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Boa noite.
Passou mais um dia neste país a saque. Não houve revolta, não houve uma alminha, fora das virtualidades inócuas, que erguesse os braços em defesa dos vossos filhos.
Por um lado, porque durante o tempo em que havia o dinheiro dos outros, passou a ser mais importante ter quatro cães, passar férias em resorts sob o sol alheio emborcando cocktails como javardos sem estirpe, trocar de relação mensalmente e ostentar merdas inúteis para embasbacar o vizinho, do que ter filhos.
Por outro, porque depois, quando o dinheiro acabou conforme sabíamos que iria acabar, deixou de ser viável tê-los entre o progresso do aborto e de outros acordos que Portugal é lesto a seguir - ainda que o faça sozinho, num provincianismo com pés de barro dourado a mijo cosmopolita.
Perdêramos de repente o Verão das nossas vidas.
Neste dia foram atribuídos, em concurso público, milhões de euros a dispender em obras inúteis. É provável que os adjudicatários não sejam aleatoriamente escolhidos, mas ninguém erguerá a voz para denunciar os casos que eventualmente conheça. A Natureza tem horror ao vácuo e a cobardia prontamente preenche o lugar do sangue. Isto é, mesmo sabendo que é do vosso dinheiro que vai ser pago o Parque de La Salette, nenhum de vós mexe a ponta de um corno para impedir tal aberração.
Eu não sei qualificar-vos. Foi descoberta uma forma de vida na Antártida, ontem, que ainda não está classificada e tem ADN nunca antes visto. Deve ser do vosso genoma, porque foi capaz de viver congelada milhões de anos enquanto lhe passavam por cima com jipes, trenós, petroleiros, e toda a merda imaginável, imperturbada.
Este post do Joshua é uma ode à coragem hirta e ao valor amordaçado de quem persiste, por opção ou falta dela, em cá ficar. Numa terra banida do restante Ocidente, onde para ascender ao poder é condição necessária ser um homúnculo medíocre, de aspecto glabro e efeminado e com percurso feito nas teias mais nojentas do bas-fond partidário, não restam dúvidas quanto ao cisma do nosso tempo.
De um lado estão eles, do outro estamos nós, e no meio estão vocês, os capados que titubeando entre o comodismo e a incredulidade, mais Benfica menos Rock in Rio, mais aguardente menos tabaco, ajudam a perpetuar este horror e condenam os velhos a uma morte em lágrimas e os putos à apatia e ao estupor perpétuo.
O problema com este arranjo das coisas é que os velhos e os putos não são, em exclusivo, os vossos velhos e os vossos putos. É que por mim cá me safo, e o mesmo deverão dizer os da minha criação e idade, que não aspiram a ser Secretários de Estado nem almejam quimera alguma ao poderzinho filho da puta que se instalou, e também já nada temem perder que sejam eles a poder tirar-nos.
Mas temos velhos, e temos putos, e uma récua de cabrões aleivosos alimentados a pão-de-ló com os tostões que houver para gamar a quem mais conta nas nossas vidas, isso é coisa que não tem lugar, não pode ter lugar, dentro das mesmas fronteiras onde haja pessoas que se digam livres. Permitir a passagem de cada dia como este que agora se finda, sem erguer um braço, uma tocha, uma pedra, uma barricada contra os maus da fita é proclamar em surdina a impotência perante o assassinato, lento mas inexorável e deliberado, daqueles a quem tudo devemos.
Encolham os ombros. Eles é que mandam. Há cem anos estávamos pior porque não havia estradas tão boas. Se pensamos nisso ficamos malucos.
Sois o mais fiel retrato dos enrabados contentes.
Um amigo vai de urgência para o hospital que é pago com os seus impostos, sem poder mexer-se com uma dor lancinante na coluna, e aguarda quatro horas deitado no meio dos estropiados pelo especialista que ainda não regressou de almoço. Entrou às 16h, e perto das 20h lá veio o curandeiro. Garcia da Orta, ou de Orta, em Almada.
