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Fernanda Câncio está para António Costa, assim como Manuela Moura Guedes não esteve para José Sócrates. Somos quase todos adultos e sabemos como funciona a história da carochinha - uns fazem fretes, outros abrem as pernas, e no fim alguém paga a conta. Moura Guedes foi uma digna e honrada excepção.Todos os regimes têm os seus guionistas de serviço. Gente que parece não ter grandes ligações políticas, mas na verdade anda lá a chafurdar sem dó nem piedade. E existe sempre uma agenda, uma lista de objectivos a atingir, usando os meios mais subtis à disposição. Neste caso em concreto lidamos com algo mais elaborado - sociologias de bolso e algibeira. Um enunciado de pseudo-considerações que emprestam a aura de intelectualidade, mas que no fundo apenas dizem respeito ao avançar de neo-causas ideológicas. Alguém tem de fazer o frete nesta história de igualdade do género. O alinhamento temático da Câncio é descaradamente previsível. Em vez da estupidificação do eleitorado, verificamos a putificação de domínios apropriados para excitar certas vontades ideológicas. Mas há mais. Os jornalistas estão em apuros. O Grupo Impresa daqui a nada usará a expressão layoff e, naturalmente, a competição saudável entre repórteres dará lugar a uma luta sanguinária em nome da preservação do posto laboral. Nesse sentido, Câncio, co-adjuvada por certos palanques partidários, deita gasolina em cima de temas que foram criteriosamente plantados no imaginário de auto-intitulados iluminados políticos. Existe um condão, um fio condutor, que liga a sombra de quem escreve aos desígnios de quem decide. Nestes casos, duvido que a pobrezita tenha tido grande poder de escolha. É do tipo que não bate com a porta. Está tudo bem, desde que lhe dêem cordel.

publicado às 13:15

Granizo, Saraiva e os Trópicos de Câncio

por John Wolf, em 30.09.16

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Não existe uma época em particular para falências éticas. A sazonalidade da mediocridade é coisa que não existe. Deve ter sido o efeito de estufa, o ozono, ou coisa que o valha a causar este estado de arte. Mas aqui a coisa está nivelada. O grau de toxicidade é equivalente. Estão ambos na mesma latitude - nos trópicos de Câncio. E chove. Saraiva, dizem uns. Granizo, dirão outros. A Fernanda não soube aproveitar a deixa erótica para se declamar como emancipada sexualmente. Ao fim e ao cabo, parecem todos padecer da mesma falta - falta de. Essa "falta de" é um perigo. Escorre e contamina as indústrias livres. Coloca a canzoada a latir em torno do mesmo canil de ofensas de partes baixas. E a fotográfia é uma disciplina maior. Não se pode admitir esta forma de auto-flagelo, estas sevícias no pudor útil. O corpo é essa maldita caixa de ressonância que vibra - qual fogo que queima sem se ver. O amor não abunda nos dias de hoje. Eu e os políticos. Belo título.

publicado às 11:14

Acho que foi Câncio quem, por cá, pela primeira vez destapou no DN a asquerosa careca do ex-assessor de Zapateiro, Carlos Mulas-Granados, honra lhe seja a Câncio, digo. O PSOE tal como o PS português, tal como o PP espanhol e o PSD dos Dias Loureiro, espelham bem uma casta de cabrões gananciosos, sem qualquer civismo, decência, sentido comunitário, os quais rapam para si o que podem no tempo oportuno para eles, esgueirando-se na vida partidária e depois empresarial como ténias à boleia da imunidade dos cargos e da conivência de uma Justiça partidarizada, muito dada a ajustes e a quotas. Não dá vontade nem de trabalhar apaixonadamente nem de dar o litro no seio de um sistema distorcido, injusto e escravocrata assim, incapaz de premiar e dar valor a quem o tenha. Prefiro morrer de fome!

