Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
A história da extinção da Fundação Alter Real e da Coudelaria de Alter (leia-se a versão oficial) está muitíssimo mal contada. Ao Governo, e à tutela em particular, compete esclarecer junto do País e dos portugueses toda a verdade e quem beneficiou com todo este negócio. Porque de um negócio se tratou, é preciso dizê-lo. Mas toda, certo?
A extinção da Fundação Alter Real e da Coudelaria de Alter, é a mais recente, a mais "refinada" e, ao mesmo tempo, a mais lesiva decisão dos interesses nacionais da autoria do Governo de Passos Coelho. Na verdade, era nestes nichos "de ponta" que Portugal devia sempre marcar e reforçar a sua presença distintiva no mundo. Fundada em 1748, por D. João V, a Coudelaria de Alter do Chão, desde a sua fundação, dedica-se ao estudo e melhoramento da raça Puro Sangue Lusitano, uma tarefa única que tanto prestígio nacional e internacional nos trouxe e que acabou, agora, às mãos de um burocrata míope das contas!
O crime tem várias formas. A extinção da Coudelaria de Alter, protagonizada pelo figura do Estado através dos seus representantes ocasionais, não pode passar impune. Alguém tem de responder por ele! A culpa desta vez não pode morrer solteira!
"O PSD já teve um líder que o defendeu e eu também, a título meramente pessoal, dou abertura para a hipótese de (...) passarmos a ter uma secção constitucional no Supremo Tribunal de Justiça, com isso recolocando em cima da mesa não só o método de eleição e de recrutamento dos juízes que vão julgar as matérias constitucionais, mas também a eficácia do sistema", afirmou ao programa da Rádio Renascença, "Em Nome da Lei", a ser transmitido no sábado, depois do noticiário das 12h.
Luís Montenegro, líder do grupo parlamentar do PSD
(imagem tirada daqui)
Peter Singer é, alegadamente, um utilitarista, sendo, inegavelmente, um dos filósofos contemporâneos mais respeitados. Contudo, defender a esterilização da humanidade por via a alcançar a extinção, justificando tal ideia com o facto de as próximas gerações virem ao mundo para sofrer, colocando as questões “Is life worth living? Are the interests of a future child a reason for bringing that child into existence? And is the continuance of our species justifiable in the face of our knowledge that it will certainly bring suffering to innocent future human beings?”, parece-me uma idiotice de quem já chegou a um patamar em que se pode dar ao luxo de dizer o que bem lhe apetecer.
Para mim que, entre as várias influências, tenho uma inspiração randiana, a vida humana é o principal valor. E é inviolável. Creio que para a maioria das correntes filosóficas e religiões se aplica o mesmo princípio. O sofrimento continuará sempre a existir. A dor continuará sempre a existir. Aliás, é parte inegável da vida. Além do mais, é impossível afirmar com toda a certeza que as futuras gerações terão uma pior qualidade de vida que as presentes.
Ironicamente, ou não, Singer revela, nesta posição, aquele que é precisamente o principal problema do utilitarismo. Este, tem por objectivo a procura única e exclusiva da felicidade, por via de decisões racionais e utilitárias que visem maximizar o bem-estar - como se fosse possível eliminar definitivamente o sofrimento e a dor. Isto é impossível de alcançar na sua plenitude. Porque não somos completamente racionais e porque por mais cálculos utilitários que se façam, é praticamente impossível determinar qual a escolha/decisão óptima. O utilitarismo, no seu extremo, leva à estagnação e ao niilismo - é este o seu principal problema. No caso de Singer, à defesa da extinção da humanidade.
Sou obrigado, portanto, a concordar com Wesley Smith:
Não deixa de ser um interessante tema de discussão por estes dias. Mais um a juntar ao relativismo moral que grassa no Ocidente.