Rapaz conhecido, fornecedor, é mandado parar pela autoridade em Leiria, carregado com discos de lixa a entregar cá perto, e tudo é conferido - guias, quantidades, formato das embalagens, a puta que pariu; ainda teve que escancarar a mala de viagem com as roupas e a garrafa de whisky.
A turba inflamada afia as forquilhas com os radares na quadra Pascal-versus-Maio que se aproxima, e de resto, como dizia Catão, delenda Carthago.
O exemplo italiano? Espero que pegue, e que surja um palhaço profissional capaz de desagregar esta merda toda e virar a mesa.
I first direct your consideration to this; if it can happen in Italy then why not in Greece, Spain, Portugal or France? People in other countries will take heart from Grillo’s attempt and then success and the mob may begin to stir. However Italy is going to work out and whatever alliances may be made or whether there will be a second vote; the writing is emblazoned now clearly on the wall which declares opposition to living under the dictums handed down from other countries and enforced by the money that may or not be parceled out to the Italian nation. This is clearly defined by the total rejection of Monti and the Brussels/Berlin austerity measures that he put in place. The vote for Monti at just under ten percent is a ringing condemnation of the European Union by the people of Italy. In fact I would say that the Italian elections are exactly what the European Union has feared most, the very most, which is the rejection of the Brussels/Berlin governance by those who ultimately matter which are the people of a nation. I think it can now be said with a good degree of accuracy that the Italian people took a long hard look at the European Union and voted, “NO!”
- Mark J Grant, "out of the box"
A Comissão Europeia, ou cérebro da Besta tentacular que serve de covil aos cultistas satânico-comunas, oriundos das mais aberrantes seitas esquerdistas e que pretendem expopular a Europa mediante implementação da sua agenda neo-marxista, quer agora um NIF europeu.
A ladainha é a mesma de sempre: proteger os bons pagantes, ora ressequidos à mumificação pelo esbulho, dos maus - leia-se evasivos - pagantes, ora refractários malignos que se recusam a custear o faisão com arroz de tâmaras que o sultanato Bruxelesco tanto ama e necessita para garantir a supervisão salvífica dos povos na Terra.
Para ver e ouvir com o som bem alto, idealmente ligado a um subwoofer, eis um pequeno vídeo que ilustra o que sinto de cada vez que o meu córtex cerebral manda visualizar van Rompuy, Barroso, Constâncio, Schultz, Juncker, Trichet-sur-les-Îles-avec-Martini, e as abencerragens aruspicianas que vicejam à custa dos melhores anos das nossas vidas.
Há mais no Mundo do que a nossa pobre ciência consegue abarcar. Eu pensei, ao longo de toda a minha vida, que ao deitar fora qualquer coisa que já não me servisse, fosse ela um objecto ainda íntegro ou apenas já meros resquícios, estaria a depositar a matéria sujeita do meu acto no espaço público, de onde, caso não viesse a ser recolhida pelos serviços competentes, poderia sê-lo por um qualquer desgraçado a quem aproveitasse aquilo que a mim não mais pertence.
Parece que não. Pelos vistos "há empresas que dependem dos resíduos", uma das quais a Braval, cujo administrador traz agora a lume a pretensão de ver coimados os cidadãos que sejam apanhados a revolver o lixo.
Este senhor faz propostas para meninos. Porque não ir mais longe e coimar os cidadãos que não produzam resíduos suficientes para garantir o sucesso e longevidade da Braval?
Era capaz de ser mais Europeu, o que é que me dizem?
As altas instâncias da União Europeia são antros esconsos onde se acoitam personagens oriundas das mais fanáticas seitas, a seu tempo fartos de berrar pelo bem comum, o proletariado, o pão na mesa e outros atavismos pop que rapidamente e bom grado trocaram pelo carro potente, a casa para as filhas, o fato lavado e o jantar regado com honrarias que fariam corar um sátrapa.
