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Continuem a discutir a quinta via, a sexta-feira, o Coentrão (150 mil likes, senhores), a direita coesa, a esquerda ex-livre, a bruma que proíbe os chinelos, o PSI-20, as notícias com três dias de atraso, e dancem, sobretudo dancem, riam, divirtam-se, jantem às onze da noite, paguem trinta euros por gin, deixem comprar areia, votem, ou que merda vos fizer felizes.
Mas por todos os santinhos, não mudem agora. Continuem.
O Observador começa mal, publicando artigos de opinião onde se perpetua a apologia da infantilização, extensível a alunos, pais dos alunos, professores, e qualquer dia a todo o cidadão que não tenha enveredado pela clarividente via das Ciências Sociais, passe a contradição nos termos.
A troika saíu? Somos os maiores. Um Rock in Rio maior que o do próprio Rio, árvores de Natal interactivas, exportação de escultores sonoros, e agora o maior gin tónico do Mundo.
Entretanto, alheio à Tailândia, ao Vietname, a Chipre, à Grécia, à Ucrânia, aos Balcãs submersos, e por incrível que pareça até às escolhas de Paulo Bento, o Sol preocupa-se com a aparição de uma aparição.
E ainda há quem se interrogue sobre as causas da degenerescência deste país?
Ide apanhar ar. O que farão os media com 6 mil milhões de euros fresquinhos para estoirar, se agora já valem zero?
Adenda, porque não aguento o riso: entre trancadas no Português e arranque pela rama, também há quem reproduza os delírios unicórnicos do PAN.
Por falar em Itália...
A produção industrial em Itália caíu 1.1% por comparação com o mês passado, sendo agora de -6.2% por comparação com o ano passado. A estimativa da Reuters era de -0.2% (mensal) e -4.3% (anual).
O spread da dívida italiana (BTP face aos "Bunds") continua a subir, rumo ao lugar que lhe é devido perto dos 500 e tal pontos base.
A procura interna manteve-se em queda, apesar do aumento das exportações (parece que estou a ler um jornal português sobre Portugal, mas não, estou a citar da Business Week e é mesmo sobre Itália) com a confiança dos consumidores a atingir o nível mais baixo desde 1996 nesta que é a quarta recessão daquele país depois de 2001.
Mario Monti está de saída. Não é inesperado, com a perda de apoio por parte do PDL de Berlusconi, e eleições à espreita dentro de poucos meses, que Berlusconi não vencerá de maneira alguma, embora não seja despicienda a posição de charneira que Bunga-Bunga deverá conquistar e manter.
A Itália é de todos os países da zona euro aquele que mais ganharia com o regresso a uma divisa própria, além de trazer às costas uma dívida pública perfeitamente irresgatável, que só pode ser gerida (a única coisa que deve fazer-se a uma divida soberana, de acordo com o Anacoreta de Paris) se Itália estiver fora do jugo da moeda única.
A norte, importa perceber o que vai fazer Mark Carney, outro Goldmanita, ao leme do Banco de Inglaterra. Próximo capítulo.