ora, quem observa, pode parar; quem raciocina não pode parar. Portanto, quando pelo raciocínio havemos provado a limitação ou a não‑limitação destas ou daquelas faculdades, não podemos dizer: «paremos aqui» mas devemos seguir no raciocínio e tirar dessa limitação — na limitação, as consequências deduzíveis. Assim fazem todos os «agnósticos» consciente ou inconscientemente.»
Nascido a 8 de Maio de 1899. Ainda hoje utilizei a citação da imagem infra numa conversa. É uma das minhas favoritas. Aproveito para recordar que a minha dissertação de mestrado teve precisamente como temática o pensamento de Hayek. Está disponível no Repositório da UTL e no site da Causa Liberal.
(via Bastiat Institute)
Citando Steve Horwitz, traduzido por mim, "Hoje paramos para notar o 20.º aniversário da morte de F. A. Hayek, talvez o mais importante pensador social do século XX e um homem cujas ideias ainda permanecem à frente do seu tempo e são distorcidas e mal compreendidas pela suposta elite intelectual."
Em homenagem, e como sugestão de leitura, deixo a ligação para a minha dissertação de mestrado, intitulada Do conceito de Liberdade em Friedrich A. Hayek, e uma das minhas citações favoritas, retirada de O Caminho para a Servidão (tradução também minha): "A independência mental ou força de carácter raramente é encontrada naqueles que não podem ter confiança que conseguirão fazer o seu percurso pelo seu próprio esforço."
A 16 de Outubro de 1854 nascia um dos maiores vultos da literatura britânica e mundial, Oscar Wilde. Possivelmente, entre os seus célebres pensamentos poucos sintetizarão melhor a sua personalidade que aquela famosa resposta a um oficial da alfândega que questionou se Wilde teria algo a declarar aquando da entrada nos Estados Unidos: "Não, não tenho nada a declarar. Excepto a minha genialidade".
lembra o meu pai que faz anos hoje que ela morreu: a saloia de Mafra que fez as delícias de gerações anteriores, mas cujos filmes, da época de ouro do cinema português, onde contracenou com outros muito grandes, continuam a dar cartas.
Não é só os filmes que ele recorda -esses também eu os conheço, graças à televisão- mas as Revistas no Parque Mayer, que começou a frequentar durante o serviço militar feito em Lisboa. Eu que já não vi esses grandes nos Teatros Revisteiros, e que só fui a uma Revista, não gostei. Dizem-me que dantes eram bem melhores: talvez " eles " me fizessem mudar de opinião, não sei.
O que, isso sim, me fez rir a bandeiras despregadas foi a leitura dos seus livros, de uma vivacidade e alegria facilmente associáveis à actriz d«A Canção de Lisboa», quer se tratasse do « Sem Papas na Língua », ou do « Quando os Vascos eram Santanas ».
Impagável.