Novamente mais afoitos na regulação do bem-estar animal do que a garantir o cuidado essencial na higiene política àqueles que lhes pagam o salário, pressionam nove Estados, entre os quais Portugal, para que estabule convenientemente as suas porcas.
Isto é: grassa toda a bandalheira no território, com índices de criminalidade, depressão, suicídio, ignorância, desemprego, corrupção, divórcio e loucura jamais presenciados, e Bruxelas, aos perigosos infractores - não vão levantar muito cabelo - manda zelar pelo conforto das porcas?
Bruxelas que vá bardamerda. Há limites para o escárnio que um povo aguenta.
Foto: o Senado Sinistro, completo com os sugadores do nosso esforço
Na Bélgica, país brevemente islamizado graças às políticas meta-tolerantes da União Europeia (que só não tolera a liberdade dos que nela nasceram, promovendo uma agenda neo-marxista de dependência estatal e pensamento único) a mão de ferro do poderio político flecte agora as garras ameaçando a vida de menores.
Já não bastava considerarem um nascituro, na barriga da mãe, como um não-ser. Tinham que estender o conceito às crianças.
Nascemos ligados a um catéter controlado por um botão sob os dedos de alguém sentado em Bruxelas. Crescemos obnubilados pela doutrina facilitista e infantilizante de curricula escolares feitos para amorfizar. Trabalhamos para pagar almoços a nababos inchados e carecas. E morremos calados sem deixar rasto.
E vocês? Já pensaram no que vão ver logo à noite na televisão?
Muitas vezes, ouço esgrimido certo argumento popular em favor da manutenção desta paz podre que finalmente conduz os nossos descendentes - a parte de nós que passou ao longo das eras e se pretenderia que alcançasse, um dia, a imortalidade - ao exílio, à escravidão e à ruína.
Perante a miséria resultante do estado pútrido a que chegou a democracia, com o próprio "demos" à cabeça da lista no rol de culpados pelos abusos do "kratos", banalizou-se preconizar a irrelevância do Mal face à presença, ainda que em doses mínimas, do Bem.
Diz-se, encolhendo os ombros e estugando o passo para longe da conversa incómoda, que há duzentos anos estávamos muito pior, que andávamos descalços, que as crianças morriam à nascença, e toda uma pluralidade de mantras evocativos de quão bem estamos.
É no fundo o mesmo que dizer: há cem anos uma carta demoraria três meses de Portugal à Índia, e pretender concluir: olha como estaríamos pior se não houvesse aviões.
Face à evolução da sociedade globalizada e aos avanços, igualmente globais, da ciência e da tecnologia, o transeunte mundano reage ao chamado da voz do dono, quando esta aponta a Lua, mas permanece fixado no dedo que a indica, sustido num transe hipnótico que só termina quando a idade e o fim iminente da vida o arrebatam desse estupor banzado.
Então é tarde demais.
As perguntas que importa fazer, assim, quase ninguém as faz, mantendo oleada a engrenagem carniceira que vai moendo gerações atrás de gerações e estupidificando, convenientemente, as vindouras.
É disto exemplar o caso da realidade social Portuguesa, na medida em que o eleitorado é hoje uma coisa digna de figurar num manual de psiquiatria. Divididos em castas de mercenários sem espinha, apáticos a leste, totós da mamã, e pessoas normais perdidas no labirinto, os de cá desperdiçam o tempo que lhes foi emprestado, fazendo tabula rasa da incompetência, mediocridade, negligência e compadrio criminoso daqueles que, por serem eleitos, deveriam servir e não serem servidos.
E invocam, à saciedade e à revelia da Razão, o tal algoritmo miserabilista: não importa que os políticos vivam como nababos à nossa conta ou que gastem brutal, estúpida e quiçá maldosamente a maior fatia dos dinheiros públicos, muito deles colectado a contribuintes estrangeiros que nada nos devem.
Mas porquê?
Porque há cem anos morria muito mais gente de infecções nas gengivas, olha como estaríamos pior se não fossem os antibióticos.
