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Geringonça recebe medalha de Marcelo

por John Wolf, em 12.02.17

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Marcelo Rebelo de Sousa tem razão. A geringonça é um arranjo inédito. O Partido Socialista, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português formaram governo, mas a criação teimosa de um executivo não é um objectivo político em si. Um governo que se preze não pode sobreviver à custa de validações endémicas, de justificações internas, de palmadinhas nas costas dos parceiros de ocasião. Existe muito mais para além das virtudes do narcisismo e das comendas presidenciais - a realidade. E a verdade nua e crua das limitações económicas e dos entraves financeiros não pode ser dissimulada por malabarismos de balancete. Portugal não padece de extremismos de Esquerda ou Direita que parecem retratar a Europa maior, por isso a geringonça nem sequer é salvadora ideológica - não pode invocar esse estatuto. Este governo é um esquema aritmético, um tabuleiro de somas parlamentares e pouco mais. Pensar-se-ia que o presidente da república fosse uma velha raposa política, sábia e experiente. Mas deste modo castelhano levanta sérias dúvidas sobre o seu sentido de Estado. Portugal não está tão distante da Grécia quanto possa parecer. Quando o país económico for esmurrado pelo declínio de investimento público, como modo de conter os deslizes orçamentais para cumprir os preceitos da Comissão Europeia, já será tarde demais. Quando olho para a geringonça e o marketeer Marcelo não sinto a reviravolta do país. Deparo-me com actores posicionados para preservar intactos os princípios da continuidade. A ruptura, que seria encabeçada por uma efectiva reforma estrutural, nunca acontecerá. Se abanarem as fundações do aparelho de um regime, onde encaixam os partidos deste acerto de ocasião, vão todos de carrinho. Como uma cenoura pendurada à frente do chanfro do burro, a descentralização serve apenas para incitar a passada mais larga. Mas o asno anda à volta da nora. E não sai do mesmo lugar.

publicado às 20:05

Censura de blogs e rãs

por John Wolf, em 24.04.15

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Falo em nome próprio. Escrevo os meus textos. Assumo as minhas posições. O acordo assinado entre o governo e o Partido Socialista no sentido de exercer o controlo prévio dos meios de comunicação, na campanha eleitoral que se avizinha, diz respeito a todos nós. Colide com a liberdade de expressão de um modo descarado. Posso dizer, sem rodeios, que já sinto a censura há algum tempo. Não sei quem controla os blogs Sapo. Não conheço os administradores da PT, mas alegadamente houve uma decisão nascida no seio de uma estrutura partidária no sentido de mitigar os efeitos dos posts publicados. Basta ler os meus textos para perceber que pelo menos 75% dos mesmos servem para deteriorar os argumentos dos socialistas. Mas não são os únicos visados. Também aponto as baterias ao governo quando bem entendo. Nesse sentido, não nutro nem preferências ideológicas nem partidárias. Sou a favor da cidadania, da democracia e da liberdade de expressão. Em 2014 tive no portal Sapo 96 posts em destaque (primeira página, se quiserem), ou seja; registei uma taxa de visibilidade assinalável. E de repente a natureza dos destaques do portal Sapo deixou de ter acutilância política. E o Estado Sentido foi varrido dessa montra. Uma ordem deve ter sido dada, mais ou menos nestes moldes: "tirem-me estes senhores do ar". Neste momento o portal elege conteúdos de pendor light, cor de rosa e diet, e não passa despercebido. Mas como não devo favores a quem quer que seja, respiro profundamente os ares de independência, durmo tranquilamente. Nunca deixarei de dizer ou escrever o que penso. Uma nota final. As vozes críticas, mesmo as que não votam neste país, podem revelar a sua paixão por Portugal e o destino nacional. Eu inscrevo-me nessa categoria. Batalho por Portugal, muitas vezes com mais intensidade do que cidadãos de pleno direito. Quanto aos inimigos, prefiro levar-lhes a guerra à porta. Aqui, por exemplo.

publicado às 10:30

El País: Un antipático contra todos

por Pedro Quartin Graça, em 11.04.11

Un antipático contra todos

José Sócrates, primer ministro de Portugal

ENRIQUE SERBETO

El primer ministro portugués se parece a un conductor que avanza a toda velocidad por la autopista en dirección contraria, convencido que son todos los demás automovilistas los que se equivocan. Los gobiernos europeos y las instituciones comunitarias dan por hecho que Portugal no puede salir de la crisis sin asistencia financiera, pero José Sócrates les contradice a todos diciendo que que el país puede superar sus problemas con sus propias fuerzas. Después de ser derrotado en el Parlamento ha presentado su dimisión y ha lanzado a su partido, el socialista, de frente y a toda velocidad contra la oposición liberal-conservadora, esperando que en el último momento un volantazo de buena suerte le permita dar la vuelta a las encuestas y regresar victorioso.

 En la última cumbre europea de Bruselas, el pasado viernes 25,sorprendió a muchos cuando se dedicó a saludar estrechando la mano a todos los periodistas antes de sentarse a explicar su versión de lo que había sucedido en el Consejo. Dada su proverbial fama de antipático, el gesto podía interpretarse como una especie de despedida, teniendo en cuenta que para la próxima cumbre es posible que las elecciones le hayan devuelto a la oposición. «Puede tener usted la seguridad de que no me estoy despidiendo» aclararía después, «aunque estoy seguro de que en su periódico es lo que están deseando». Sócrates no solo conoce perfectamente todo lo que se dice sobre él en los diarios de Lisboa (y por lo que se ve también de algunos de Madrid) sino que está convencido de que gran parte de sus problemas vienen del hecho de que no siempre cuentan las cosas del modo que más le gustaría. En la misma comparecencia atacó sin mucho disimulo las preguntas incómodas, a pesar de que coincidían con la opinión que estaban expresando los demás jefes de Gobierno en salas contiguas: «lo que causa la especulación son preguntas como las que me están haciendo.Portugal no necesita ninguna ayuda y si lo que se quiere es parar los movimientos especulativos, es infantil creer que eso sucederá si pedimos ayuda».

Portugal deberá hacer frente al vencimiento de una serie de paquetes de deuda por valor de 9.000 millones de euros en los próximos tres meses, en plena campaña electoral, forzada precisamente porque Sócrates no logró que el Parlamento aprobase el plan de recortes de gastos que había pactado con las instituciones comunitarias. Desde que el líder socialista es primer ministro, la deuda del país ha ido aumentando de forma vertiginosa. Solo en 2010 tuvo que pedir 51.000 millones de euros, un treinta por ciento más que el año anterior, y un 50 por ciento más que el precedente. Los intereses que tiene que pagar por los nuevos préstamos son cada vez más altos y las últimas subastas han estado rozando —por arriba—l 8 por ciento de interés. Sin embargo, Sócrates asegura que tiene dinero para pagar estas obligaciones, cuya amortización rebajaría sustancialmente la presión financiera sobre el país.

publicado às 14:28






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