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Todos os dias deito os olhos aos jornais online não procurando necessariamente escorregadelas ou entaladelas do Partido Socialista (PS). Digamos que, genericamente, um opinion maker não pode ser um opinion faker. As colunas de opinião ou posts resultam dos factos que são apresentados. Sim, é importante confirmar se os factos são credíveis e dignos de nota. O PS, que é uma espécie de amnistia política dos pecados dos outros, acaba por ser vítima do seu sucesso moralista, da sua alegada superioridade ideológica - da tal Esquerda que dizem lhes pertencer. Esta história dos sapos à porta da sede do PS é mais um desses casos sórdidos de "somos ecuménicos, mas não exagerem". Bem me parecia que a representatividade da comunidade cigana era escassa. Portugal tem apenas um presidente de câmara de etnia cigana - de Torres Vedras, se não me engano. As 200 pessoas de etnia cigana, que estão à espera para ver se são aceites como militantes do PS, pelos vistos estão a ser barradas na secretaria. É curioso que quando a música lhes convém, o PS escancara as portas do Largo do Rato, prescindindo de elementos de identificação a independentes, banhando-os com toda a espécie de privilégios e mordomias de partido democrático e multi-cultural. Os socialistas não usam a expressão "arrastão" para retratar o pedido de adesão "dessa" gente, mas usam alguns mecanismos burocráticos para controlar as fronteiras do seu partido. Não sei se existe uma Comissão para a Igualdade do Género Político, mas estamos diante de um caso de discriminação, camuflado por formulários e preceitos. O PS tem medo que de repente "alguns" camaradas seus assentem arraial, vestidos de preto da cabeça aos pés e com a barba rija para dar luta nas diversas comissões políticas do partido. No entanto, a nota oficial do PS é esta: "Sempre que acontecem estas situações de entrada de fichas em massa, os serviços do partido têm de averiguar moradas, identidades e outros aspetos de legalidade. Esta é uma prática habitual e nada tem a ver com qualquer questão étnica relativa aos requerentes". Sem comentários.
Foto: jornal Público