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Devem ter ficado contentes. Apesar de tudo que circula por aí - as famosas guerras maçónicas -, os senhores do "grupo" que usa avental fora da cozinha puderam contar com os bons ofícios do católico CDS para impedirem Fernando Nobre de ser eleito presidente do Parlamento. Uma vitoriazinha em tempos que não lhes correm de feição. Desta forma, a coligação começa mal o seu trabalho no areópago. Alega-se com a "falta de experiência política", o que parece ser compreensível. No entanto, sabendo-se que este cargo é também objecto os desejos de alguns "grupos" de pressão - os Açores têm sido bem sucedidos -, gostaríamos de saber as verdadeiras razões pelo chumbo, até porque em termos de currículo pessoal, Nobre bate aos pontos 98% da assembleia.
Temos a certeza quase absoluta, do alegado porquê desta oposição. Do que agora estamos à espera, é da avaliação do poder dos outros "grupos" de pressão insular. Mota Amaral ou o representante de Alberto João Jardim?
"Excesso de pretensiosismo, a roçar o patético", diz o Sr. Francisco Assis , referindo-se ao candidato Nobre... Como se todos os partidos não estivessem recheados de patéticos, pretensiosos e especialmente, de arrivistas. Essa é a essência do bloco geral de interesses, precisamente no momento em que começam a sair certos esqueletos do armário.
A propósito, o Sr. Otelo Saraiva de Carvalho alerta quanto a cortes nas benesses dos militares contratados. Sabendo-se quase tudo acerca das origens corporativistas do 25 de Abril, o poder que se cuide. Pelo menos, Otelo acaba de reconhecer aquilo que sempre se soube: as "liberdades", os "progressos" e o "fim de opressões", não passaram de pregões matinais que escondiam o pedinchar de pecúlio: business as usual.
"Extraordinária dádiva à sociedade", "valiosa contribuição", "chegada de um homem com provas dadas", "grande sacrifício pessoal", "tremenda vitória da seriedade", "o desprezo que a cidadania vota à política de direita" e outros tantos entusiasmos mais, seriam decerto aplicáveis a Fernando Nobre, se o médico tivesse sido incluído nas listas do BE, por exemplo. Aí sim, teríamos a Sra. Judite de Sousa de olhão arregalado e dentola reluzente, desmanchando-se em devaneios de "social-democrata progressista". Choveriam entrevistas, babar-se-ia Louçã mais que nunca e já sem binóculo em riste, preveria "pontes de esquerda" que finalmente afastariam uma direita que bem vistas as coisas, jamais ousou aplicar o seu verdadeiro programa.
A prática da "boa política" diz que aqueles que abandonam o bote furado comunista, deverão proceder ao transbordo para uma espécie de jangada purgatória e para isso, o PS servirá muito bem. O recauchutar de apagadas luminárias como Jorge Sampaio, Vital Moreira, Magalhães, Ferro Rodrigues e outros, são míseros exemplos entre centenas. O caso de Zita Seabra foi diferente, imperdoável. Ousar cortar radicalmente com o estalinismo? Como assim?!
Pelos que se ouve e lê, Pedro Passos Coelho acertou em cheio. Contentou um CDS que atrairá alguns eleitores ao seu redil e estragou a vida a tão insignes figuras como o sr. Edmundo Pedro, mais que nunca "frigorificado" - uma estória edificante - pelas próprias palavras proferidas a torto e a direito. Para mais - e isso agrada-me - , desfere um estaladão na cada vez mais cara, absurda e inútil presidência da República, módica paga por aquilo que o sector cavaquista do PSD lhe tem andado a fazer. Do PS vieram os inevitáveis e aldrabáveis desmentidos, tal como seria natural. Na TV, as "antenas abertas" ocuparam horas com comentários histéricos da coligação de rançosas velhas indignadas, invejosas mulheres sem peito para soutien, professores de barbaça com caspa e contratados comentórios políticos sem qualquer interesse.
Nobre não é coerente? Não é. Nobre é politicamente inconsistente? É. Nobre é talvez um monárquico disfarçado ou pelo menos, tímido? Provavelmente. Nobre tinha o direito de se candidatar na lista de qualquer partido? Tinha, tinha, tinha e tem.
O que hoje a grotesca e parasitária esquerda caviar ataca em Nobre, é o seu compromisso com o sistema partidário. Jamais apta a ganhar qualquer eleição, segue o pressuposto do mítico assalto ao poder pela janela da rua. Isso é que não perdoam ao hoje candidato Nobre/PSD.
A extrema-esquerda está furiosa e afinal de contas, apenas não compreendo o porquê do desassossego da direita. A direita devia rebolar-se de gozo e morrer de riso, aproveitando para abrir garrafas de espumante. Os meus colegas de blog que me informem, por favor.
A direita devia estar mais preocupada com os afazeres do Governador-Geral do Reichsprotektorat Portugal, o sr. Poul Thomsen.
