Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
(Palácio Presidencial)
Excelente conferência, com oradores de luxo, e pitoresca e engraçada a cidade de Bratislava. Nada como nos dois filmes que todos os visitantes da Eslováquia têm como referência, Hostel e Eurotrip. Moderna, desenvolvida, limpa e cuidada. Mas será o Soska quem melhor poderá elucidar os leitores sobre a cidade, tendo em conta que eu só lá passei 5 dias e que ele viveu lá durante algum tempo. No fim de semana conto deixar por aqui um artigo sobre a conferência e temáticas relacionadas com a agenda actual da NATO.
(vista sobre o Danúbio e Novy Most - Ponte Nova)
High-profile persons of world politics will attend one of the biggest international security conferences in the history of Slovakia. Bratislava will welcome several defence ministers, permanent representatives to NATO, U. S. Assistant Secretary of Defense, advisor to the Russian president and well-known analysts and experts both from Europe and America.
Among others, one of the most awaited keynote speakers will be the new Secretary General of NATO Mr. Anders Fogh Rasmussen who – during one of his first public appearances – is expected to deliver his vision on the future of the Alliance. The interactive panel discussions of the conference will be chaired by experienced journalists from The Financial Times and The Economist.
The international security conference entitled „New Challenges – Better Capabilities“ is organized as the accompanying event of the October NATO Defence Ministers Meeting in Bratislava. During the two-day conference, participants from more than 30 countries will discuss key security problems of nowadays. The question of the future of NATO – Russian relations, the impact of the economic crisis on defence budgets as well as cyber defence will be touched upon in the course of the respective conference panels. The focal point of the conference will represent the currently prepared new Strategic Concept of the Alliance, on formation which Slovakia is involved for the first time.
The two-day event is organized by the Slovak Atlantic Commission in cooperation with the Ministry of Defence of the Slovak Republic, Ministry of Foreign Affairs of the Slovak Republic and NATO Public Diplomacy Division and will be held in the historical building of the National Council of the Slovak Republic in Bratislava.
Bratislava, October 12, 2009
Slovak Atlantic Commission
More information at www.ncbc.sk
A 8 de Fevereiro de 2008 rumava Bratislava.
Decidido a mudar de vida, mudar de ares e pelos amores.
Um ano...
Um ano que começou bem, que a meio se revelou ser o pior da minha vida, mas que de novo em boas graças findou.
Agora por Varsóvia. Ansioso por saber o que o futuro (me) nos reserva.
Que venha o próximo 8/Fev.
Caríssimos,
A aventura pela Eslováquia termina hoje. A partir da próxima semana deverei estar já na Polónia. Aceitam-se sugestões de emprego, que a procura individual vai árdua. Até pelo menos quarta-feira ficarei sem internet. Cumprimentos aos leitores.
O referendo irlandês parece ter aberto a questão da viabilidade da ratificação do Tratado de Lisboa. Se o argumento de Kaczinsky se torna numa mera desculpa circunstancial e de nítido aproveitamento da inesperada oportunidade, as notícias que chegam de Praga colocam o problema noutro patamar.
O eurocéptico Vaclav Klaus declara não se identificar com esta União gizada "à francesa" e na aparência, as suas palavras limitam-se ao reconhecimento do fracassado exercício de unânime aceitação do plano estabelecido pelos chamados Grandes (Alemanha, França, Itãlia, Espanha e o reticente R.U.).
Tal como disséramos no anterior post referente à Polónia, os checos situam-se numa área geográfica onde o equilíbrio do poder se desintegrou após a dissolução da URSS e do Pacto de Varsóvia. A própria partilha da antiga criação versalhesa - a Checoslováquia - em duas identidades estatais independentes, consistiu na consagração do reconhecimento do fim da carta europeia estabelecida pelos vencedores de 1918. De facto, do cordão sanitário imposto pela França à rival Alemanha - Polónia, Checoslováquia, Jugoslávia e grande Roménia -, pouco ou nada resta. Estado com um peso demográfico e económico de algum relevo, a Checoslováquia foi a principal beneficiária do desmembramento do império austro-húngaro, concentrando no seu território, a parte vital da indústria imperial e uma situação estratégica de absoluta e excepcional importância para os franceses. Os Acordos de Munique (1938) indiciaram claramente a fragilidade da realidade multi-étnica, pois a poderosa minoria alemã - habitante do vasto arco dos Sudetas - jamais fora consultada quanto ao seu destino, forçada a permanecer ligada ao corpo estranho de um Estado no qual não se reconheceu. Um caso paralelo ocorreu na zona oriental, pois a Eslováquia abrigava uma importante minoria húngara e o distrito polaco de Teschen, compondo-se finalmente o mosaico, com a inclusão de uma parte de maioria ucraniana, a Ruténia Subcarpática. Munique colocou a Boémia-Morávia nas mãos do Reich e de imediato, a Eslováquia torna-se num Estado independente, cedendo à Hungria os distritos reivindicados por Budapeste. Num breve hiato de alguns meses, a França via esfumar-se o seu mais importante e poderoso aliado na Europa Central, enquanto a Alemanha adquiria recursos materiais e uma posição de grande conforto estratégico-militar que lhe permitiu a satelitização da Roménia e da Bulgária.
O resultado da II Guerra Mundial restaurou uma Checoslováquia amputada da Ruténia - cedida à URSS - e procedeu-se à coerciva expulsão dos três milhões de alemães, tal como ocorrera nas províncias orientais prussianas, que reverteram para a administração polaca.
A Checoslováquia consistiu num importante posto avançado do Exército Vermelho e a revolta e consequente repressão em 1968, demonstraram a firmeza soviética em conservar a ameaça sobre o dispositivo central da NATO na Alemanha Federal, sendo o exército checo dotado de substanciais meios e atribuições num hipotético cenário de conflito.
A liquidação do Pacto de Varsóvia e o desmoronamento do império vermelho, ditou o recrudescer das ambições do separatismo eslovaco, que conseguiria reeditar em fronteiras sensivelmente idênticas, a república eslovaca de monsenhor Tiso, aliada de Berlim em 1939-44.
A verdadeira questão que hoje se coloca aos checos, consiste nas hipóteses que terá a sobrevivência de uma política independente e consentânea com o seu estatuto de Estado recente e de reduzida dimensão. Quando Bismarck declarava Praga como a chave do controle de toda a Europa central e oriental, formulava este princípio, baseado na existência da grande massa territorial - e aliada - do império austríaco, um contraponto à Rússia e ao próprio II Reich. A situação é hoje muito diferente e os checos só podem esperar compreensão para os seus desígnios mais básicos de existência, olhando para lá do cabo da Roca e do espaço atlântico, onde os EUA não deixarão decerto, escapar a oportunidade de colocar vitais peças no complexo xadrês que disputa o controle da passagem e acesso às matérias primas que a Ásia Central prodigaliza. Desta forma, a até hoje platónica União Europeia encontrou no seu próprio seio, os previsíveis focos de resistência à instauração da política de conhecido teor e ambição continental que ditou a eclosão de numerosos conflitos pela hegemonia.
Nada de novo, na frente oriental.