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O episódio que passou hoje de The Walking Dead na Fox (11.º da 2.ª Temporada, "Judge, Jury, Executioner") é das melhores coisas que vi nos últimos tempos. É uma soberba representação do estado de natureza hobbesiano, de onde se destaca a reunião em que decidem da vida ou morte de um prisioneiro, em que apenas um dos elementos do grupo se pronuncia favorável à vida, lembrando a todos que optar pela execução de alguém para prevenir um eventual crime em que este pode nunca incorrer contraria a noção de civilização prévia ao holocausto de zombies. É o instinto de auto-preservação de um grupo contra a obstinação idealista de um só, que normalmente estaria correcta, mas que é mais do que colocada em causa no contexto do estado de natureza hobbesiano.
Steven Pinker, citado em A Brief History of Liberty, de David Schmitz e Jason Brennan (Wiley-Blackwell, 2010, p.36):
"Many intellectuals have embraced the image of peaceable, egalitarian and ecology-loving natives. But in the past two decades, anthropologists have gathered data on life and death in pre-state societies rather than accepting the warm and fuzzy stereotypes. What did they find? In a nutshell: Hobbes was right. Rousseau was wrong".