 

Ferreira Fernandes, que é um crânio sensível e nada arqueológico, considera elogiosamente que Câncio lê relatórios por mania até ao pentelho das assinaturas e por isso mesmo coou este marmanjo ganancioso e repleto de esquemas do Mulas. Eu tenho a certeza que Câncio, à força de tanto errar por cega associação íntima ou intelectual a um mulas português como o conas parisiense, alguma vez teria de acertar. E acertou. Por osmose diferida.

 

Mas quem é o horroroso e desalmado Carlos Mulas-Granados? É uma besta gananciosa, repito. Por acaso espanhol. Um dos autores do estudo do FMI sobre Portugal, onde manifesta o seu dualismo maniqueu de conveniência, prescrevendo para o nosso País o que não prescreve para o seu nem para si, austeridade e o corte assassino como modo de correcção dos desequilíbrios em Portugal, mas não em Espanha.

 

Para além da sua obscena desonestidade intelectual, inventou um pseudónimo feminino para receber umas dezenas de milhares de euros extra da Fundación que ele próprio dirigia, cinquenta mil euros/peça. Não há perdão para mulas como este Mulas da mesmíssima maneira que não a há para parisienses ladrões, chico-espertos, agarrados aos seus milhões ganhos escandalosamente.

publicado às 13:00

Câncio Sobre Passos Coelho

por joshua, em 22.12.12

«Não há como negar: temos o primeiro-ministro mais aldrabão, incompetente, irresponsável e perigoso de sempre (desde que há eleições livres, bem entendido).» Em geral, a opinião de Fernanda Câncio não vale a ponta de um corno. Passe o eufemismo, um monte de merda a pronunciar-se acerca de um monte de lixo deixar-nos-á invariavelmente na dúvida quanto à pureza de intenções do monte de merda, pelo menos. Conhecida por distorcer e maleabilizar os factos, os pressupostos, as preposições argumentativas, até ao limite dos seus interesses facciosos e pontos de vista do mais tendencioso e venenoso que a imprensa nacional já conheceu, o que tem passado basicamente por suportar o socratismo, todos os seus refinados roubos, desvarios e excessos, Câncio não serve para mais nada. Especializou-se em aputalhar e debochar o debate tanto pelo que omite quanto pelos alvos que privilegia: está tudo bem com a Segurança Social Portuguesa? Bagão Félix é assim tão insuspeito? Passos é um superlativo aldrabão? Até poderia ser verdade. Tudo. Mas há um problema. Se e quando é Câncio quem o afirma, a força performativa da afirmação inverte-se. Aquele que Câncio execra ou detrai só pode ser um santo.

publicado às 13:00

Da ignorância canciana

por Samuel de Paiva Pires, em 14.02.10

 

Fernanda Câncio, ao espelho, como muito bem assinala o João Távora, diz que "O pensamento totalitário é aquele que define o mundo em função de certo e errado e aglutina tudo em função dessas categorias. É o pensamento de todas as tiranias, o que quer fazer desaparecer, sob o ferrete da desqualificação absoluta - geralmente da "imoralidade" - tudo o que o contrarie".

 

Refira-se que, no mesmo post, diz ainda que "Esta divisão da sociedade portuguesa em dois campos irredutíveis resulta na monstruosidade de transformar todos, a começar por aqueles que têm o especial dever de não o ser, em estrategas políticos".

 

Pois é. Pior do que transformar todos em estrategas políticos - conheço uns quantos com essa mania que são, no mínimo, risíveis, não passando de meros estrategas da pulhítica, nas palavras do Professor Maltez -, é a muito modernaça mania de que todos são politólogos ou filósofos políticos. É assim que acabam por cometer asneiras e confundir conceitos com a maior das leviandades.

 

Cara Fernanda Câncio, o pensamento que define o mundo em função de certo e errado é o pensamento maniqueísta. Depois, na acepção clássica, tirania é a forma degenerada de monarquia, i.e., para Aristóteles, a monarquia era a sã forma de governo de um só indivíduo em prol do povo, sociedade ou bem comum, enquanto a tirania seria o governo de um só indivíduo atendendo apenas ao seu próprio interesse. Quanto ao totalitarismo, é definido por tantas variáveis e factores e pode ser tão diverso, que mais vale recomendar-lhe um dos clássicos de Hannah Arendt, As Origens do Totalitarismo.

