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A detenção de José Sócrates há muito que vinha sendo adiada - espero que levem isso em conta quando proferirem a sentença (e acrescentem uns anos de prisão). Esta notícia oferece-me alguma esperança em relação a Portugal. Chegou a hora daqueles que cometeram crimes que tanto lesaram o país, saírem pela porta pequena, da desonra total. A limpeza não deve ficar por aqui, nem deve obedecer a agendas políticas. Estes indivíduos devem ser tratados como cidadãos de segunda pela opinião pública, e com rigor penal pelo sistema de justiça. No entanto, iremos assistir ao esgrimir de razões da parte daqueles que certamente devem favores ao ex-primeiro ministro. Para se ter a arte de roubar centenas de milhões de euros, tem de se ter um esquema montado - uma equipa à "Ocean´s Eleven". Aguardo com expectativa para ver como António Costa vai descalçar esta bota. Fico à espera de palavras sábias de Ferro Rodrigues e de outros barões iluminados. Mas observaremos certamente um ainda maior número de socialistas com ganas de desmentir os factos, de provar o contrário. Esse é o padrão de comportamento que devemos esperar. Diz não. Nega. Diz que não sabes de nada. Não é verdade. Espero muito sinceramente que os cidadãos deste país possam sentir no seu espírito algo de inédito, algo marcante e com consequências devastadoras. Só assim é que se pode começar de novo. Com uma razia. Com inundações não vamos lá.
Há uma certa vantagem em todo este carnaval americanado nas "directas do PS". Até nisto seguem muito daquilo que chega do lado de lá do Atlântico e veremos se no dia da tal eleição, os bombos e gigantones não irão fazer a vez das majorettes. Pode até repetir-se o caso de Bush number two, alegadamente eleito com menos votos que o seu contendor. Terá qualquer um dos candidatos à liderança, um "irmão governador" na contagem de votos?
Embora todos o saibam desde há décadas, agora torna-se mais nítido o império da fraude, dos mortos que vivem e votam, não esquecendo os miraculosos saquinhos paga-quotas e os mega-T2 Bangla Desh onde vivem vinte e tal fulanos em suposta rebaldaria. Nada de muito diverso daquilo que sempre se passou no PPD, no futuro ex-"Berloque" e talvez, não sei nem me interessa saber, no CDS.
De muito disto se livra o PC, pois a coisa é decidida naquela espécie de purgatório a que se dá o nome de "centralismo democrático". Este artifício representa o supra sumo do elitismo, ou seja, uma perfeita réplica da defunta urss, onde 0,5% fazia o que bem lhe aprouvesse. Aliás, quase os mesmos 0,5% que atiraram a foice e o martelo para a sucata e orgulhosamente agora ostentam a antiga águia negra do czar, mas desta vez pintada de dourado. Coisas de novos ricos.
Além da lenga-lenga do Fado, Futebol e Fátima amplamente salivados e confirmados pela actual situação, aqui está mais um rol de acusações outrora dirigidas à gente da 2ª república. Tal mãe, tal filhota. Vá lá, paguem pela língua.
Exemplos de uma classe profissional bem representada. Seguramente há outros. Há mais.
BPN - Oliveira e Costa
BCP - Jardim Gonçalves
BPP - João Rendeiro
BES - Ricardo Salgado
Que se lixe a queda na bolsa das acções do Banco Espírito Santo (BES). O mais grave de tudo isto tem a ver com um valor intangível: a confiança. Por causa de salafrários como Ricardo Salgado, Jardim Gonçalves, José Sócrates ou Vale e Azevedo, para nomear apenas alguns de um imenso caldeirão de bandidos, o país inteiro passou a estar sob suspeita. A cada 24 horas que passa nasce mais uma extensão de uma longa novela de prevaricação. Acordamos, e mais três são implicados. Um deles, o delfim-genro de Ernâni Lopes, de seu nome Joaquim Goes (melhor aluno da Universidade Católica, segundo consta). Por causa destes sujeitos, já nem confiamos na Dona Ercília da Mercearia do bairro - "O pão é de hoje? É sim senhor. Acabadinho de chegar na Sexta-feira passada". Para além de todos os processos judiciais que possam decorrer da investigação às actividades financeiras destes indivíduos e dos grémios que os viram nascer, o povo português deveria levá-los à barra dos tribunais por danos morais e psicológicos causados. Deixamos de confiar. Qualquer coisa que mexa ficamos logo em sobressalto - de pé atrás. Começamos (ou continuamos) a ter dúvidas sobre as grandes instituições financeiras e os seus timoneiros, mas também a vacilar em relação à oficina de reparação da viatura e a conta apresentada, ou por causa da extensa lista de medicamentos inscritos na receita do dermatologista lá da seguradora. O português tem motivos para desconfiar. O cidadão nacional tem razões para olhar sobre os seus ombros. O povo, por estas razões todas, tem a obrigação de escrutinar os políticos, de espremê-los até ao tutano. Se não o fizer, a porta ficará aberta para ainda maiores desgraças. Entretanto, esta estória, para além de mal contada, está longe do seu desfecho.
