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Não é novidade alguma, pois já aqui - e noutros posts - tínhamos dito algo acerca deste assunto. As Forças Armadas deveriam obrigar a chamada "sociedade civil", o regime, a prescindir da gestão de alguns activos considerados estratégicos, colocando-os sob controlo especial. O país deve possuir uma indústria de Defesa. Qual é a dúvida? Sendo a construção naval - que engloba produtos militares - de interesse estratégico para o país, há que dar-lhe um novo rumo.
...se o futuro ex-ministro Aguiar Branco não irá um dia ser escolhido para fazer parte de uma board qualquer da Martifer. Antes de agir, deverá sempre ter em conta o péssimo exemplo do sr. Jorge Coelho. Não é que algo de gravoso tenha sucedido ao colaborador do sr. Sócrates - quem se mete com eles, leva! - , pois os portugueses estão habituados a este tipo de encaixes regimentais do conhecido esquema vigente. Mas que essa board parecerá mal, lá isso parecerá.
Este caso não pode ficar por aqui, não pode parecer "esquisito" e dada a actual volatilidade dos ânimos, poderá servir de rastilho para algo de imprevisível. Se o governo não consegue ver o problema, há então que endereçar a advertência a quem de direito. Embora certa gente ande em oportunista berreiro e gulosamente procure preencher o horário noticioso, mantenhamos então uma certa calma e digamos com displicência, um bem sonoro olha quem fala!
Há que ter em boa nota aquilo que este regime - todo ele, desde o PC e intersindicais, até ao PS, PSD e CDS - fez à construção naval portuguesa, aliás, a toda a indústria pré-existente ao fatídico ano de 1986: os nomes Lisnave e Setenave são apenas dois entre muitas dezenas, sendo obrigatório não esquecermos todas as outras empresas subsidiárias que serviam este essencial sector da nossa indústria. Aos poucos, os portugueses têm dado conta do catastrófico sistema que nos foi imposto, descontando já o calamitoso bambúrrio pretensamente revolucionário dos anos setenta.
O que importa agora, é contabilizarmos as nossas perdas desde o início das "negociações de adesão" à então CEE, disto informando os nossos vinte e tal parceiros além Guadiana. Desta forma eles ficarão a saber que nós sabemos que eles sabem. Em Portugal conhecem-se os irresponsabilizados responsáveis pelo desastre.
Não se iludam, por cá ficará tudo na mesma. Isto é tão certo como a soma de um mais um, perfazer dois.
O que faz mal à saúde é o absurdo em que se tornou Portugal. Numa das faces da excentricidade temos o desfalecimento dos estaleiros de Viana e, como mero apontamento de surrealidade, na outra bochecha levamos a estalada do insólito caso do ladrão de pizzas. O contraste entre uma coisa e outra demonstra a loucura que tomou conta da realidade. Quando se misturam ingredientes deste calibre no juízo do cidadão, este não pode bater bem da bola. Portugal está à mercê de uma tômbola de consequências nefastas. Não sabemos o que nos vai sair na rifa amanhã. Este estado de insegurança produz vários efeitos em simultâneo - provoca paralisia dos membros da sociedade e raiva. Quando estes dois se encontram está tudo perdido. A racionalidade deixa de ser guia, e os impulsos tomam conta do espírito.