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Em Portugal quase nunca há explicação, apuramento de responsabilidades e respectivas sanções. O jornal Expresso rende-se à evidência, imprime a redundância. Enquanto isso, vidas são sacrificadas, pessoas são atiradas para a pobreza, crimes e mais crimes são praticados - "se calhar nunca se vai saber qual a causa deste surto". O mesmo se passa com o BES e uma série de outros casos hediondo-trágicos da novela lusa. Quase sempre fica tudo demolhado, em mágoas de bacalhau, na antecâmara da dúvida crónica. O surto de Legionella não nasce por obra e graça de Nosso Senhor. As tais colunas de refrigeração, de que falam em código tecnológico georgiano, pertencem a alguém, fazem parte, segundo consta, de uma alegada unidade industrial. Se é esse o caso, e dada a incidência geográfica do flagelo, uma equipa de investigadores forense, da Divisão de Investigação e Acção Penal, já deveria estar trajada à CSI, a vasculhar os silos fabris, a abrir ficheiros alusivos a águas paradas. As mortes têm assinatura. As mortes, muy provavelmente, resultam de incúria humana, de desleixo, incompetência, quiçá, absentismo de alguidar. Agora não me venham com essa história usada vezes sem conta em epidemias a montante e a jusante - casa pia, caso isto, caso aquilo. Que muitos querem calar. Pio calado.