Vivemos a época de ouro da contrafacção. Elegemos governos, mas recebemos em troca caos e miséria. Acreditamos cegamente em religiões mas perdemos a fé. Aprendemos profissões mas não temos nem vocação nem trabalho. Acordamos no meio da noite com vontade de petiscar um hamburger e sai-nos cavalo na rifa. Apetece-nos esparguete...pasta bolognese, mas temos de nos contentar com pónei picado. Respeitamos uma figura pública, mas quando a conhecemos em privado ficamos repentinamente com vómitos. Admiramos o conhecimento de um benemérito e depois resta-nos o plágio. Nem vale a pena continuar, sabem do que falo. São tantos os gatos por lebre desta vida. E fazem mal à saúde. Contudo, não vale a pena desesperar. Haja esperança. Há vida para além dos pecados equinos. Refiro-me à cavala. O peixe-maravilha que tem poder para destronar Pégaso e Bucéfalo de uma assentada. A cavala é a melhor alternativa possível ao cavalo. É um peixinho de uma horta que não precisa de pasto.
Não existe um país no mundo que não tenha o seu cardápio de plagiadores. Os copy-pasters vêm em todas as cores e feitios. Não há nada que possa ser feito para limpar o sebo ao conhecimento, à sabedoria que encerra em si o DNA do seu autor e que sai da boca para fora. Ladrões de intelecto operam na China, nos EUA, na Guatemala, na Alemanha, e também em Portugal. Existe porém uma diferença abismal entre o ministro Miguel Relvas e a ministra de educação da Alemanha que foi apanhada volvidos trinta anos sobre a atribuição do seu "alegado" doutoramento. Se em Portugal, a Universidade que o certificou, tomasse uma decisão para despromover Relvas, provavelmente ao homem seria dada a equivalência ao quinto ano de escolaridade. Enquanto muitos nativos se regozijam com as escorregadelas dos alemães, em virtude do estado de sujeição política e económica em que o país se encontra, pecam por não integrar na sua análise um aspecto fundamental. Refiro-me às consequências políticas que resultam da fraude. Independentemente do assalto à tese de doutoramento ser verdade ou não, a ministra alemã apresentou quase de imediato a sua demissão à semelhança de outro colega de fraude. Não arrastou um país inteiro para um tira-teimas privado, que apenas a si e à sua consciência dizem respeito. Teria sido simpático se o José Sócrates, que esteve envolvido em sérias dúvidas académicas, tivesse aberto o precedente ético, abandonando de imediato a posição que ocupava. Se o tivesse feito facilitaria a vida ao colega Relvas e provavelmente a tantos outros com graus académicos conferidos administrativamente. Muitos sabem do que falo. Refiro-me a licenciaturas que foram "dadas" no calor da Revolução de Abril e que autorizam, mas não capacitam muitos indivíduos para exercer a sua profissão. Felizmente, para mandar umas postas de pescada em blogs, não careço de autorização prévia. Afinal "the grass is not always greener over there".
