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Chá das cinco ou facas longas?

por John Wolf, em 04.06.17

 

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Inicio este post com um disclaimer (logo dois termos em inglés, que maravilha!): não é este o mundo que eu desejo, MAS, o que aí vem é inevitável se os governos pretenderem exercer uma das suas prerrogativas - garantir a segurança dos seus cidadãos. Embora haja a tentação do discurso integracionista do chá das cinco, que se inspira nos cânticos da multiculturalidade e da semelhança dos próximos, a verdade é que a crueza dos factos determinará outras sortes. Iremos assistir à israelização securitária das metrópoles, à instalação de checkpoints em pontos nevrálgicos das cidades europeias e acessos às mesmas, a acções de varrimento percepcionadas como aleatórias, à proliferação de uma administração policial com mais poderes discricionários e autonomia no que diz respeito à tomada de decisões, à intensificação de processos sumários judiciais legalmente enquadrados, ao desenvolvimento do conceito de vigilantes de bairro, à integração europeia de agências de inteligência e ao desenvolvimento de tecnologias de track and trace de potenciais terroristas que serão monitorizados preventivamente. Bem-vindos ao mundo novo, orwelliano dirão alguns, mas sustentado na noção de lesser evil, e provavelmente justificável. A questão que se coloca diz respeito à sobrevivência civilizacional, a liberdades e garantias, à democracia. Enquanto gira a tômbola do próximo ataque terrorista, decisões incómodas terão de ser tomadas, custe a quem custar, doa a quem doer. Estas noções transcendem ideologias ou posicionamentos partidários. Os ataques terroristas produzirão, com variantes discutíveis, um alinhamento político inédito. A Esquerda e a Direita, o norte e o sul, terão de concordar. O inimigo irá gerar consensos improváveis, mas necessários. Obrigatórios. Será uma escolha entre o chá das cinco e as facas longas.

publicado às 20:46

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Não vale a pena enunciar todos os pressupostos e axiomas que configuram a equação terrorista. O ataque ocorrido em Manchester faz parte do mesmo guião de danos que já assolou cidades como Berlim ou Paris. No rescaldo do evento dramático que atingiu aquela cidade britânica, todas as antenas mediáticas do mundo tentavam relevar os aspectos logísticos que conduziram ao desfecho trágico. Retenho umas passagens bizarras apresentadas na Sky News. Perguntava-se a um especialista em segurança porque não tinha havido um controlo à saída do recinto. Este tipo de raciocínio assemelha-se em muitos aspectos àquele aplicado às consequências do Brexit - depois de casa roubada, trancas à porta. Entramos, deste modo, numa nova fase preocupante respeitante à segurança dos cidadãos europeus. O adversário, Estado Islâmico, ou congéneres de inspiração análoga, parecem ter elevado a fasquia do impacto. Foram crianças, meninas e meninos, em idade pré-doutrinal, as vítimas da operação hardcore. Ouso inaugurar um conceito que ainda não escutei nos meandros geopolíticos ou académicos: pedo-terrorismo. Ou seja, acções terroristas levadas a cabo com a vil intenção de anular a descendência do adversário. Esta nova dimensão vai implicar uma abordagem securitária com uma natureza muito mais premente. As crianças brincam, mas estes inimigos não andam a brincar.

publicado às 17:49

Verbrecher element

por Nuno Castelo-Branco, em 13.04.17

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 Dizem estar sob custódia e a propósito do crime de anteontem, um reconhecido jihadista que todos temos  a pavorosa impressão de  ter visionado em numerosos vídeos do E.I., protagonizando cenas indescritíveis que a escabrosa e ilegal censura oficial prefere não divulgar. Ao contrário da cada vez mais insuportável praxis do politicamente correcto, deveremos todos ver as imagens com atenção, ficando assim cientes da solução final que nos estará destinada no caso da sua vitória na Europa. As suas faces estão por todo o lado, são perfeitamente reconhecíveis e os até agora considerados competentes serviços de informação sabem bem quem são.

O que se exige? Uma punição absoluta, eliminando-os do nosso convívio. Ousam regressar porque nos consideram timoratos, relaxados e alvos fáceis. Disso se gabam abertamente. Ora deseganemo-los de uma vez por todas e tornemos a posição bem clara: não há entre nós, na Europa, um único lugar para eles.   


Dado o que até aos nossos dias de forma ultrajante tem ocorrido com o evidente simulacro de justiça vigente na há muito chantageada Alemanha, não é justificável a manutenção das actuais leis da protecção da nacionalidade e de tudo o que o estatuto de nacional do país X ou Y significa.  Ainda há escassos dias uma irresponsável do governo sueco ousou sugerir o "início de preparativos para a reintegração social de todos aqueles que alegremente partiram para o Próximo Oriente". Impossível, é uma posição grotesca a roçar o crime.

