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Governar um país não é o mesmo que dirigir uma empresa

por Samuel de Paiva Pires, em 28.09.19

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For, save with the very exceptional man, success in private life is not an adequate introduction to public office. The motivation of action is too different, the relation to other persons is too different also. It is not specialists in a departmental line whom the president requires as colleagues, but men who can take the kind of view he is compelled to take of the kind of problem with which he has to deal. The successful private lawyer - Mr. Ickes is a notable exception - can rarely think in this way; still less can the successful business man who is usually of little value in politics because that blending of wills in the give and take of compromise which is a large part of its essence is rarely a quality that distinguishes him. It is, above all, the quality the politician learns from handling matters of public responsibility. He comes to realize that words, there, are checks upon public account which there must be cash to meet, if credit is to be maintained. He learns, too, that decisions in politics differ from most decisions in private life, because they have to be defended with arguments that are certain to be attacked by the other side with all the resources at their disposal. That is why I think the cabinet of politically trained men will be indispensable to any president who is not himself so extraordinary that he could almost dispense with a cabinet altogether; and, Lincoln perhaps apart, there has been no such president in the history of the United States.

(também publicado aqui.)

publicado às 19:37

George Potamianos

por João Quaresma, em 30.05.12

Faleceu ontem, em Lisboa, o Sr. George Potamianos, empresário grego há muito radicado em Portugal, proprietário de uma das poucas companhias marítimas portuguesas e única no ramo dos cruzeiros marítimos, a Classic International Cruises, armadora do paquete «Funchal».

Será um nome pouco ou nada conhecido do grande público, mas que é incontornável do panorama marítimo português das últimas décadas por ter mantido a tradição e a presença portuguesas (ainda que com capitais gregos) no sector dos cruzeiros, e com grande sucesso e prestígio (para a empresa e para o país), com paquetes portugueses, tripulados por portugueses e registados em Portugal.

Em 1985, durante a última situação de falência iminente e intervenção do FMI, e quando o governo de Mário Soares extinguia a CTM – Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos e vendia a frota a preço de sucata (mesmo os navios com meia-dúzia de anos), George Potamianos conseguiu salvar o «Funchal», e manteve-o em actividade aproveitando o know-how e os recursos humanos que o governo português atirava para o desemprego. Em 1988, adquiriu também o maior paquete português de sempre, o magnífico Infante Dom Henrique (que já não existe).

Após quase quarenta anos de desmaritimização, na frota mercante portuguesa não há actualmente um único petroleiro, nem um único navio de transporte de gás (apesar da aposta no gás natural, e do facto de grande parte dele chegar até nós por mar), nem um único navio químico, nem um único navio de carga refrigerada, nem um único cargueiro de carga rodada, nem um único transporte de automóveis (por exemplo, toda a exportação da Autoeuropa segue em navios estrangeiros); há apenas um ferry de passageiros e veículos moderno; os poucos porta-contentores que existem são pequenos.

Mas há, ainda assim, paquetes com a bandeira portuguesa e isso deve-se a um cidadão grego, não apenas empresário mas amigo de Portugal e admirador das nossas tradições marítimas. Não surpreende, portanto, que George Potamianos nunca tenha recebido qualquer condecoração ou homenagem por parte do Estado Português, apesar dos esforços nesse sentido feitos junto da Presidência da República.

À família enlutada e à Classic International Cruises endereço as condolências, com gratidão e a certeza de que a obra será continuada.

publicado às 22:30

Este país não é para liberais

por Samuel de Paiva Pires, em 10.12.10

socialismfortherich.jpg

Leio. Fico incrédulo. Rio-me. A razão? A idiotice de criar um fundo com o dinheiro dos contribuintes, para financiar os despedimentos realizados no sector privado. Ora vejamos:

 

O objectivo é criar condições para que as empresas deixem de usar os elevados custos dos despedimentos como justificação para não criarem novos postos de trabalho e, ao mesmo tempo, tentar influenciar os indicadores internacionais que colocam Portugal no topo dos países onde os despedimentos são considerados mais dispendiosos.

 

Estamos perante mais uma daquelas medidas perpassadas por alegadas boas intenções - sempre, claro está, à custa do erário público. Contudo, para não variar, continuamos a ser governados por indivíduos que deliram com a engenharia social. A política, feliz ou infelizmente, não é experimental. Não se podem controlar os efeitos de determinadas medidas como se estivéssemos num ambiente laboratorial. O reconhecimento das limitações da capacidade de entendimento humano deveriam tornar qualquer governante num indivíduo cauteloso e estudioso quanto às políticas que pretenda implementar. Em vez disso, em Portugal, temos demagogos que se filiam nas piores tradições da engenharia social, escudando-se nas suas boas intenções, esquecendo que em praticamente tudo na vida, e na política ainda mais, os resultados de qualquer acção irão sempre para além dos objectivos iniciais e, principalmente, terão sempre efeitos não previstos à partida. Estas boas intenções deveriam ser ainda mais refreadas, considerando que as expensas ficam sempre a cargo dos mesmos:

 

Caso a ideia vá por diante, e segundo o PÚBLICO apurou, a intenção do Governo é manter o valor das indemnizações por despedimento actualmente previstas no Código do Trabalho e transferir para esse fundo a responsabilidade pelo pagamento da indemnização ao trabalhador. A forma como o fundo será alimentado é outra questão que está por definir, mas deverá contar com as contribuições das empresas e, possivelmente, com dinheiros públicos.

Está nos livros que os adeptos da engenharia social normalmente preferem criar mais leis e burocracias em vez de tentarem diminuir as mesmas e os efeitos nefastos que estas têm. O mesmo é dizer que em vez de flexibilizar a legislação laboral, no que concerne às indemnizações no caso dos despedimentos, o Governo complica ainda mais o mercado de trabalho, pretendendo imputar à sociedade em geral - leia-se, empresas e contribuintes líquidos para o Estado - um custo que é imposto aos privados pela legislação que o próprio Estado criou! Ou seja, parte da riqueza criada pelos privados será tributada pelo Estado, que a utilizará para financiar despedimentos!

 

Escusado será dizer que parte dos empresários portugueses, muitos destes sempre à espera do Estado para os amparar, já se manifestaram favoráveis à ridícula ideia.

 

Agora resta esperar para assistir a novas distorções de mercado, cujos efeitos só serão conhecidos bem depois da aplicação desta medida. No fim, são sempre os mesmos os prejudicados: contribuintes (empresas e indivíduos) e trabalhadores.

publicado às 21:52






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