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Um país do tamanho de uma ervilha não precisa de mais funcionários públicos. A não ser que o governo em funções precise de alavancar a sua posição por forma a garantir uma vitória eleitoral em legislativas que dependem de terceiros. O Partido Socialista precisa de tomar as devidas precauções, antecipando o período oficial de campanha - comprando votos com lugares na função pública. Mas mesmo que aceitássemos a premissa do aumento de funcionários públicos, o departamento de recursos humanos do Estado contrata nos departamentos errados. Quem precisa de técnicos superiores nos dias que correm? Qualquer laborador é suficientemente hábil para se desenvencilhar de bugs e virus informáticos sem ter de fazer uma requisição ao andar de cima onde manda um bigodaço colocado por um familiar do Rato. Sem dúvida que médicos são necessários, mas entendo a patranha. O Sistema Nacional de Saúde já está a meter água pela barba e, deste modo, o governo, ao abrir as comportas a internistas, dá ares de bom samaritano. Quanto às forças de segurança, maltratadas e desprezadas por sucessivos mandatos, é realmente vergonhoso que não lhes seja fatiada uma maior quota de respeito e condições. Um país de perto de dez milhões de almas precisa de 700 mil funcionários públicos para isto funcionar mal? Com 300 mil fariam a mesma coisa. E o descalabro seria semelhante.
É impressão minha ou será que António Costa apenas ganha coragem para afrontar os funcionários públicos quando está fora de Portugal? Desta vez fala a verdade em directo de Tunes. I tunes, ele tunes, nós tunisinos...
"Governo falha meta de redução de funcionários públicos" (?) - como se não soubéssemos que assim seria. Esta deve ser para nivelar outras em relação às quais o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português andaram a torcer o nariz. Era óbvio que nunca iriam dar um tiro no pé. Os funcionários públicos são simultaneamente um balastro e uma arma de arremesso. Andam para alí aos tombos a bel prazer do governo que sem eles nada seria. Se reduzíssem o número de funcionários públicos de um modo credível, e à luz da eficiência administrativa, pagariam certamente um preço político muito elevado. Com as autárquicas tão próximas não convém brincar com fogo. Aliás, nos concelhos de norte a sul do país grassa aquela modalidade de sorvedor de meios e orçamentos. Sim, refiro-me às empresas municipais que têm de existir em duplicado e triplicado para justificar os directores de serviços disto e daquilo. Falam em acordos e entendimentos, declamam estrofes de solidariedade de Esquerda, mas ao longo de tantos mandatos passados ou presentes, não foram capazes de criar plataformas inter-municipais para afectar positivamente os orçamentos locais que por sua vez retirariam alguma carga a Orçamentos de Estado generalistas. Centeno não é economista. Centeno trai a geométria dos números. Centeno é, seguramente, um ideólogo com uma agenda imposta pelo Largo do Rato. Calculo que tenha sido esse um dos pré-requisitos para ser contratado. Tratar da contabilidade, mas não orientar a máquina que tem os carburadores a dar o berro - Deixa estar. Fica quieto. Não estragues o que está estragado.
De acordo com o JN, que cita as simulações feitas pela consultora PricewaterhouseCoopers para a Lusa, estas mostram que, por exemplo, um funcionário público com um salário bruto de 2.500 euros terá de fazer uma dedução de 522,71 euros ao valor a receber em novembro quando lhe for reposto o subsídio de forma a compensar ter estado a usufruir de taxas de retenção de IRS mais baixas ao longo do ano.
O Governo anunciou na quinta-feira que para cumprir a determinação do Tribunal Constitucional que obriga o executivo a repor o subsídio de férias aos funcionários públicos e pensionistas, essa reposição será feita em novembro. Ao mesmo tempo, o Governo determinou que o acerto das taxas de retenção na fonte seria feito também em novembro.
Ora, segundo os cálculos da PwC, as compensações variam entre pouco mais de 100 euros e os mais de 500 euros do exemplo de um funcionário que tenha um salário bruto de 2.500 euros.
Para o caso de um funcionário público solteiro e sem dependentes que receba um salário bruto de 1.000 euros, a compensação a fazer em novembro será de 104,55 euros, recebendo apenas 1.448,68 euros de salário e da reposição do subsídio em falta.
Já no caso de um funcionário com um salário bruto de 1.500 euros, o valor a deduzir em novembro será de 156,82 euros, recebendo o funcionário um total de 2.005,57 euros a título de salário e da reposição do subsídio determinada pelo Tribunal Constitucional.
No caso do salário bruto de 2.500 euros, com o 'corte' de 522,71 euros, o funcionário receberia em novembro 2.604,68 euros.