São estes verbrecher element plenamente reconhecíveis não apenas através das imagens em que sorridentes surgiam ao lado das suas desgraçadas vítimas cortadas em pedaços ou abertamente escravizadas, como também - e isto é equivalente - pela opção consciente e livremente tomada. São um colectivo, logo colectivamente devem ser responsabilizados. Todos, sem hipótese de qualquer excepção.

Nenhum deles desconhecia o que estava a acontecer nos territórios dominados pelo Estado Islâmico. Todos, todos eles tomaram prévio conhecimento dos atentados aos direitos humanos, dos assassínios genocidas, do espezinhar dos elementares direitos das vítimas chacinadas. Eram voluntários, ansiosamente queriam participar nos crimes e partiram. Todos eles sabiam da existência de inacreditáveis torturas prévias à infalível execução com requintes de malvadez. Todos eles usaram e abusaram do poder que transitoriamente tiveram. Todos eles participaram ou gostosamente assistiram às queimadas humanas em levas da morte, às execuções sumárias, ao despenhamentos do alto de edifícios, afogamentos, degolas em praças ou matadouros, ou ao mais prosaico e secundário destruir de património. Regozijaram-se com a existência de mercados de escravos.

Ainda na Europa e diante dos ecrãs dos seus computadores, riram abertamente perante todas as atrocidades cometidas em nome não se sabe bem do quê e de que sacra-inexistência. Uma leitura na diagonal das mensagens trocadas a cada ocorrência trágica, confirmam o acima descrito. Não têm nem poderão alguma vez ter a menor hipótese de escapar impunemente.

Em suma, devem pagar pelos seus crimes e de uma forma radical, pesadamente.

Sob pena de enfrentarem a curto prazo aquilo que todos pensam como séria probabilidade, os governos ocidentais não podem dar-se ao luxo de exigir aos seus concidadãos ultrajados, mais o vergonhoso e aviltante sacrifício de não só os ter dentro de portas, como ainda serem obrigados a sustentar o seu parasitismo em prisões confortáveis e onde espalharão ainda mais os venenosos ensinamentos que lhes foram prodigalizados através de teclados e excitadas oras. Não!

A democracia significa o pleno acatar do Estado de Direito - em suma, aquilo que somos e queremos - por eles rejeitado. 

Não vertamos uma única lágrima pelos facínoras e voluntários companheiros de caminho, estejam eles aqui a opinar de forma mais ou menos ostensiva, ou lá, no Próximo Oriente. Devem permanecer onde estão, para onde para sempre partiram. Para sempre, em termos temporais signifique isto o que significar.  

publicado às 17:40

Façam a justiça….

por Nuno Castelo-Branco, em 26.07.16

 

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...de dar aos Estados o nome que escolheram. Quando a franja noroeste da Península Ibérica se auto-proclamou como país independente, auto livremente se denominou Portugal, com tal nome sendo conhecida até aos nossos dias. Quando a Holanda se auto-proclamou independente da coroa espanhola, fê-lo com o nome de Províncias Unidas e mais tarde, proclamada a Monarquia, como Reino dos Países Baixos. Idem quanto aos EUA, Bélgica, Roménia, Bulgária, Israel, todos os países latino-americanos, Guiné-Bissau (1973) e uma multidão de outros auto-proclamados: conservam hoje o mesmíssimo nome com que auto se proclamaram. 

Temos então um caso insólito e por sinal, sintomático do ponto a que a Europa chegou. Um país que foi criado em territórios pertencentes à Síria e o Iraque, possui um poderoso exército; um país que possui um ministério da propaganda e outros serviços inerentes à condição de Estado; um país que tem um dirigente e uma bandeira internacionalmente conhecida; um país que bate moeda e descaradamente procede a transacções internacionais e conta com a geral animosidade do Ocidente nos quais se engloba a Rússia, vê muito injustamente ser-lhe negada a denominação que ele próprio escolheu. É islâmico? É, qual a dúvida? É um embaraço? Nem por isso, apenas o sendo para o imperante espírito collabo - nomeadamente das autoridades francesas -, para os timoratos e fosquinheiros que pontilham os departamentos estatais europeus e pior ainda, para a genericamente imbecilizada e frouxa opinião, essa sim auto-proclamada  politicamente correcta

Pois deixemo-nos então de subterfúgios que à légua denotam fraqueza, temor e rendição própria dos appeasers e demos-lhe finalmente o nome: Estado Islâmico, o mesmo que hoje, ao cometer um ofensivo crime que lhe é tão comum e que conta com acções semelhantes e aos milhares no Médio Oriente - não na Europa -, acabou de ostensivamente declarar guerra à força mais poderosa do planeta. 

