Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Fake news, ou no news is good news

por Nuno Castelo-Branco, em 12.11.18

no-news-good-news.png

 

Na RTP3, um interessante debate entre o deputado Diogo Feio e aquele verdadeiro Senhor que dá pelo nome de Honório Novo, focou alguns aspectos do Congresso, perdão, da bem mais jacobina Convenção bloquista.
Passando sobre o conhecido e contraditório posicionamento daquela agremiação de socialmente muito bem acomodados, faz-se então o imediato paralelo de toda aquela ofegante oratória com o assunto da moda, as fake news. O BE tem em Portugal a honra de ter inaugurado institucionalmente este recurso com garantido futuro, pois todos decerto se recordam de Catarina Martins apontando o dedo às mentiras quanto ao caso Robles, sendo em poucas horas ela própria desmentida pelos factos sempre em crescendo de ignomínia, desfaçatez e reserva mental. Como se vê, julgando-se acima de qualquer suspeita, Catarina Martins tornou-se perita no lançamento de cortinas de fumo. Bem a propósito do Armistício ontem recordado, talvez uma inconsciente homenagem à já mais do que centenária Batalha da Jutlândia.

O embaraço não se fica por este ou aquele bloco de apartamentos e respectivas mais valias, ambos legais e caindo sob a alçada dos preços do odioso mercado. Soubemos como o caso rapidamente ficou reduzido a uma memória já muito difusa, para isso contando com o beneplácito da imprensa cujos mais conhecidos títulos pertencem a dois bem identificados grupos económicos, hipotéticos inimigos mortais dos propalados princípios defendidos por aquele bando de burgueses envergonhados. Bem vista a tradição daquela área política, o sacrosanto Trotsky também foi ciosamente protegido pela plutocracia novairoquina que lhe verteu copiosos donativos antes da revolução de Outubro e já bem depois, quando o caudilho voltou a exilar-se.
Voltando ao Caso Robles, o BE beneficia então da prestimosa colaboração de uma imprensa que a seu bel-prazer silencia e censura o que não convém. Com que fim? Isso é o que se verá.

As fake news existem, mas em perfeito paralelo com a maravilhosa descoberta no news is good news. Foi este o essencial resumo do Congresso, perdão, da Convenção. 


publicado às 22:30

Programa para amanhã

por Samuel de Paiva Pires, em 22.04.18

Coloquio Pós-verdade.png

(Mais informação aqui.)

publicado às 23:19

Marques Mendes, de fonte segura

por John Wolf, em 12.06.17

 

Glass-of-Water.jpeg

 

A figura de Marques Mendes nem sequer é controversa - é patética. Mas é a SIC que faz aquele boneco funcionar. O traficante de informação lá aparece semanalmente com postas frescas obtidas no mercado secundário da política. O homem vai à lota e não regateia as encomendas. Como aquilo que vende não é considerado fake news, ninguém o chateia muito. O porta-voz de tudo e todos pega no telemóvel logo pela manhã e colecciona temas e dilemas existenciais de partidos e políticos. A desregulação do mercado da informação e a ausência de regras de lobbying permite que um agente deste calibre possa veícular matéria de debate para encher a grelha do jornal e vender publicidade à antena de televisão. Ninguém pergunta nada, mas ele responde a tudo. É uma espécie de sucedâneo de si mesmo. Uma réplica crónica da sua mediania. Ou seja, na sua segunda vida de comentador de serviço, não consegue apagar a mediocridade da sua passagem política. O detective Mendes tem poderes especiais. Obtém dicas e rumores antes dos boatos. Avança com conjecturas depois do sucedido. Em suma, é um homem analógico. Chegamos a acreditar que os outros lhe concedem o beneplácito da confissão, da sinceridade. Se ele parece saber os factos antes dos eventos sucederem, penso que ele deve ser tido em conta na quota-parte da responsabilidade que decorre do conhecimento de causa. Num país de ligações especiais, canais de comunicação privilegiados, Marques Mendes é o mexilhão que rapa o tacho antes do jantar estar pronto. Por acaso gostava de saber quais são os seus fornecedores regulares, os traidores de cada agremiação partidária, provavelmente outros tristes caídos em desuso nas respectivas estruturas e direcções. Ou seja, a não ser que seja o próprio Presidente da República a preparar-lhe a ementa de considerações, serão outras figurinhas de segunda a fazer o take-away. O Mendes apenas tem de reaquecer os guisados, mas não sei se isso acrescenta grande coisa aos debates, à Democracia e à vida dos portugueses. O seu contributo é inócuo e serve de mea culpa colectiva. Depois podem todos seguir alegres e contentes, com a cartilha limpa pela explicação.

publicado às 17:52

Aeroporto Caixa Geral de Depósitos

por John Wolf, em 20.02.17

Cardboard-Airplane-Craft.jpeg

 

São contas relativamente simples que fazem descambar as fantasias financeiras de Centeno. Basta o dólar americano (USD) continuar a sua tendência de valorização para os défices e afins saírem furados. O crude e seus derivados são negociados em USD, pelo que o governo de Portugal ver-se-á numa situação precária para fazer face à sua conta energética. E quem paga? O mesmo de sempre, seja qual for o esquema de baixa aqui sobe acolá dos impostos. É o mexilhão da furgoneta que tem de atestar o veículo - é esse que paga. O aumento da gasolina coincide com outras avenças políticas. Já bastava o caldo entornado da Caixa Geral de Depósitos, para agora ressuscitarem o Novo Banco para semelhante caldeirada de gestão da coisa pública ou não. O Partido Comunista Português, se mandasse mais, punha tudo na esfera pública, nesse cristal de transparência administrativa, nesse aparelho onde os pecados não se conhecem, nessas máquinas que só conhecem terminações negativas, tristes. Veja-se o belo exemplo da Venezuela, destino de experiências falhadas e teimosia ideológica - aquele país acabou. A dieta socialista não mói, mata lentamente. Mas há mais na ementa de hoje. A Grécia de Tsipras. A Grécia da austeridade assassina. A Grécia da subjugação da União Europeia. Afinal os helénicos precisam de bem menos fundos do que inicialmente apregoavam. Será que a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional também se deixaram levar pela tendência de moda do Fake News? Com tanta verdade a disparar em todas as direcções, começo a acreditar na palavra curta da geringonça. Portugal daqui a nada tem uma taxa de desemprego negativa. Os tais zeros à esquerda de que ouvimos falar quando éramos crianças ingénuas. Já agora, com tanta abundância de crânios públicos e cérebros políticos, que tal propor a fusão de tudo? A CGD, o Novo Banco e o Aeroporto Soares. Desse modo, quando estoirar tudo, rebenta de uma só vez. E poupam-se umas quantas responsabilidades e comissões de inquérito.

publicado às 17:46






Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D

Links

Estados protegidos

  •  
  • Estados amigos

  •  
  • Estados soberanos

  •  
  • Estados soberanos de outras línguas

  •  
  • Monarquia

  •  
  • Monarquia em outras línguas

  •  
  • Think tanks e organizações nacionais

  •  
  • Think tanks e organizações estrangeiros

  •  
  • Informação nacional

  •  
  • Informação internacional

  •  
  • Revistas