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Hoje, Daniel Oliveira acusa Bruno Maçães e Miguel Morgado de fanatismo ideológico. Quanto ao primeiro, nada posso dizer. Mas quanto ao segundo, talvez fosse boa ideia Daniel Oliveira olhar-se ao espelho antes de dar largas à ignorância atrevida, e, já agora, ler qualquer coisa do que Miguel Morgado tem escrito, especialmente em sede académica, como por exemplo a introdução da sua lavra a Do Espírito das Leis, obra de Montesquieu traduzida também pelo Miguel Morgado e editada pelas Edições 70, que termina assim:
"O «Estado-Providência» carrega consigo a missão global de integrar num mundo comum os que tendem a ficar nas suas margens, de salvar a sociedade comerciante da revolta daqueles que nela só conseguem ver uma batalha eternamente perdida, e, finalmente, cumprir os dois primeiros propósitos sem destruir o espírito que a anima."
Quem diria que isto foi escrito por um fanático ideólogo neoliberal. Enfim, Daniel Oliveira é só um dos muitos espécimes representativos da esquerda muito democrática e civilizada que temos - a mesma que, quando a direita riposta, logo replica que esta é trauliteira -, que ao mesmo tempo que acusa os outros de fanatismo ideológico, continua a abusar da reserva mental que tão bem a caracteriza. Ou será que alguém duvida do que Daniel Oliveira e os seus compagnons de route gostariam de fazer ao país? Isso já não é fanatismo ideológico, pois não?
A verve suicidária de António Borges faz recordar inevitavelmente a obstinação desaustinada dos marxistas mais sectários. Será assim tão difícil compreender que a manutenção de António Borges na órbita do Governo só irá provocar estragos de grande monta? Para comediantes ocasionais já basta o magnânimo Miguel Relvas. Ser pastoreado por gente deste calibre cansa.