publicado às 17:52

Je suis Orlando

por John Wolf, em 13.06.16

Enquanto as Esquerdas e Direitas iluminadas cá do burgo discutem o correcto posicionamento em relação ao ataque terrorista ocorrido em Orlando na Florida, por causa da trictomia homossexualidade-arma de fogo-Estado Islâmico, convém relevar os seguintes pontos; na corrida presidencial dos Estados Unidos (EUA) quem mais vai beneficiar é Donald Trump. Há meses atrás, neste mesmo blog, referi este facto. Um ataque terrorista em solo americano serviria para validar a sua tese securitária, anti-islâmica e proteccionista -  e isso ajuda a sua campanha baseada no medo colectivo. No entanto, existem diversas dimensões que devem ser analisadas. Pelo que sabemos, nenhum dos gay que participava na festa latina na discoteca Pulse tinha em sua posse uma arma de defesa pessoal - lá vai pelo cano o anti-americanismo primário de que andam todos armados na América - pelos vistos estes não. Em segundo lugar, somos informados que o Federal Bureau of Investigation (FBI) já detinha um ficheiro respeitante ao principal suspeito - ou seja, os serviços de informação não foram irrredutíveis e competentes na triagem de vilões. Em terceiro lugar, o operacional ao serviço do Estado Islâmico (EI) acaba por colocar em prática cânones que precedem esta organização terrorista - o Alcorão é intensamente declarativo em relação ao seu desprezo pela homossexualidade. Em quarto lugar, as grandes teorias organizacionais em torno das ligações, comunicações e linhas de comando dentro da estrutura do EI não servem a causa de interpretação dos factos. O agente do EI em causa valida-se na sua missão de um modo remoto da Síria ou Iraque, apetrecha-se no mercado local de armas semi-automáticas, presta vassalagem aos senhores do EI e ainda informa as autoridades locais sobre a iminência de um ataque. Assistimos também a outro processo em curso. À segmentação do alvo. O grau de diferenciação que instiga aquele que perpetra o ataque a escolher uma sub-categoria de inimigo - os homossexuais -, revela uma maior sofisticação operacional. Será expectável, na senda da mesma lógica, outros modos de distinção. A saber, e por exemplo, um enfoque especial do EI em relação a organizações de defesa dos direitos das mulheres. Mesmo com a chuva de críticas de que tem sido alvo os EUA, as autoridades não produziram os discursos inflamados que a Europa desejava. Por outro lado, o grau de solidaridade europeu em relação aos eventos de Orlando parece ter sido mitigado por outros espectáculos, como aquele de Marseille. Não vejo muitos Je Suis Orlando por aqui. É mais bota abaixo bola acima. Os de cá não querem ser confundidos como sendo de outras equipas.

publicado às 13:56

Portugal brinca com fogo

por John Wolf, em 02.04.16

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Não revelo a fonte aliada de Portugal que me transmitiu o seguinte: os portugueses julgam que se encontram à margem das reais intenções do Estado Islâmico. À medida que os "hard targets" trancam as portas e apertam o seu grau de vigilância, os "soft targets" sobem na classificação de alvos apetecíveis. Portugal, de acordo com esse critério, preenche os requisitos da efectiva tangibilidade. Está à mão de semear. A mentalidade colectiva sempre reforçou a falsa premissa - isso é lá com eles. Mas existem mais pedras no sapato. As guerrinhas domésticas, que afligem os organismos e as estruturas, alegadamente com responsabilidades maiores na implementação de modelos securitários. As quezílias e dissabores que parecem ter sido instigados pelas mais recentes decisões governativas confirmam os nossos maiores receios. O inimigo é doméstico. A politiquice é uma espécie de fundamentalismo que afasta e extingue a competência daqueles que deveriam implementar modelos de gestão de ameaças e exercer as suas funções sem o ónus das filiações ideológicas ou partidárias. Exige-se ao actual primeiro-ministro que saiba estar à altura da realidade geopolítica, que entenda que não temos tempo para brincar com fogo.

