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O petismo é, de facto, um poiso de petralhas, para usar o jargão do indispensável Reinaldo Azevedo. Só isso explica o porquê de a "presidenta" do Brasil, Dilma Rousseff, ter estado, em primeiro lugar, com António José Seguro e Mário Soares aquando da sua chegada ao país. Há gestos que definem um(a) político(a). E este foi um deles. Misturar uma visita de estado com lamechices de cunho político-partidário é tudo, mas rigorosamente tudo o que um chefe de Estado não deve fazer. Se não ensinaram isso a Dilma, lamento. Ainda para mais sabendo que tem no elenco governativo que lidera um diplomata da estirpe de António Patriota. Mas adiante. A única questão que importa colocar é saber se Aníbal Cavaco Silva, chefe desta República da treta, teve a coragem suficiente para fazer o devido reparo à dita "presidenta". Duvido que o tenha feito. Cavaco não sabe o que significa a palavra coragem. Nunca soube. Quanto a Seguro, a única coisa que me apraz perguntar é o seguinte: no grupo de Bilderberg também se ensina a tripudiar o protocolo de visitas de Estado? Provavelmente, sim. A esquerda lusófona é mesmo uma súcia. Valha-nos Deus.
O Samuel resumiu, a meu ver, bastante bem a essência da coisa: de facto, e sem querer maçar-vos, uma coisa, legítima e até benfazeja, é o uso de um slogan ou de uma canção para, simbolicamente, interromper um discurso político. É questionável? Sim, é, mas é legítimo como arma de intervenção política. Não alinho, pois, no coro da direita que critica este tipo de gestos - estou bem longe, longíssimo se quiserem, de me rever nas figurinhas que protagonizaram aqueles cânticos. Outra coisa bem diferente é a banalização deste tipo de gestos que, como é óbvio, acaba por prejudicar grandemente o objectivo subjacente aos mesmos. É que podem estar certos de uma coisa, caros cantautores da treta: terem permitido, com a vossa leniência, que Relvas exercitasse impunemente os seus dotes vocais só provocou, junto dos portugueses, a vossa descredibilização perpétua. Ninguém fica impune quando a verve bonjoviana de Relvas é estupidamente estimulada.