 

Contudo, lembrar ainda o também clássico Caminho para a Servidão, de Hayek, e recordar que qualquer sociedade que se paute por uma terceira via entre comunismo e liberalismo caminhará lenta e inexoravelmente para a servidão. E já um tal de Jacob Leib Talmon também teorizou sobre a democracia totalitária. 

 

Isto tudo porquê? Porque tal como Fernanda Câncio se vê ao espelho, também ela vê Sócrates ao espelho, quando diz que : "É o pensamento de todas as tiranias, o que quer fazer desaparecer, sob o ferrete da desqualificação absoluta - geralmente da "imoralidade" - tudo o que o contrarie."  Touché.

 

A ignorância tem cura. Poupar-nos às suas desastrosas incursões por domínios que não domina sequer de forma básica era um bom começo. 

 

Entretanto, aqui fica o excelente comentário que Fernando Penim Redondo deixou ao post de Fernanda Câncio:

 

Em Setembro, ainda antes de se conhecerem os resultados das Legislativas, avisei (aqui) que o PS estava a abrir uma caixa de Pandora, e que pagaria um preço elevado pela publicação no DN do email clandestino contra Cavaco.

Para conseguir, in extremis, a vitória eleitoral acharam muito bem que se publicasse um email clandestino, que apenas continha a opinião do seu autor contra o Presidente, e que descrevia uma alegada tentativa algo canhestra de um assessor para plantar uma notícia no jornal Público.

Na altura o caso foi pretexto para uma campanha mediática que recorreu a todos os exageros e que arrastou o nome de Cavaco pela lama. Esses que então semearam ventos queixam-se agora das tempestades.

Agora acham mal que se publiquem conversas telefónicas, cuja escuta foi ordenada por um juiz, e que mostram uma autêntica conspiração para subverter, com suporte directo ou indirecto de dinheiros públicos, grupos inteiros de comunicação social.

Agora já invocam o direito ao bom nome, que antes não respeitaram, e o recato da privacidade, que antes subordinaram ao "interesse público".

É uma incoerência completa. É caso para dizer que têm o que merecem.

 

publicado às 09:28

Juro que nunca pensei

por Samuel de Paiva Pires, em 09.06.09

Vir a citar Fernanda Câncio, mas no que diz respeito ao artigo de Saramago sobre Berlusconi, está cheia de razão. Comungo inteiramente da sua opinião:

 

berlusconi está, do meu ponto de vista, longe de ser um político admirável ou até uma pessoa recomendável. mas confundir juízos políticos ou éticos baseados em atitudes públicas e com relevo e interesse público com frases como 'uma coisa que dá festas, organiza orgias' ou 'acompanhante de menores' e ainda por cima fazê-lo em nome de 'valores que liberdade e dignidade impregnaram a música de Verdi e a acção política de Garibaldi' é provar absoluto desconhecimento dos valores citados. ou, para usar um termo caro a saramago, delinquir. contra a liberdade, a dignidade e a ética, em nome de uns quaisquer 'padrões morais' que só podem arrepiar quem não se guia por cartilhas moralistas e pudibundas e respeita o valor fundamental da privacidade e da liberdade individual.

 

Complementada ainda por Ferreira Fernandes:

 

Berlusconi estava em sua casa e não cometia nenhum crime nela. Se a questão era a do avião oficial usado irregularmente, que publicassem as fotos do avião e de gente que não deveria estar nele e estava (e até há essas fotos). O que é inadmissível é negar o direito à privacidade de Silvio Berlusconi, lá por ele ser o Berlusconi.

 

Execrável é mesmo o artigo de Saramago. Nada que não se esperasse de um comunista primário com "aqueles" valores morais que ele e outros que tais tanto teimam em proclamar  na teoria, e simultaneamente vilipendiar na prática...

publicado às 02:09






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