A (boa) política faz-se de princípios, valores éticos e morais. Coisas raras hoje em dia mas que, ainda crentes e com uma boa dose de justificada ilusão, meio milhão de portugueses julgava ter encontrado no ex-candidato presidencial Fernando Nobre. Não está aqui em causa o convite feito pelo PSD, que é legítimo, ademais feito a um pretenso "independente". O que se contesta é a "certeza categórica" de Nobre ter a consistência de um pedaço de plasticina. Ficou-lhe mal, muito mal mesmo.Tão mal quanto ter negado, meses atrás, que era monárquico. Há coisas que não têm perdão. Esta é uma delas.
E da sua candidatura pelo PSD:
1) é um excelente médico;
2) não percebe nada de política ou economia;
3) tem boas intenções;
4) é uma receita para a desgraça.
Se há coisa que me assusta são pessoas cheias de boas intenções, que a coberto dessas escondem aquilo que realmente pensam. E depois de ver há minutos Passos Coelho acusar o PS de ser liberal, parece que já estou a ver o que aí vem...
Meus caros leitores, o meu apelo para estas eleições é que não sejam burros na hora de porem a cruz no boletim de voto. Podia ter aquele discurso chato de dizer que o importante é irem às urnas e votarem, independentemente de ser num ou noutro candidato, mas a verdade é que o país se encontra completamente perdido, perto da bancarrota, com uma justiça podre e desorganizada, com um dos maiores índices de corrupção da Europa e com uma taxa de desemprego descontrolada que parece que vai subir ainda mais no próximo ano. Perante isto, não basta votarem num qualquer candidato, não chega continuarem a votar nos tipos do costume.
Se pretendem sair de casa para legitimar a marcha triunfal de Cavaco Silva, o candidato cujas amizades fazem lembrar os companheiros de Roberto de Niro no "Tudos Bons Rapazes", então por favor fiquem em casa. Por outro lado, se estão a pensar ir até à vossa mesa de voto pôr a cruz em Manuel Alegre, então pelo menos pensem duas vezes e lembrem-se que este senhor está na política desde o 25 de Abril e que nunca conseguiu evitar o estado a que o nosso país chegou. Por outro lado, se pensam votar como protesto em Defensor Moura, José Manuel Coelho ou Francisco Lopes, então aconselho a aproveitarem o dia 23 para se dirigirem ao hospital mais próximo da vossa área de residência, assim como assim deve ter menos gente do que é costume, pois ainda há uns 30% de eleitores que devem ir às urnas, o que irá diminuir o vosso tempo de espera.
Caso estejam realmente preocupados com o nosso país e estejam interessados em ter um chefe de estado que está distante dos partidos, dos lobbys instituídos e de toda a outra merda que afundou o nosso país nos últimos anos, então vão votar, pois finalmente têm uma alternativa. Falo obviamente de Fernando Nobre, um homem com provas de vida na solidariedade, com conhecimento da nossa realidade social e com coragem para ser um verdadeiro mediador do sistema, capaz de enfrentar esta ordem instituída. É muito raro quando um homem destes se oferece para dar o seu contributo para meter o país em ordem, por favor não desperdicem esta oportunidade.
1) Começar por questionar a independência de Manuel Alegre em relação à vida partidária. Alegre é um candidato dependente de dois partidos, o que não aconteceu há cinco anos.
2) Quando questionado por Alegre sobre a sua alienação da vida política, questionar o mesmo sobre o facto de só existir de cinco em cinco anos, enquanto ele sempre teve intervenção cívica na AMI.
3) Puxar o discurso para o eleitorado de esquerda, falando da solidariedade de Manuel Alegre para com as políticas do governo PS. Neste ponto, salientar ainda o facto de Manuel Alegre ter feito campanha por José Sócrates.
4) O ponto essencial será defender que é o candidato melhor preparado para ganhar a Cavaco numa segunda volta. Primeiro porque tem uma candidatura transversal e independente dos partidos políticos, em segundo lugar porque Alegre é à partida um candidato que já foi derrotado anteriormente por Cavaco Silva.
5) Atacar as sondagens e a pouca cobertura que a sua campanha tem tido pela comunicação social. Falar das personalidades que o apoiam e do apoio que tem tido nas ruas e nas redes sociais.
6) Questionar Manuel Alegre sobre o pouco envolvimento do PS e do BE na sua campanha. Realçar que esta é uma coligação eleitoral contra-natura. Falar dos vários militantes de outros partidos que estão envolvidos na campanha de Nobre.
7) Colar Manuel Alegre ao carreirismo partidário, sugerindo que não tem um conhecimento do que se passa no país real.
8) Manter sempre um discurso de confiança no seu resultado eleitoral, realçando que Manuel Alegre já foi derrotado uma vez por Cavaco Silva.
9) Criar um facto político que dê buzz na imprensa ao que se passou no debate. Ou seja, convidar Manuel Alegre a comprometer-se desde já a declarar-lhe apoio numa segunda volta contra Cavaco, comprometendo-se a fazer o mesmo caso Alegre tenha melhor votação.
10) Exortar os eleitores a unirem-se para levarmos Cavaco a uma segunda volta, afirmando sempre ser o melhor preparado e dizendo que um voto em Manuel Alegre é um voto de confiança em José Sócrates.