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Um advogado pode escrever disparates como este e afirmar lugares comuns que, para muitos, se tornaram verdades evidentes, ignorando que esquerda e direita são posições relativas e categorias que retêm toda a actualidade na interpretação da política, como Norberto Bobbio explica em Direita e Esquerda. Pode até, crendo na sua própria efabulação, dizer-se pragmático. E também pode escrever um artigo, 6 dias antes da detenção de Ricardo Salgado, a defender o resgate do BES com dinheiro dos contribuintes, "Sem demagogias e com pragmatismo." Convinha era ter esclarecido que é advogado de Ricardo Salgado (como se defende aqui), ou então, como seria recomendável, não ter escrito sobre o assunto (como se sugere aqui). O dito pragmatismo pode ser visto de diversas perspectivas e utilizado retoricamente para justificar resultados diferentes para o mesmo problema. Neste caso tratar-se-á da modalidade mais vulgar, a que serve apenas para justificar a prossecução de objectivos e interesses pessoais à custa da comunidade, que ganha uma particular ironia por ser protaganizada por um alegado liberal.