Boa noite.
Uma definição de insanidade é fazer infinitas vezes a mesma coisa esperando obter resultados diferentes. Eu concordo com esta formulação.
Descontemos o facto, certo e sabido, de haver uma sólida fatia de votantes que o são em causa própria, directamente, por mercê de benefícios que esperam obter através do concubinato com os partidos políticos. Estes estão quase arrumados, por haver cada vez menos dinheiro a cair do céu. Resta-lhes o nosso, que nos é subtraído por via da taxação - uma forma de roubo - mas também esse se esvai.
Há outros que ainda votam por ingenuidade, e uns quantos, maioritários, que se recusam a participar na farsa.
Aos últimos dirijo este post.
Durante quantos anos será preciso ver telejornais que abrem com manchetes similares a
- afinal não é este ano que a recessão acaba
- estado cobrou mais impostos, mas gastou mais dinheiro
- PS diz que sim, PSD diz que não, o Sporting empatou, Kapinha foi agredido
- gestor vindo da empresa XX, militante no partido yy, contratado por dez mil euros
- suicídios aumentam, abortos aumentam, emigração aumenta, casal idoso assaltado e espancado com barra de ferro
- alunos do nono ano não sabem ler
- nova telenovela estreia amanhã, episódio triplo, não perca
- 90% dos deputados têm outros rendimentos e raramente comparecem na AR
- há um milhão de desempregados, "mas podíamos estar pior"
- há fome e pavor, "mas dantes era pior"
Podia prosseguir, mas não consigo.
Falta-me uma peça crucial à continuidade deste exercício: não sei se sois cobardes ou simplesmente incapazes de compreender o inferno que criastes.
Um gajo vai a Lisboa e não há trânsito para lado algum, é uma coincidência urbana por contraponto à coincidência cósmica, como a BBC News chamou hoje ao facto - consubstanciado por mil feridos e uma fábrica de zinco feita em cacos - de chover ferro e fogo sobre a estepe no mesmo dia em que um asteróide vem perturbar a apanha da conquilha.
Por outro lado eu tenho melhorado muito da apneia, desde que me comparo, e meus caros o efeito placebo que isto faz num homem, com o pessoal que engole patranhas atrás de patranhas, vindas desses favos de merda que são os partidos, pela promessa de um Eldorado para bufos, chibos, mainatos e amanuenses qualificados com uma costela ligada a uma corporação qualquer.
Já sabe melhor conduzir como Deus ordena, enfiar a viatura onde mais ninguém vai senão @s agrilhoad@s d@s Conservatóri@s e Observatóri@s, com a arroba no ego e o freio nos dentes, ingerir gorduras, sal e álcool enquanto se fuma e rasga a factura, e sair da entrevada metrópole conforme nela se entrou, como se atravessasse em picossegundos um qualquer lugarejo no mais ermo tundral da Samilândia.
Afinal sempre há vida para além da FNAC, ó urbanitas, ó hipsters. Na melhor província cai a nódoa, e bem férrea pode ela ser um destes dias, mais depressa do que poderíeis dizer "ai o meu ipad, ó su, tens rede?".
Viva Goscinny, viva Uderzo, e por Toutatis, bom fim-de-semana. Eu vou-me para 48 horas de boot camp auto-imposto e bem hajam.
Adenda: desculpem lá mas não resisto, vi agora que andam aí a roubar hóstias. Urge das duas uma, banir o roubo da hóstia ou legislar no sentido de não poder emergir um mercado selvático-anarca em torno dela, que é como quem diz regular o teor de farinha no ritual. Belzebu, perdão, o Estado nos livre de ofertar galinhas ao maléfico sem certificação prévia nem presença de um agente habilitado.
Viva Tunguska.
Ontem vi o Prós & Prós, do princípio ao fim, só pelo prazer de dizer mal e pela satisfação, mórbida, macabra, gótica e nutritiva de certificar-me, uma e outra vez, do estado a que chegou esta terra.
