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Quando um curador de uma exposição não teve a felicidade de conhecer o autor, por vezes pode ser fatal. Sérgio Mah revela grande infantilidade na análise que faz da obra de um dos grandes Portugueses. Não estabelece a ligação clássica da obra, por exemplo, com Cartier-Bresson, e como não perguntou a quem poderia responder, não sabe que António Sena da Silva era um fã de Jacques Tati e Woody Allen. Não sabe qual a relação de António com a viatura italiana Isetta. E também não sabe que o António (e a sua mulher Leonor) sabiam apreciar as coisas simples da vida, como comer um prego pela manhã acompanhado por uma taça de tinto na tasca da esquina. O curador, na minha opinião, não fez o trabalho de casa adequado, e na selecção de fotografias, que tive a ocasião ver expostas, é nítida a sua intenção de "modernizar" o fotógrafo. Um fotógrafo do calibre de Sena da Silva é intemporal. Os jornalistas, que também não fizeram o que lhes competia, meteram os pés pelas mãos com o título do artigo - O Fotógrafo Indisciplinado. Sinto tudo isto como um péssimo serviço prestado à memória de um senhor que tive o privilégio de conhecer. Uma exposição, realizada e relatada deste modo, coloca fotografias nos murais, mas perde o homem que se encontrava por detrás da objectiva, do subjectivo...
* auto-retrato do autor
Fotos: Pedro Quartin Graça - direitos reservados
Confesso que não era particular fã das obras de Joana Vasconcelos. A verdade é que, depois de as ver no Palácio de Versailles, mudei de opinião. Pelo menos quanto às expostas não resta a mínima dúvida que as mesmas valorizam, e muito, o já de si interessante, ainda que não esmagador, conteúdo do palácio. A artista está de parabéns. Para além do mérito da obra, pelo facto de ser a primeira mulher e a mais jovem artista a expor no Palácio de Versailles. Assim como também deve ser felicitado quem teve a feliz ideia de juntar tão interessantes e originais propostas criativas a um espólio de séculos.
Fica aqui um registo em três imagens apenas.
24 de Agosto é uma data fértil em acontecimentos. Uma delas foi a conquista de Arzila, em 1471, etapa relevante do plano expansionista de D. Afonso V por terras mouras. O Africano quis que o feito militar ficasse registado para a posteridade e encomendou às oficinas flamengas de Tournai (hoje na Valónia) um conjunto monumental de tapeçarias que retratassem os vários momentos da tomada da cidade. Assim sucedeu, mas por razões misteriosas as tapeçarias foram parar ao Ducado de Infantado, que os cedeu posteriormente à Colegiada de Pastrana, onde se mantiveram durante séculos. A grande questão é que a "transferência" não se deu durante o reinado da dinastia dos Habsburgos, entre 1580 e 1640, mas sim na primeira metade do século XVI, e não consta que fosse qualquer oferenda de casamento a uma qualquer infanta castelhana. Até hoje, não se percebe como é que as tapeçarias foram parar à colegiada da pequena cidade perdida no meio de Castela.
Nelas se retratam o desembarque atribulado, o cerco a Arzila e a tomada da cidade. Em todas, o Africano é representado em destaque, com uma armadura reluzente, distinguindo-se também o Príncipe D. João. Numa quarta tapeçaria representa-se ainda a tomada pacífica de Tânger, cuja anterior tentativa de conquista anos antes redundara num fracasso e custara a liberdade a D. Fernando, o Infante Santo. Depois de séculos em Espanha, as quatro tapeçarias estão expostas do Museu Nacional de Arte antiga, em Lisboa. Impressionam pela sua monumentalidade e minúcia, retratando todos os passos dos acontecimentos da época. Os Painéis de São Vicente foram temporariamente retirados do seu lugar habitual e colocados mais à frente, para completar o conjunto. A exposição, intitulada "D. Afonso V e a Invenção da Glória", pode ser vista nas Janelas Verdes até 12 de Setembro. E garanto, vale imenso a pena ver aqueles lindíssimos e imponentes tecidos, comparáveis às célebres tapeçarias de Bayeux, que depois de tanto tempo encerrados num obscuro mosteiro espanhol, nos relatam com grande pormenor e arte esse período de conquistas que iniciou a época de ouro de Portugal
BARAHONA POSSOLLO
Tem o prazer de convidar V. Ex.ª,
vossos familiares e amigos para a inauguração da sua
Exposição de Pintura
que se realizará no dia
4 de Março de 2009
quarta feira, entre as 18.00 e as 23.00, na
Sala do Veado,
do Museu Nacional de História Natural
(antigo edifício da Faculdade de Ciências)
Rua da Escola Politécnica 58, em Lisboa
A exposição estará patente de
3ª a 6ª das 10.00 às 17.00
Sábados e Domingos das 11.00 às 18.00
até dia 29 de Março, domingo (inclusive).
Informações adicionais: 96 8712582 e 91 4625665