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É curioso que Estrela Serrano não veja qualquer problema na existência de um gabinete governamental cuja acção, desconhecendo-se os seus moldes, poderá muito bem ser inconstitucional e ilegal. Mas quanto a essa parte dos meus posts, que é a ideia central que me preocupa e deve preocupar quem defende o Estado de Direito, Estrela Serrano nada diz. O que não deixa de ser curioso se nos recordarmos que o consulado socrático foi useiro e vezeiro na utilização destes meios, de que o Câmara Corporativa, pago com o dinheiro dos contribuintes, era apenas a face visível, e se nos recordarmos ainda que Estrela Serrano fez parte da ERC durante estes anos em que nunca como antes na curta história da III República a liberdade de imprensa foi tão afrontada e condicionada. Vivem-se tempos interessantes em Portugal. Interessantes e perigosos.
Leitura complementar: (posts da série Vamos supor que o governo tem um gabinete só para monitorizar blogs): Um; Dois; Três; Quatro; Cinco.
«Miguel Relvas ilibado pela ERC. O documento final só será votado quarta-feira, pelo conselho regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação social. Mas, na versão provisória, não se dá como provada a alegada pressão do ministro Adjunto ao jornal "Público".»
Mas alguém esperava outro resultado que não este?
Foto de Luis Nunes Alberto
Se me dessem 32 minutos para responder a uma pergunta, das duas uma, ou eu adormecia ou adormecia o perguntador. Afinal queixa-se de quê?
«O meu velho ensinou-me uma máxima: se faz quá-quá e se abana o rabinho , então é bem capaz de ser um pato. E, neste caso do Público, há mesmo uma multidão de penas em redor do dr. Relvas. O problema não é a ameaça do blackout ao Público, uma hipótese meramente académica que infantilizaria, caso fosse concretizada, todos os membros do governo. O problema está na hipotética ameaça à vida privada de uma jornalista. As pressões são coisas normais no jogo entre o poder democrático e contra-poder jornalístico. Mas a retaliação sobre a vida pessoal de uma jornalista não é uma pressão. É uma entrada a pés juntos que dá direito a vermelho. Nenhum erro de um jornalista merece semelhante tratamento. Se for verdade, Relvas passa a ser o patinho feio, isto é, deixa de ter condições para ser ministro. Vem nos livros.
Neste momento, a procura da verdade está naquele duelo clássico: palavra da jornalista versus palavra do ministro. Quem é que poderia resolver este frente-a-frente? A ERC. Sucede que a ERC não vai resolver nada, porque esta instituição foi desenhada para obedecer ao dono. Em 2008, numa das crónicas de sábado, escrevi que "o lápis cor-de-rosa", a ERC, "será, um dia, o lápis cor-de-laranja".»
Anda para aí uma confusão entre Gabriel Silva e Estrela Serrano, membro da ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação - será só a mim que este nome soa orwelliano? Até dá arrepios...), como se pode ver aqui, ali (resposta de Estrela Serrano), acolá e ainda a adenda.
No meio disto tudo, o melhor post é mesmo do Maradona:
... o que eu gostava que a Estrela Serrano, da ERC, me mandasse um mail e que pedisse para que, em nome da "liberdade de expressão", eu o publicasse no "corpo" do meu blogue! Gostava tanto, tanto, tanto. Eu até acho que o Gabriel Silva podia fazer um workshop desta merda: "Dez conselhos para que uma gaja qualquer da ERC invoque estupidamente a liberdade de expressão para impingir textos merdosos em blogues alheios". Doutora Estrela Serrano...quer fazer um homem feliz, quer poder sentir as suas mãos a passar nas minhas pernas? Mande-me uma cartinha para "o corpo" do meu blogue.... nem precisa de ser em nome da "liberdade de expressão", pode ser em nome doutra merda qualquer, em nome do Quim ou assim.