publicado às 11:46

Esganiçados da União Europeia

por John Wolf, em 28.03.16

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Passei uns dias em Madrid. Três noites bastaram para arejar a cabeça e ganhar distância em relação à pequena política de esganiçadas ofendidas ou feriados reconquistados pelos campeões socialistas. Há mais vida (e morte) para além do sórdido local. Karl Marx escreveu o seu Manifesto Comunista em Bruxelas e podemos afirmar, sem reservas, que foi um sucesso notável. A capital belga é um emaranhado de 19 bairros administrativos, uma torre de Breugel de burocracias e gastos despropositados. Mas dizem salvar o orgulho "nacional" por via da intransigência dos idiomas, do flamengo ao francês, passando pelas casas políticas dos socialistas valões, os democratas-cristãos ou os nacionalistas do norte. Contudo, a manta de retalhos de Bruxelas não fica entre portas. A sua vocação disfuncional confunde-se com a da própria União Europeia. Porém, não se sabe ao certo qual o sentido da contaminação. Se os comissários europeus se inspiraram nas virtudes nativas ou se Bruxelas impôs a sua cultura letárgica às instituições comunitárias. O tema de constructivismo político permite as mais variadas interpretações. Podemos, no entanto, concluir, que não seremos os únicos observadores das brechas da alegada construção unionista. Os jihadistas sabem muito bem onde fraqueja a ambição europeia, e Molenbeek, tratado pelos media como um gueto, não é um banlieu à distância de duas horas. Da rue Dansaert (Av. Liberdade dos Gucci e Armani lá do sítio) ao coração das comunidades muçulmanas marroquinas é um tiro - quinze minutos chegam. Pelos vistos a paz e prosperidade de Robert Schuman e Jean Monnet não bastaram. Cometeram-se erros crassos de leitura histórica. A França e a Bélgica (e muito pouco da Alemanha) foram impérios coloniais e não terem pensado o conceito de construção da Europa sem levar em conta o seu legado implica algum teor de responsabilização. Portugal, também grandiosamente imperial, fez um trabalho mais interessante. Os angolanos, os cabo-verdianos ou os moçambicanos, são "portugueses" no modo equivalente com que estabelecem relações cordiais com os seus "anfitriões". Nessa medida, Portugal deve ser considerado um caso de sucesso. A língua é a mesma, e as gentes entendem-se. Na Bélgica, os flamengos não sabem ou recusam falar francês, e ainda têm de levar com aqueles que falam alemão na região de Liége. A monarquia, a suposta cola de contacto das divergências, também não serve de grande coisa. Em suma, a grande questão de integração, que aflige os espíritos iluminados de uma esquerda baudelairiana, deve ser encarada de um modo frontal, mas dirá mais respeito aos da casa do que àqueles de proveniência excêntrica. Os estrategas do Estado Islâmico são porventura muito mais inteligentes do que os eurocratas ou qualquer eurodeputada que se chame Marisa Matias. Conseguiram arrestar a entrada de políticos na capital belga. Simplesmente fecharam o aeroporto de Zaventem, enquanto pacifistas europeístas descartam informação importante fornecida pelos serviços de inteligência turcos. Portugal, com Marrocos aqui tão perto, está obrigado a acautelar-se. Não sei qual o grau de superficialidade dos jornalistas da praça portuguesa, mas parecem omitir a taxa de radicalização dos marroquinos no bairro de Molenbeek, que é, como sabemos, das mais altas. No meu regresso via Barajas em Madrid, confirmei os meus piores receios. A Europa parece estar à espera que a próxima aconteça. Existe luz ao fim do túnel. Mas não é essa.

publicado às 13:13

Comprovado conluio entre ISIS e Turquia

por Pedro Quartin Graça, em 25.03.16

 

Este  é um documentário bastante elucidativo da RT que põe a nú a "verdade oficial" de Ancara e demonstra a "economia negra" que existe entre os terroristas islamitas e a Turquia. A entrada desta última na União Europeia seria, pois, a oficialização da entrada da raposa no galinheiro e lança seriíssimas dúvidas sobre a colaboração financeira da UE com os turcos.

publicado às 12:17

Os filmes do Costa

por John Wolf, em 15.02.16

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António Costa não foi o primeiro nem será o último. A história dos filmes de propaganda quase que nasce ao mesmo tempo que os irmãos Lumière, mas foi Leni Riefenstahl que elevou ao quadrado o poder de fogo da comunicação política, ideológica. A transmissão unilateral permite negar a resposta de um provável interlocutor. Define de um modo intransigente os termos do contrato de argumentação democrática. O veículo de media que Costa  parece estar a usar com cada vez maior frequência, resulta de uma necessidade sentida. Trata-se de um mecanismo de defesa de um primeiro-ministro que menospreza os locais onde os seus detractores o poderiam agarrar e confrontar com certas contradições conceptuais ou de outra natureza. O complexo de hemiciclo, que parece afectar-lhe as articulações, torna o debate aberto no espaço do Parlamento uma inconveniência. Deste modo, é mais fácil atirar postas ao ar que não terão resposta directa - a ver se pega. Entramos numa fase parecida com aquela dos "cartazes de campanha" que deram para o torto do absurdo, só que desta vez o homem é governo. Acresce ainda outra dimensão de insensatez e de mau conselho de comunicação política. É o Estado Islâmico que detém o maior share de audiências no que diz respeito a videos-propaganda. Não fica bem lançar estes filmes enigmáticos. Para além disto tudo, António Costa não nasceu para cinema, muito menos para castings. Bem que pode passear-se por Berlim, a ver se os ursos lhe pegam o bicho da persuasão, mas os videos remotos são a perfeita expressão de hibernismo político, de alguém que prefere o diktat à contestação às claras. Já bastava terem cancelado a conta-sátira do twitter.