Hoje, dia 20 de Dezembro de 2012, cheguei a uma triste conclusão: Em Portugal é possível fraudar a Segurança Social e, simultaneamente, obter a carta de alforria por banda do poder judicial. Imaginem o seguinte - apelo à vossa imaginação, mas, aproveito para dizer que estamos perante um caso bastante verídico: (1) um determinado departamento jurídico da Segurança Social investiga e instrui um caso de fraude, passado algures em solo nacional, em que conclui pela existência de fortes indícios de fraude e abuso dos dinheiros públicos; (2) remete o caso para o Ministério Público que, perante as seriíssimas evidências de atropelo aos normativos legais e de locupletamento dos recursos públicos por parte de um determinado cidadão, emite o respectivo despacho de acusação; (3) o juiz, por fim, e a destempo, arquiva o processo, afirmando, vejam só, que os indícios são fortes, mas que, perante o não cumprimento do prazo de contestação por banda do departamento jurídico da Segurança Social, não pode dar seguimento ao julgamento. Em suma, neste país qualquer cidadão, maior de 18 anos e com dois dedos de testa, tem via livre para usar os dinheiros da Segurança Social a seu bel-prazer, designadamente através do reles esquema das baixas fraudulentas com o recebimento, em simultâneo, do salário, sem que tenha de temer a acção correctora do Leviatã. E tudo isto porquê? Porque há profissionais do direito pagos pela Segurança Social que não cumprem a tempo e horas os objectivos que lhes foram cometidos e, também, porque temos um sistema de justiça medieval, estribado em manobras dilatórias e num processualismo bacoco e pombalino, em que o que verdadeiramente compensa é o chico-espertimo que se aproveita inteligentemente da leniência generalizada vigente neste "torpe dejecto de romano império". Acreditar neste país torna-se a cada dia que passa mais difícil. Com exemplos destes, não sairemos deste lodaçal peçonhento.
Anda para aí uma histeria neste nosso país com os filmes recentes sobre Che Guevara. Ontem fui à FNAC ali no Chiado, não consigo sequer ter uma mínima noção de quantos livros diferentes sobre Che estão à venda. Chega a causar naúseas. Só tem de facto piada porque representa o capitalismo a funcionar, o que, creio, faria Che dar voltas de irritação na tumba.
Continua a fazer-me uma imensa confusão como é que alguém como Che pode sequer ser idolatrado. Incrível como a História pode ser tão manipulada, especialmente por certa esquerda. Por isso, aqui deixo algumas passagens de alguns artigos de Humberto Fontova na Capitalism Magazine (especialmente este), recomendando ainda a leitura deste artigo de Alvaro Vargas Llosa. De destacar que ambos são autores de livros que tentam desmistificar este mito moderno, este e este. Já agora, há um grupo no Facebook intitulado Che Guevara was a murderer and your t-shirt is not cool. Podem encontrar aí várias leituras sobre o assunto. Aqui ficam então várias passagens:
Alvaro Vargas Llosa, The Lie Abouth Where Che Lies:
It is not surprising, of course, that Che Guevara's remains are a myth. Everything about this modern saint is a myth -- his love of justice, his romantic disposition, his goodness. The truth is that he executed hundreds of people, ruined the Cuban economy, tried to turn Cuba into a nuclear power and helped bring about many military dictatorships in Latin America in reaction to the guerrillas he inspired in the 1960s and the 1970s.
Guevara's false body reminds us that totalitarian power is built on the abolition of historical truth and the psychological manipulation of its citizens.
There is something at once terrifying and fascinating about the fact that this act of propaganda was concocted by scores of scientists, diplomats and jurists perfectly willing to make a mockery of their professions in order to deliver a story that one man, Fidel Castro, ordered them to deliver -- and that they knew to be a colossal lie.
Humberto Fontova, Che, Assassin and Bumbler:
"At The Sundance Film Festival Robert Redford's film on Che Guevara "The Motorcycle Diaries" received a standing ovation." They say this was the only film so raptly received.
For the first year of Castro's glorious revolution Che Guevara was his main executioner -- a combination Beria and Himmler, with a major exception: Che's slaughter of (bound and gagged) Cubans (Che was himself an Argentine) exceeded Heinrich Himmler's prewar slaughter of Germans -- to scale, that is.
(...)
Cuba was a nation of 6.5 million in 1959. Within three months in power, Castro and Che had shamed the Nazi prewar incarceration and murder rate. One defector claims that Che signed 500 death warrants, another says over 600. Cuban journalist Luis Ortega, who knew Che as early as 1954, writes in his book "Yo Soy El Che!" that Guevara sent 1,897 men to the firing squad. In his book "Che Guevara: A Biography," Daniel James writes that Che himself admitted to ordering "several thousand" executions during the first few years of the Castro regime.
So the scope of the mass murder is unclear. So the exact number of widows and orphans is in dispute. So the number of gagged and blindfolded men who Che sent – without trials – to be bound to a stake and blown apart by bullets runs from the hundreds to the thousands.