Correia de Campos, que nem devia ter a lata de aparecer em público e pago pelo público, levado ao colinho pela Fada Fátima dos Dentes como os restantes paineleiros, numa sessão de anestesia pornográfica.
Privatizaquê? E depois quem pagava os guiões?
Milhares de idiotas indignam-se contra um militar da GNR, pessoa útil a todos, porque deu um pontapé num porco que já deve ir com os porcos a caminho da prateleira, que é onde crescem asséptica e higienicamente as costeletas, como qualquer gnomo de liceu sabe.
Agora o rapaz arrisca-se a perder a carreira à conta das urticárias pré-pubescentes da turba, consistente em princípio dos mesmos que ratificam práticas genocidas como o aborto subsidiado, não se coibindo de dar cabo da vida aos nascituros bem como aos já nascidos.
Isto tudo ao mesmo tempo que uivam pela rua fora, de forquilha em riste, à procura de direitos que nunca existiram mas que de repente, como o novo iPhone ou a troca trimestral de guarda-roupa, lhes fazem mais falta do que a literacia, que igualmente nunca tiveram.
Portugal, país de portugueses.
Mais uma reportagem compungida sobre um casalinho a quem o papão quer tirar os filhos.
Um drogado, alcoólico e desempregado crónico, junto com uma seropositiva, que se dizem vítimas de preconceito.
Contra quê?
Contra quererem ter consigo filhos atrás de filhos, deste e de anteriores relacionamentos, sem condições, mas claro, com muita vontade, muita motivação e todas as merdas que a clique psico-socialista de Câncios, Palmiras, Beléns, Augustos e afins tanto preza por lhe dar alento e nutrição sempre que os ânimos parecem soçobrar.
Parafraseando o imortal, embora ainda um bacelo, cronista Henrique Raposo: oh meus amigos.
Querem ter filhos, tenham-nos, só não esperem que alguém venha sentir-se obrigado a pagar-vos os devaneios; e mais digo, se querem tê-los em circunstâncias que os colocam em perigo, antes de haver qualquer dever de sustentar-vos os vícios e as manias, há um dever para com os putos, que pode muito bem ser subtraí-los ao contacto convosco.
Houve há uma semana um temporalzinho da treta. Uma perturbação que devia ter sido irrisória, se ao menos o país tivesse aproveitado bem as benesses que lhe foram concedidas. Aproveitado o clima plácido, aproveitado a geografia acolhedora, aproveitado a ausência de guerras e pestes, aproveitado o dinheiro que recebeu da Europa, aproveitado a abertura da Cidade e do Mundo ao progresso trazido pela globalização, aproveitado a sorte.
Como sabemos, nada disso foi aproveitado. Os portugueses continuam a não governar-se nem a deixarem-se governar. Ninguém lhes come as papas na cabeça, a não ser os chico-espertos dominantes, que entre uma promessa e um tacho lá vão comendo e deixando migalhas aos tansos.
Volvidos sete dias sobre a tempestade, há gente que ainda não tem água nem luz nas suas casas. Os monopólios vigentes, sendo por natureza impávidos às vicissitudes de quem lhes paga a existência, estão perfeitamente a lixar-se para a situação.
O Estado, afoito no controle fitossanitário das ostras e na certificação das rendas de bilros, afaga o lombo aos monopólios, onde tem a patorra aconchegada. Asinus asinum fricat.
Entretanto foi criada uma petição pública que me honra aqui referir. Subscrevê-la-ei e faço votos de que surta o efeito pretendido, para que seja dado mais um passo seguro no sentido de obliterar esta gente cujo carácter desafia qualquer descrição. Recomendo ainda a leitura do editorial do Jornal de Leiria, onde pode ser encontrado um retrato mais próximo da situação terceiro-mundista que aflige agora muitos dos nossos compatriotas.