publicado às 19:14

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Esta é para aqueles que me acusam de estar sempre a bater no (mesmo) velhinho. Já disse, e torno a dizê-lo, a ideologia e os partidos, pouco ou nada têm a ver com a minha suposta acutilância crítica. Quando se levanta a poeira em torno da nomeação de assessores para o primeiro-ministro, devemos fazer uma pausa, respirar fundo e olhar à nossa volta. António Costa pode ser amigo de ocasião de Marisa Matias e companheiro de pesca de Jerónimo de Sousa, mas sendo astuto e realista, sabe que as propostas peace and love dos parceiros do tempo novo não servem os tempos perigosos que atravessamos. A segurança interna e a defesa são dimensões que exigem cuidados acrescidos. O primeiro-ministro está certo, neste caso. Contudo, esta decisão não fará descarrilar a inevitabilidade da torrente de ameaças que pairam sobre as nossas sociedades. As nomeações em causa podem contribuir para uma outra dimensão pré-conceptual - a agilização e a partilha de informação entre os diferentes corpos e entidades em causa. Eu teria ido mais longe. Teria constituído um conselho de segurança interna para agrupar em torno da mesma mesa as chefias das diversas polícias e organismos com vocação securitária ou não (ASAE, SEF, Protecção Civil e Polícia Marítima, a título de exemplo). Mas sabemos que muitos destes organismos não se entendem - há colisão das respectivas hierarquias e excessivas lealdades políticas. Basta ser um cidadão comum para perceber que a Polícia Municipal e a PSP não se embrenham de um modo fluente e natural. O polícia municipal é excelente a guardar a betoneira da obra na via pública, mas não me parece que esteja atento à missão policial no seu sentido mais abrangente. Se o trânsito estiver emperrado, este nada faz - não é com ele (pediram-lhe para guardar a grua). Em suma, falta a Portugal, um país pequeno e de fácil interpretação logística, a plena integração de todas as forças, a consubtanciação da reciprocidade de objectivos e missões. Não sei se António Costa tem noção destas disparidades e separação de águas, mas o ambiente geopolítico e a probabilidade da ocorrência de eventos fora de caixa, obriga o governo a pensar holisticamente. Sim, eles andam aí. Alguns políticos e uma mão cheia de terroristas.

publicado às 08:43

A pacifista Marisa Matias

por John Wolf, em 04.01.16

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Marisa Matias não tem a mínima ideia de como os EUA perderam a guerra do Vietname. Existe algo mais poderoso do que o financiamento de máquinas de guerra. Chama-se a isso a "vontade guerreira". Quando a candidata a presidente da república portuguesa se opõe veementemente à intervenção militar contra o Estado Islâmico (EI), esquece que militares nacionais já estão presentes em mais de 20 cenários de conflito. Por outras palavras, Portugal já é campeão da defesa dos valores democráticos, e, nessa medida, já está envolvido na derrota dos ideais totalitários do EI. Para se abster de participar na construção securitária do mundo livre, Portugal teria de se retirar de todos os cenários de guerra ou conflito em que participa, nas várias modalidades operativas ou de treino. Se existe país com um património militar assinalável, esse país é Portugal. Embora a lógica de remoção dos meios de financiamento do EI faça parte da grande estratégia, por si só não bastará. Não conheço a estirpe de idealismo perigoso que se infiltrou no espírito ingénuo da pequena Marisa, mas existe algo a que já assisti inúmeras vezes. Geralmente os pacifistas de inspiração woodstockiana são os piores quando a coisa corre mesmo mal. Viram o disco muito rapidamente para tocar outra música. Por outro lado, as revoluções de veludo do Leste Europeu, as transições de regime que ocorreram sem grandes incidentes com o descalabro da União Soviética, aconteceram desse modo suave com dinheiros. E não foi um dinheiro qualquer. Sabemos que o grande especulador George Soros esteve por detrás da construção democrática em países como a Húngria ou a República Checa. Talvez a Marisa Matias queira ir mais longe na exploração do seu conceito de saldo bancário nulo do EI. Talvez possa propor, quando não for primeira-dama, o financiamento da transição do regime de genocídio do EI para uma modalidade colectivista de Esquerda social. Marisa Matias esquece que foram guerras de libertação que lhe concederam o dom da palavra e da liberdade de expressão. Churchill não era membro do Bloco de Esquerda. Mas poderia ter sido.