But the mass executioner gets a standing ovation by the same people in the U.S who oppose capitol punishment! Is there a psychiatrist in the house?!
(...)
I've called him cowardly. Yet in all fairness, we don't know. For the simple reason that the century's most celebrated guerrilla fighter never fought in a guerrilla war or anything even approximating one. The few puerile skirmishes again Batista's army in Cuba would have been shrugged off as a slow night by any Cripp or Blood. In Cuba Che couldn't find anyone to fight against him. In the Congo he couldn't find any to fight with him. In Bolivia he finally started getting a tiny taste of both. In short order he was betrayed, brought to ground and routed.
(..)
As a professional duty I tortured myself with Che Guevara's writings. I finished glassy-eyed, dazed, almost catatonic. Nothing written by a first-year philosophy major (or a Total Quality Management guru) could be more banal, jargon-ridden, depressing or idiotic. A specimen:
"The past makes itself felt not only in the individual consciousness – in which the residue of an education systematically oriented toward isolating the individual still weighs heavily – but also through the very character of this transition period in which commodity relations still persist, although this is still a subjective aspiration, not yet systematized."
Slap yourself and let's continue:
"To the extent that we achieve concrete successes on a theoretical plane – or, vice versa, to the extent that we draw theoretical conclusions of a broad character on the basis of our concrete research –we will have made a valuable contribution to Marxism-Leninism, and to the cause of humanity."
Splash some cold water on your face and stick with me for just a little more:
"It is still necessary to deepen his conscious participation, individual and collective, in all the mechanisms of management and production, and to link this to the idea of the need for technical and ideological education, so that we see how closely interdependent these processes are and how their advancement is parallel. In this way he will reach total consciousness of his social being, which is equivalent to his full realization as a human creature, once the chains of alienation are broken."
Dude, this dork's image sells beer huggers and vodka! Again, is there a psychiatrist in the house?!
Throughout his diaries Che whines about deserters from his "guerilla" ranks (bored adolescents, petty crooks and winos playing army on the weekend). Can you BLAME them? Imagine sharing a campfire with some yo-yo droning on and on about "subjective aspirations not yet systematized" and "closely interdependent processes and total consciousness of social being" – and who also reeked like a polecat(foremost among the bourgeois debauchments disdained by Che were baths).
These hapless "deserters" were hunted down like animals, trussed up and brought back to a dispassionate Che, who put a pistol to their heads and blew their skulls apart without a second thought.
After days spent listening to Che and smelling him, perhaps this meant relief.
Nurse Ratched, Doug Neidermeyer, Col. Klink, Maj. Frank Burns – next to Guevara they're all the heartiest of partiers. Here's the guy who helped turn the hemisphere's party capital into a vast forced labor and prison camp – into the place with the highest (youth) emigration and suicide rate in the hemisphere, probably in the world. In 1961 Che even established a special concentration camp at Guanacahibes in extreme Western Cuba for "delinquents." This "delinquency" involved drinking, vagrancy, disrespect for authorities, laziness and playing loud music.
And Che's image adorns Grunge bands, jet-set models and spring break revelers! Again, is there a psychiatrist in the house?!
Who can blame Fidel for ducking into the nearest closet when this yo-yo came calling? Call Fidel everything in the book (as I have) but don't call him stupid. Guevara's inane twaddle must have driven him nuts. The one place where I can't fault Fidel, the one place I actually empathize with him, is in his craving to rid himself of this insufferable Argentine jackass.
That the Bolivian mission was clearly suicidal was obvious to anyone with half a brain. Fidel and Raul weren't about to join him down there –you can bet your sweet bippy on that.
But sure enough! Guevara saluted and was on his way post haste. Two months later he was dead. Bingo! Fidel scored another bulls-eye. He rid himself of the Argentine nuisance and his glorious revolution had a young handsome martyr for the adulation of imbeciles worldwide. Nice work.
Che Guevara was monumentally vain and epically stupid. He was shallow, boorish, cruel and cowardly. He was full of himself, a consummate fraud and an intellectual vacuum. He was intoxicated with a few vapid slogans, spoke in clichés and was a glutton for publicity.
But ah! He did come out nice in a couple of publicity photos, high cheekbones and all! And we wonder why he's a hit in Hollywood.