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Claro que o “music-hall” Eurovision Song Contest é “coisa inferior e própria de países subdesenvolvidos”. Não tendo qualquer interesse ou substância, apenas os supra-pacóvios moradores de distantes tugúrios como a Suécia, a Alemanha, Noruega, Dinamarca, Holanda e alguns países do leste lhe poderão dar alguma atenção. Por mero e ardiloso acaso, são precisamente os países onde existe uma educação musical ministrada nas escolas, coisa por cá desaparecida há uns quarenta anos. Enfim, deixando desde logo este tranquilizador ponto de descanso da consciência dos nossos intelectuais do lacrimoso neo-realismo doutoral, vamos ao que interessa.
Bem podem os portugueses encontrar uma linda rapariga que cante bem. Bem fazem em esforçar-se por enviar canções com letras que transmitam algo para além dos lá-lá-lás, yeah! e boom-boom-boom que ontem escutámos. Pode a RTP até colocar os dois filhos de Toni Carreira nus em palco e mesmo assim não vai a sítio algum. Esmifre-se a RTP em utilizar bandeiras de Património Mundial, pois isso de nada serve. Temos apenas um vizinho e mesmo esse, bastas vezes como é seu costume noutras matérias mais importantes, faz de conta não existirmos. Se Vasco da Gama “nunca existiu”, who cares about Simone, Cid, Doce and so on?