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Sim, a selecção nacional fez uma pobre exibição. Mas a Alemanha também não jogou nada por aí além - teve uma eficácia tremenda, claro. Sim, faltou velocidade, garra e eficácia a Portugal, e houve jogadores que em determinados momentos nem pareciam lá estar. Sim, Paulo Bento é um seleccionador teimoso e que errou ao não levar jogadores como Quaresma e Adrien ao Mundial.
Mas os meus amigos crédulos que não querem ouvir falar nos árbitros ou os que acham que não nos devemos queixar dos árbitros terão de me desculpar. É que o futebol tem regras que devem ser garantidas pelo árbitro, um ser humano e, logo, falível, susceptível a erros e manipulações. Portanto, colocar os árbitros num plano de soberania neutral é, no mínimo, uma valente ingenuidade. É, em analogia, o mesmo que achar que o Tribunal Constitucional é absolutamente imparcial e, de repente, perceber que, afinal, é um orgão político, não apenas jurídico - isto, claro, para quem acredita na carochinha, como se o Tribunal Constitucional pudesse não ser um orgão político, mas parece que temos umas quantas alminhas que ainda não tinham percebido isto.
Agora, coloquem-se no lugar dos jogadores da selecção nacional, por pior que tenha sido a exibição. Entram em campo depois de já terem assistido a vários jogos e arbitragens suspeitas, com penáltis altamente duvidosos a serem recorrentes, e sabendo que há notícias de que a Interpol estará a investigar jogos alegadamente combinados. O jogo começa equilibrado e aos 12 minutos o árbitro marca um penálti muito forçado contra Portugal, cujo critério, se fosse efectivamente imparcial, implicaria assinalar um penálti evidente sobre Éder na segunda parte. A desmoralização é, inevitavelmente, imediata. Pouco depois, Pepe comete um erro imperdoável, mas que em parte alguma do mundo seria motivo para o cartão vermelho que viu - e, novamente, não deixa de ser questionável tanto rigor por parte do árbitro para um dos lados em contenda, e tão pouco para o outro, com várias faltas por assinalar.
Ninguém diz que a selecção nacional não tem responsabilidades pelo que aconteceu. Mas há mais variáveis que contribuíram para o resultado final. E o árbitro foi uma variável determinante.
Posto isto, o mundial não acaba aqui. Há, para já, dois jogos para ganhar. Força, Portugal!
Pelos vistos Blatter não desarma. O artista-imitador deve ter ficado arreliado com a resposta de Ronaldo, que demonstrou a sua superioridade e arte ao marcar golos que deixaram Messi a morder os calcanhares da lista de melhores marcadores. Como se não bastasse, Joseph Blatter ainda continua com o seu tom persecutório a Portugal. Agora que esgotou a questão do militarismo de Ronaldo, este sargento aponta baterias para o campo onde Portugal enfrentará obstáculos a breve trecho - os play-offs que determinam a presença ou não no mundial de futebol em 2014. Para este primo de Platini (outro político de algibeira a levar em conta), de repente a forma de acesso in extremis é uma coisa muito emocionante, boa para as audiências televisivas, mas não o suficiente para um país que tem talento de bola para dar e vender, mas que porventura não terá um mercado com dimensão suficiente para colocar marcas das grandes corporações que deram emprego a este dirigível. Este Blatter tem qualquer coisa de Madoff, Strauss-Kahn, Vale e Azevedo, Berlusconi e Baptista da Silva combinados - não inspira confiança. Não inspira grande coisa. Não inspira nada. Contudo, Portugal saberá dar a resposta que ele merece. O carteiro sueco irá bater duas vezes e entregar-lhe-á a encomenda. Entretanto, teremos de bater no Blatter.
Ao longo dos anos, FC Porto, outras equipas nacionais, e Mourinho têm tido manifestas razões de queixa da UEFA. Ronaldo começa a ter razões de queixa grossas da FIFA, com o último deslize tresloucado e parcial de Blatter, que certamente não foi por acaso, mas corresponde a uma cultura ociosa e satírica de cúpula.
Há, notoriamente, um lóbi anti-português nesses dois organismos pela simples razão da inveja e da escala. Para efeitos europeus, a escala portuguesa parece desprezível e fazem-nos o desfavor de no-lo darem bastas vezes a entender, e muito mais nestes tempos de egoísmo e salve-se-quem-puderismo europeu.
No entanto, para efeitos do grande balanço histórico e da grande inveja entre as nações europeias relativamente a Portugal por causa da sua influência linguística, cultural e mesmo por causa da nossa expressão demográfica, não no rectângulo, mas no resto do mundo, Portugal e o enorme continente de afectos português têm um peso cada vez mais não desprezível nos espaços materiais e imateriais do Planeta, coisa que a França não tem, a Bélgica não tem, a Alemanha não tem, e muitos outros países europeus poderosos e ricos, manifestamente não têm nem terão. Isso e um legado secular fora da Europa, no Oriente, em África, na América, na Oceania, ou seja, virtualmente em todo o lado porque estar em todo o lado sempre foi e continua a ser eminentemente português.
Era preciso que tais países tivessem sido e feito, nos séculos passados, o que Portugal, Espanha e Reino Unido fizeram de ímpar no Planeta, sobretudo Portugal, atendendo às suas dimensões, e nenhum outro Povo pôde ou soube.
Posto isto, que a UEFA, a FIFA e todos os invejosos e desprezivos de Portugal se fodam e façam bom proveito.
Já temos tema para um mês e meio. Aquela espécie de enxerto de Mário Soares em Le Pen, chefão de uma entidade retintamente mafiosa, teceu umas gracinhas a respeito do nosso CRonaldo. Transplantando a coisa para outras latitudes, a senilidade bolsada equivale às pressões sobre o famoso Tribunal Constitucional que muito bem faz em defender direitos, especialmente quando os próprios estão em causa. Estando ouro no jogo, seja ele para botas ou lingotes, compreende-se o tal Blatter.
Não costumo dar qualquer relevância às tricas e mexericas do submundo do futebol. No entanto, por vezes surge a necessidade de um desabafo, tal a injustiça de certas decisões que prejudicam sempre os mesmos. Neste caso, o estapafúrdio e indecente apuramento da França, mercê de duas palmadas na bola que deram o golo necessário, dizem muito daquilo que a FIFA é: um gang onde pontificam os traficantes de influências e as urgências dos negócios dos "grandes". Com um tal gebo Platini à cabeça. Que asco!