publicado às 09:05

Terrorismo: o novo pilar da União Europeia

por John Wolf, em 21.11.15

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A Europa, ou mais correctamente, a União Europeia (UE), enfrenta dilemas de vária ordem. A questão securitária passou a ocupar a primeira fila do teatro de operações políticas. Enquanto escrevo estas linhas, no coração da UE, militares belgas patrulham as ruas de Bruxelas na expectativa negativa de ataques terroristas semelhantes àqueles ocorridos em Paris há uma semana serem reeditados. A Política Externa e de Segurança Comum (PESC) fora concebida como um dos pilares de sustentação do projecto de construção europeu, mas ao longo das últimas décadas, não se desenvolveu uma efectiva estrutura de defesa pan-europeia. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) existia para a eventualidade de um ataque a um dos seus Estados-membros, e o Artº 5 definia claramente o âmbito da reciprocidade do mecanismo de defesa. Os europeus, encostados à aliança transatlântica, tornaram-se desleixados e inconsequentes, e foram incapazes de atingir a maturidade e a independência securitária que seria de esperar de um projecto político desta envergadura. Mas a União Europeia está a acordar repentinamente para uma realidade que exige grandes doses de pragmatismo. Uma doutrina de segurança da UE, deve, nessa medida, ser urgentemente definida e com um intenso sentido estrutural. O acordo de Schengen, nascido no ambiente festivo do livre movimento de pessoas, capitais, bens e serviços, conhece agora alguns efeitos suspensivos colocando em causa as suas boas intenções originais. Os militares e os blindados ligeiros que patrulham as ruas da capital belga não devem causar espanto. Teremos a breve trecho grande número de paisagens urbanas europeias decoradas com semelhante aparato militar. E a questão deve ser entendida como uma extensão natural dos mais recentes desenvolvimentos geopolíticos com epicentros mais ou menos longínquos e com intensidades variáveis. O debate em torno da missão dos militares em tempos de "paz" ganha agora ainda mais relevância. Será que as sociedades europeias estarão dispostas a conviver com o policiamento realizado por militares apetrechados com armas de calibre de guerra na baixa das suas cidades? Para o cidadão comum, poupado às vicissitudes da guerra, a mera presença de unidades militares na malha urbana pode causar  um sentido acrescido de insegurança, por esta lançar a suspeição da iminência de um evento violento, mas numa segunda fase, a sua aceitação será entendida como vantajosa, pela sua expressão declaradamente dissuasora de intentos desviantes e detonadores da ordem pública. A União Europeia está, deste modo, a projectar o seu poder com uma ligeira alteração do sentido conceptual inerente ao mesmo. A urgência, embora externa e geograficamente entendida, exprime-se numa dimensão endémica. A Europa está obrigada a apontar as armas aos seus próprios cidadãos. A destrinça clássica que permite identificar inimigos foi intensamente posta em causa e o modelo de gestão desta crise ainda se encontra longe de uma noção estável. Declarar guerra a um inimigo distante não produz os efeitos que os políticos desejariam obter nos seus domínios domésticos. Sabemos todos, lamentavelmente, que os adversários têm uma doutrina altamente eficaz e escandalosamente corrosiva. A Europa ainda não saiu do laboratório - ainda não tem um antídoto eficaz. A União Europeia é uma construção assimétrica, mas o perigo de contágio dos ataques terroristas terá um efeito nivelador das preocupações. O medo e a insegurança são emoções transversais a dictomias Norte-Sul, a clivagens de Direita ou Esquerda, a sistemas políticos com diferenças assinaláveis. O terrorismo, nessa medida, deve servir de catalisador da integração tantas vezes adiada por imperativos de ordem económica e financeira.

publicado às 17:51

O que muita gente teima em não querer entender

por Samuel de Paiva Pires, em 19.11.15

Luís Menezes Leitão, Freedom is not free:

 

Hoje a França bombardeou territórios do Estado Islâmico, dando assim uma resposta militar ao que foi um verdadeiro acto de guerra contra civis inocentes. Essa resposta só faz, no entanto, sentido se for para preparar uma invasão terrestre. Por muito que evolua a tecnologia, uma guerra só se ganha colocando tropas no terreno e ocupando o território do inimigo.

