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A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) em concertação com a Comissão Nacional de Eleições (CNE) deveria criar o RGPA — o Regulamento Geral para a Proteção de Avós. Na sequência de um fact-check político e legislativo, sabemos que a avó da Mariana Mortágua não foi penalizada com a entrada em vigor da Lei das Rendas de 2012. À época a Senhora Avó tinha mais de 75 anos, o que a excluía de medidas arrendatárias de cariz draconiano ou de inspiração punitiva, ou seja, uma subida intensa da renda mensal. Devemos recordar que foi a neta Mariana que arrastou a Senhora Avó para o circo político e a transformou em boneca de arremesso em diversas disciplinas — no lançamento Livre da avó (filhos? só se forem do Tavares...) ou na modalidade de disparo de canhão ideológico. Miguel Pinheiro, comentador da CNN, e ex-director da revista Sábado por um período de nove anos, veio a antena declarar que não tem ideia de que o Chega (e para o mesmo efeito o Passos Coelho) fossem directores da revista com nome de metade de um fim de semana — Sábado, para que fosse dada guia de marcha ao artigo no qual a vida da Senhora Avó foi escrutinada ao cêntimo. Mas restringemo-nos aos factos. Sabemos que Senhora Avó paga 400 euros de renda mensal a uma IPSS, mas não sabemos se é um valor avultado ou um módico mínimo. Teríamos de saber qual o nível de rendimentos da Senhora Avó, mas um inquérito desta ordem seria de nível baixo, pouco civilizado. Podemos assumir, com a devida cautela, que neste caso não há cofres à mistura nem fotocópias (mas em política nunca se sabe!). Fica assim a lição de que os familiares não são para todas as ocasiões. Que as avós não são para arrendar ou alugar. É preferível que os políticos façam uso de figuras paternais que sirvam de inspiração, mas em relação às quais não haja relação de sangue. Penso no excelente exemplo do hábil Pedro Nuno Santos que respeita por completo a imunidade de José Sócrates. Nem uma vez sequer mencionou o mentor que pelos vistos não paga renda lá para os lados da Ericeira, onde dizem que os ares são bem melhores...
Apenas para relembrar certos tema-bandeira que serviram para tantos lançamentos políticos. Ora bem, temos a OTA e o novo aeroporto inter-galáctico; tivemos o TGV e a viagem relâmpago a Madrid em 25 minutos; e agora, como pobre remediado, de solas gastas, lá aparece o super-ministro do Planeamento (planeamento do quê?) Pedro Marques a fazer gala do anúncio da compra de 22 comboios para a falida CP, que traduzido em linguagem de geringonça, - "no valor de 168,21 milhões de euros, considerando o ministro da tutela que este "é um marco histórico". Marco histórico de atrasos, de mordomias de sucessivos conselhos de administração incompetentes, de nomeações políticas para cargos de direcção, de composições prontas para a sucata, de linhas que não nos levam a parte alguma, de dinheiro deitado fora, e que, ainda por cima, nem sequer agitam as águas daquele chavão socialista de apeadeiro: o famoso "desenvolvimento do interior e a regionalização". A CP é a Lehman Brothers de Portugal - é tóxico e pouco recomendável. Não há volta a dar. O bilhete é de ida apenas. Para o descalabro total - socialismo sobre rodas.
A crise europeia acabou, e o emprego vai crescer exponencialmente em todos os Estados-membro da União Europeia.
A Dívida Grega vai ser perdoada e a Troika vai conceder um bónus de 500 mil milhões de euros aos helénicos por terem tido uma ideia tão boa.
A Austeridade vai acabar dentro de 10 minutos e cada cidadão europeu vai receber um cheque de 500 euros para estoirar no Carnaval com a garantia de que receberá outro no Natal.
A Rússia vai retirar-se da Ucrânia e compensar aquele país pelos danos causados e oferecer gás natural durante 20 anos.
O Estado Islâmico vai converter-se em centro ecuménico de reflexão e paz.
Os EUA vão deixar a Rússia desmontar a NATO.
A União Europeia vai ter, a partir de amanhã, uma União Fiscal e uma Política Externa e de Segurança Comum.
Portugal vai ser salvo por um novo partido de inspiração tsiprarista fundado por António Costa, Mário Soares e José Sócrates.
Os ataques terroristas, tal como acontece com as greves, deverão ser marcados com antecedência mínima de 24 horas pelas uniões sindicais que representam os suicídas.
As receitas da venda de armas dos EUA, França, Reino Unido e Alemanha vão reverter integralmente para a Cruz Vermelha, a Amnístia Internacional e o Banco Alimentar contra a Fome, que cessarão de existir e tornar-se -ão desnecessários.
O Euro irá ser adoptado por todos os países africanos descarrilando o Dólar Americano como moeda de referência no comércio internacional.
Todas as Empresas Privadas portuguesas serão nacionalizadas para compensar a Privatização da TAP e a perda de controlo sobre a PT.
Os bancos vão passar a ter filiais dentro da casa de cada família portuguesa para pôr em prática soluções de poupança e oferecer salários aos reformados e delinquentes.
As semanas laborais vão ser sujeitas a uma reforma humanitária que implicará não mais de 15 horas semanais de trabalho.
As dívidas vão passar a ser entendidas como um valor positivo civilizacional e promovidas no programa curricular das escolas.
Os partidos políticos da Extrema Direita e da Extrema Esquerda vão deixar de existir para dar destaque a uma força moderada nascida a partir de uma sociedade civil que não sabe o significado de ideologia.
E por último, eu deixarei de ter ideias tão realistas quanto estas e outras que me escapam de um modo tão flagrante...