E fica, de facto, no ar a pergunta para que todos e cada um de nós, os mais e os menos complacentes, deveríamos ter, na ponta da lingua, a resposta: e quando vier um temporal a sério, ou outra coisa qualquer daquelas "que só afectam os outros lá longe"?
Não digam nada, já estou a imaginar. Refila-se muito e não se muda nada, paga-se os impostos porque eles é que mandam e é melhor não criar muitas ondas porque senão ficamos malucos.
O preocupante nem é a maioria que de facto não vota, e sim, a julgar pelos alucinados de Este a Oeste que se regozijam com o retorno à dívida, a quantidade de gente que depende da mama deste ou de outro governo.
ID: | 35487 |
Tipo: | Anúncio de Concurso Urgente |
Descrição: | Frascos para transporte de metadona ao domicílio |
Entidade: | Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, I.P. |
Preço Base: | 81400.00 € |
Isto é só para os frasquinhos. Façamos as contas a quantos drogados e quantas doses de droga os frasquinhos comportarão, e quanto acrescerá, em euros esbulhados, essa imprescindível pétala na flor do progresso.
Já ouço os nerds do costume, mais ralados com a escória da humanidade do que com a higiene rudimentar do verbo, a lançar a questiúncula: "mas queres deixar as pessoas morrer? não tratas os doentes? o que é que fazes a esta gente? a paz social tem de ser comprada" e toda uma pluralidade de parvoíces suicidárias capazes de levar a uma síncope (de riso) os nossos antepassados e os não-Ocidentais da actualidade, que é quase a mesma coisa.
Mas quais doentes? Quais pessoas? Comprar o quê? E se fossem ver como é que vivem as pessoas que são realmente pessoas, realmente doentes, e que realmente precisam de comprar o essencial para que lhes continue a ser permitido levantarem-se no dia seguinte, aturar a estrada, engolir as abjectas demagogias dos palhaços eleitos e seu séquito de chulos, e irem trabalhar para pagar a merda dos frasquinhos? E não é com uma dieta de perdiz e porco preto.
Mereceis o que tendes.
O eleitorado português divide-se em duas categorias:
- aqueles a quem, por terem mais o que fazer ou preocupações mais graves, a política de chiqueiro nada diz, e que se abstêm
- os entachados, pré-entachados, saudosistas do PREC, tiranetes em potencial, cegos do córtex cerebral, e demais loucos que ano após ano votaram em quem lhes desse menos em que pensar e mais por onde gastar
Sendo a realidade fielmente descrita pelos dois pontos que enunciei, acrescida da indigência - material e espiritual - que domina o território, parece-me um acto de supina arrogância, daqueles que se pagam bem caro, desvalorizar António José Seguro e as esquerdas ululantes.
Afinal eles são o espelho do povo.
Pormenor do Manual de Instruções para o Cidadão Urbanizado, ed. Barroso-Van Rompuy, Estrasburgo/Bruxelas, 2002
Reporta um amigo meu, dos tempos do ensino secundário, que ao fim de 36 (TRINTA E SEIS) horas sem luz nem água, e já com a comida refrigerada toda destruída, ainda não tem acesso ao telefone fixo.
Ou seja, bastou uma pequena intempérie, daquelas que fariam qualquer sueco encolher os ombros, para desnudar uma vez mais as fragilidades do rectângulo.
Perto de Loures, no moderno, urbano, Europeu, e certificado Portugal, Século XXI.
Na melhor tradição tuga, decerto que os monopólios de serviço cobrarão as facturas como se nada de anormal tivesse ocorrido. E sobre elas, os impostos serão colectados.
Leitura complementar: Natureza arrasa o Estado Social.
De cada vez que ouço um partidário do Estatismo invocar o argumento do "quem não deve não teme", só me apetece, de tão pueril que me parece o desplante, indagar acerca da sua coerência: o que fariam, ou aliás fazem, os seráficos colectivistas quando não é o Estado, e sim qualquer entidade privada, a demandar pormenores referentes às suas vidas? Pois é, cai o Carmo e a Trindade, apesar de não haver quaisquer diferenças nos princípios orientadores da questão.