publicado às 20:10

As bandeiras francesas do intervencionismo

por John Wolf, em 16.11.15

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Os ataques terroristas de Paris de 13 de Novembro intensificam o debate em torno de uma questão fundamental respeitante à Democracia; de que forma governos conseguirão encontrar o equilíbrio entre a dimensão securitária dos Estados e o respeito pelas liberdades e garantias dos indivíduos? Os Estados Unidos da América (EUA), que provaram o desgosto intenso do 11 de Setembro de 2001, têm, desde essa data, vindo a incrementar o seu nível de controlo sobre o movimento de pessoas e capitais por forma a diminuir as probabilidades de semelhantes ataques terroristas. A União Europeia, que têm sido "vegetariana" no desenvolvimento de uma genuína Política Externa e de Segurança Comum, vê-se agora obrigada a implementar medidas "excepcionais". Os EUA, acusados historicamente de "intervencionistas sem convite", continuam a ser um aliado ideológico da Europa, mas  a administração Obama tem sido "abstencionista", e, há poucos dias, Hillary Clinton afirmou que a questão síria seria sobretudo um desafio a ser enfrentado pelos actores "locais", pela Europa. A França, que está a ser a ponta de lança dos ataques ao Estado Islâmico, fá-lo consciente dos monstros que já está a libertar no seu país. A França parece disposta a fazer o sacrifício por uma causa maior que as suas fronteiras. As bandeiras francesas içadas nas redes sociais, e em particular no Facebook, correspondem deste modo, não apenas ao lirismo da solidariedade para como as vítimas dos ataques de Paris, mas à aceitação de que a França é o "war maker and taker" da Europa - os franceses são cada vez mais os americanos da Europa. Os mesmos individuos que cantam a marselhesa por efeito de contágio e simpatia, devem ter a consciência de que se colocam ao lado da nação europeia que está efectivamente a projectar o seu poder militar e de um modo intenso. Os cidadãos da Europa já não podem ser selectivos na escolha de apenas uma parte de uma equação geopolítica. Ao abraçarem a França, assinam por baixo na petição, autorizam que essa república batalhe em vosso nome. A União Europeia vive mais um momento de verdade, de vida, e efectivamente morte, no seu próprio quintal. 

publicado às 09:22

13 de Novembro 2015 - Beirute em Paris

por John Wolf, em 14.11.15

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Os mais recentes ataques terroristas de Paris marcaram para todo o sempre a minha data de nascimento. Sexta-feira 13 de Novembro de 2015 precedeu a sua má-fama, excedeu-se. Mal decorreram 24 horas sobre a noite de terror, buscamos um fio condutor de explicação minimamente racional, como se para dirimir os exageros da loucura perpetrada sobre homens e mulheres, meros espectadores de um jogo de soma-zero de inocentes e culpados. Tenho dúvidas que os ataques terroristas de ontem correspondam a um 11 de Setembro da Europa. Receio que, numa lógica de encadeamento e escalada, os eventos de ontem sejam apenas uma parte de um futuro geopolítico próximo intensamente fracturante. A União Europeia está cada vez mais próxima do seu momento Homeland Security Act. A crise dos refugiados que assola o continente europeu serve de catalisador para considerações que serão exógenas à própria natureza do desafio. Elencamos, com alguma facilidade, distintos módulos operativos de interpretação da realidade. Identificamos aqueles que são solidários com o drama dos refugiados, mas que renunciam à tese de que estes virão para se tornar missionários do Estado Islâmico. Rotulamos ainda aqueles que não fazem distinção entre uma coisa e outra - ou seja, cada refugiado é um potencial suicída pronto a semear o pânico de terror nas hostes da paz europeia. Temos ainda um grupo de inspiração woodstockiana que é adepto de uma estirpe imovível de peace and love - que acredita no abraço aos párias, na desintoxicação por via da integração fraterna. A ideologia que tem servido para muitos fretes de interpretação de conflitos bélicos, já não se adequa para corrigir comportamentos com esta intensidade. O Estado Islâmico não se funda em premissas nacionais nem se restringe a um domínio territorial no sentido clássico - ontem Beirute visitou Paris de um modo particularmente avassalador, tornando a capital francesa o local da cimeira que opõe o Ocidente ao Estado Islâmico. A França enfrenta alguns desafios de índole conceptual no que concerne ao seu modelo de sociedade. Francois Hollande rotulou os ataques terroristas de "acto de guerra", pelo que essa afirmação pressupõe, na centralidade europeia, a prossecução de medidas securitárias extremas. Um acto de guerra implica a confirmação de que já nos encontramos em situação de conflito continuado, numa guerra  com todas as despesas que decorrem desse facto. Nessa medida, e ampliando o âmbito dessa afirmação, significa que França irá ripostar longe e perto, e estará disposta a suportar ainda mais dor caso esta venha a ser infligida. A epicentralidade do conflito na Síria parece ter sido deslocalizada de um modo intencional pelos estrategas do Estado Islâmico. Os ataques terroristas de ontem já não obedecem necessariamente à lógica de  célula adormecida que se desperta a toque de comando de uma entidade longínqua, uma hierarquia afastada muitas vezes mantida em anonimato. Neste momento dispomos de elementos de análise que nos permitem especular que uma doutrina de Do It Yourself seja aquela que esteja a ser difundida pelo Estado Islâmico. Portugal, que não tem grande papel nas considerações de fundo da presente situação, tem a lamentar duas vítimas mortais resultantes dos ataques terroristas. Esperemos que esse facto não seja apropriado indevidamente pelas partes envovidas no processo político nacional conducente à formação de um governo estável. Já ouvimos, aquilo que teria sido dispensável, de indivíduos com alegadas responsabilidades no espectro político nacional - Ana Gomes já deu o seu contributo para a ideia da excepcionalidade governativa dos socialistas e o seu particular talento para gerir crises terroristas. Francois Hollande deve ser a figura que serve de inspiração, o socialista-modelo a partir do qual se pode obter o decalque perfeito de administração interna. Francamente, Portugal não precisava disto.

publicado às 17:50

Claro como o cloro

por João Quaresma, em 12.03.15

claro como cloroNo mesmo dia em que circula no Facebook este texto certeiro sobre a política norte-americana para o Médio Oriente, ficou-se a saber que, nos últimos dias, a organização "Estado Islâmico" tem estado a usar armas químicas nos combates na cidade de Tikrit. São bombas de cloro, rudimentares mas ainda assim eficazes ao serem capazes de contaminar áreas e de causar baixas entre as forças governamentais e a população civil. E, para todos os efeitos, são armas de destruição em massa.

Afinal, as armas químicas fizeram a sua aparição no Iraque, doze anos depois da invasão que mergulhou o país no caos, e nas mãos de uma entidade ainda mais ameaçadora à segurança internacional que o regime de Saddam Hussein.

E agora, o que fazer para lidar com esta situação?

publicado às 23:16

Instituto Libera Ratio - Islão: uma ameaça para a Europa?

por Samuel de Paiva Pires, em 15.10.14

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No próximo dia 21 de Outubro o Instituto Libera Ratio retoma as suas actividades com uma conferência subordinada à temática "Islão: uma ameaça para a Europa?", que terá como orador o Professor Jaime Nogueira Pinto. A conferência terá lugar no IDL - Instituto Amaro da Costa (Rua do Patrocínio, n.º 128 - A, 1350-232 Lisboa), pelas 21h15, e a entrada é livre.

publicado às 21:18

Para além da enorme mediatização das suas barbaridades, o grupo terrorista auto-denominado "Estado Islâmico" conseguiu difundir em todos os meios e com bastante sucesso a sua arguta e capciosa designação.

Os media falam diariamente das acções do Estado Islâmico. Os cidadãos do ocidente enojam-se e revoltam-se perante as barbaridades difundidas. O próprio Presidente Norte Americano adoptou a designação e publicamente declarou guerra contra o Estado Islâmico (surreal expressão na boca de um Prémio Nobel da Paz). 

Estado Islâmico? Primeiro, um Estado Islâmico seria, no significado verdadeiro da expressão, uma comunidade constituída por todos os que professam a religião de Maomet e não um pequeno grupo restrito de selvagens. Segundo, a religião de Maomet tem como valores a paz e a tolerância, nunca o terrorismo, sobre o qual já se demarcou inúmeras vezes através dos seus líderes religiosos. Não podem existir confusões entre um Estado Islâmico e um grupo de terroristas facínoras.

Numa Europa que se diz tão preocupada com a extrema-direita ou a xenófobia e, sobretudo, com a eventual confusão entre o que é a religião muçulmana e o terrorismo dos fundamentalistas, não é muito inteligente a forma como políticos e media se referem em relação à organização terrorista, o que resulta num enorme "sucesso de comunicação" da mesma. Aliás, se existe um consenso para não serem difundidas as imagens das decapitações outro consenso deveria existir quanto à designação a atribuir a esta organização.

Decapitações ou tortura são acções que não passam de ferramentas isntrumentais para os fundamentalistas islâmicos instalarem e gradualmente o ódio generalizado do ocidente em relação ao Islão. O seu último fim será uma guerra de mega proporções em que de um lado estão os vários países islâmicos e do outro os "infieis". E essa sim, será a derradeira vitória deste grupo terrorista.


publicado às 15:40

O terror jihadista

por Pedro Quartin Graça, em 27.08.14

publicado às 21:41






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