Cá no burgo, coito de tribos tão provincianas que até o próprio provincianismo ignoram, gozou-se com os britânicos quando foi proposto tornar obrigatório o porte de um bilhete de identidade, coisa ainda inexistente no Reino Unido, onde o passaporte serve como principal documento identificativo. Qual é o mal, desenham os néscios nas nuvens idílicas da crendice moderna.
Faz-se chacota de quem anda nisto há séculos, como se os trinta e oito anos de regabofe e devaneios transcorridos até aqui conferissem habilitação suficiente a um bando de nativos que ainda se deixa engodar com missangas.
Há dias recebi mais um email emitido pelo ubíquo director-geral do confisco, trazendo ao meu conhecimento a existência de um inquérito à satisfação do contribuinte, acessível no Portal das Finanças após inevitável registo e identificação; "para melhor combater a fraude", escreveu o ignóbil, ou por ele outra alma de igual calibre. Qual é o mal, não?
Que o arrazoado argumentário desta gente pequenina e transparente não encontre sequer um arremedo de espanto perante os atentados à Lógica e à Razão que cometem, para não falar numa sublevação civil, é coisa que assombra cada vez menos. De facto, os eunucos imperam e para esta forma paulatina de paludismo cerebral não consta haver fim à vista.
E as "conquistas"? As conquistas do Estado Social, as conquistas de Abril, as conquistas da Europa, as conquistas de Obama.
Boletim de preenchimento obrigatório para o acesso ao "Obamacare", sistema que é tudo menos gratuito
Qual é o mal em responder a umas perguntinhas pessoais? Um sistema de saúde gerido pelo Estado, ícone e farol da rectidão, não é aquilo que todos querem? Aquilo que todos deviam querer? Quem não quiser tem de pagar o preço da sua auto-exclusão, ou não fosse a bitola pela qual se regem muitos dos arrebanhados apoiantes do agora defunto Acordo Ortográfico, essa quimera de estar sempre actualizado, ou seja, igual à nova moda como as crianças pré-púberes.
E as armas? Quem é que precisa de armas? Quem não deve não teme. Muita gente não tem armas. Que só os maus e as forças a mando do Estado as tenham, decerto não causará mal algum.
E preferências sobre o automóvel que se conduz, a roupa que se veste, a comida que se come, a escola onde os filhos andam ou as matérias que aprendem? Para quê tudo isto? Porque hão-de ter algumas pessoas privilégios quando ainda não há equidade no Mundo que permita a todos viver com os mínimos de dignidade conformes aos estipêndios legislativos do Comité? Qual é o mal em que todos tenham o mesmo?
Para que é que precisas de dinheiro no bolso quando o Estado pode dar-te uma caderneta de senhas?
Vai para casa, vê a novela, fala da bola, lê a Caras, não difiras no corte de cabelo, adequa-te ao credo urbanista, desliga o LED da televisão antes de ires dormir para não aquecer em demasia os campos de arroz no Suriname, e não te esqueças, quando volta e meia receberes uma coima nova, só tens que perguntar qual é o mal.
Os instalados do sistema agradecem.
Notícia do Público:
"Há cada vez mais alunos com sono porque estiveram no computador até tarde
Deixam de dormir, de comer ou de ir à casa-de-banho para jogar, relatam os psicólogos. O que fazer para que os mais novos não se movimentem só no mundo virtual?"
Ponto um: se é preciso que sejam "psicólogos" a relatar isto, Portugal está explicado.
Ponto dois: o que fazer é de apuramento igualmente simples, acaba-se com o laxismo nos curricula escolares, que desde Guterres passaram a ser próprios para mentecaptos, e é chumbá-los a ver se acordam; acaba-se com a síndrome de Estocolmo em casa a ver se descobrem a relação entre disciplina e nutrição.
Ponto três: já não pode faltar muito para o Armagedão.