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...Ou COMO FICAR SEM 150 Euros enquanto o diabo esfrega um olho...
No conforto do seu lar, onde foi impelido a permanecer por necessidade absoluta de reactivar uma ligação com a qual pouco ou nada tem directamente a ver, e depois de uma providencial avaria externa ao seu prédio, um concessionário da LISBOAGÁS,a VISABEIRA "decreta" uma grave inconformidade. Em menos de 1 minuto veja o seu gás ser desligado em virtude da deficiência relacionada com a ligação ao fogão, apesar de não existir qualquer fuga e de a própria empresa fiscalizadora já ter estado há pouco mais de um mês em sua casa e de tudo ter sido dado como conforme. Na ocasião é-lhe dado, por um mero acaso, um providencial folheto da entidade que lhe vai salvar o jantar e o banho da madrugada do dia a seguir: a COMFORTLINE. Esta, de forma simpática, e quase sem ter de dizer ao que vem, esclarece tudo: são 35 + 15 + 60 euros (do certificado) + material. E, surpresa das surpresas, um providencial técnico está disponível para vir ao seu encontro entre as 16h e as 18h. Eu, grato, e muito mais leve da bolsa, agradecerei o favor.
Foi hoje em Lisboa e eles andam por aí! Eu, que até estava para mudar a electricidade para a GALP, agora já se vê como vai ser: adeus à electricidade e ao gás. Conheço formas mais estúpidas de perder clientes mas esta não lembrava mesmo ao diabo! Os limites da ganância e da estupidez humana não conhecem, decididamente, fronteiras.
Consta que V. Putin visitará a China, com este país assinado um contrato de fornecimento de gás natural. É esta a resposta conseguida pelo ocidente e aqui está uma excelente oportunidade oferecida a alguns polos industriais portugueses. Poderemos acelerar a produção de edredões, lanifícios e pijamas-Kispo destinados à Europa central, oriental e do norte. Será que ainda temos alguém capaz de fabricar escalfetas e braseiras? Prevê-se alguma procura internacional.
...há qualquer coisa que está a escapar à gente de Bruxelas. Ainda há dias, na conferência anti-Rússia, decidiram-se pela valorização do fornecimento de gás proveniente do Magrebe, diga-se, da Argélia. Apontaram a excessiva dependência da Europa em relação aos russos, mas não atenderam à situação volátil que se vive a sul do Mediterrâneo e no bem possível recrudescer daquilo que há uns anos se chamava "Frente Islâmica de Salvação". Se assim for, deixaremos de depender de Putin, tornando-nos clientes dos islamitas radicais. Brilhante decisão, não haja dúvida.
Tudo isto parece muito precipitado e causa estranheza. No entanto, bem vista a situação tal como ela se apresenta na Síria - sem sequer contarmos com a criminosa apatia perante todo o financiamento do islamismo radical pelos qataris e sauditas - , talvez seja este o novo caminho. Passamos a apoiar aqueles que nos querem destruir, ou como Lenine costumava dizer, damos-lhes a corda com que eles nos enforcarão.
Passando sobre marginalidades europeias, é esta a política incentivada pelo Departamento de Estado e pelo Pentágono?
Tudo parecia correr bem. Os mercados estão novamente cheios de comerciantes e de compradores. Há fartura de géneros, coisa que durante décadas apenas consistiu numa miragem de outros tempos. O país foi limpo de minas, as praias, esplanadas e locais turísticos encheram-se de encantados visitantes. Os moçambicanos bem merecem um futuro pacífico e mais feliz.
Esperemos que as auspiciosas notícias acerca de descobertas de colossais reservas de gás, não tenham qualquer ligação com os últimos acontecimentos que já trouxeram confrontos entre o governo da Frelimo e o partido Renamo na oposição. Sabemos bem o que significou a guerra civil que de imediato se seguiu à insólita e apressada retirada portuguesa.
Não se percebe bem a grande satisfação por este tipo de negócios. O Estado assinou um contrato com espanhóis e alemães - estes andam sempre por perto -, prevendo explorar recursos energéticos no Algarve. Tudo seria bastante promissor, não fosse a declaração de que 9% (nove por cento) das receitas se destinarão ao Estado, a nós, ao país. Mais ainda, ficámos a saber que este número é cinquenta vezes superior àquele inicialmente previsto. Cinquenta vezes? Calcule-se então, o que anteriormente se atribuía a Portugal.
Claro que somos totalmente ignorantes na matéria, mas números são o que são e os 9% parecem uma ninharia. Sabe-se que a Galp anda entusiasmada com as jazidas brasileiras, mas não haveria quem por cá fosse encorajado a tomar uma iniciativa destas? É que para o Estado, os 30 milhões de investimento são uma autêntica bagatela, quase uma das rotineiras renovações da frota de limusinas. Tudo isto tresanda a exploração, mas daquele tipo de que outrora os europeus foram acusados no além-mar: colonialismo.
Ainda que a trintona "esquerda de negócios" portuguesa se preste a estas coisas, compreende-se. Mas, a direita? Alguém poderá explicar o que se passa?
Não haverá um Xá que nos valha? Esse assinaria o contrato, mas simultaneamente prepararia um decreto de nacionalização para daqui a uns anos.
Via Carpe Diem, um excerto: Not considered a big oil state until recently, North Dakota went from the ninth-biggest producer in 2006 to fourth in 2009, where it currently stands. This boom is thanks to advances in drilling and hydraulic fracturing techniques and a rise in oil prices that made it more profitable for companies to tap into the vast reserves trapped in the Bakken and Three Forks shale formations.
O anterior governo socialista, durante a negociação do acordo com a troika, plantou notícias sobre o apocalipse que nos ia atingir, para depois convocar uma conferência de imprensa onde José Sócrates trocou as voltas a todos e comunicou o que afinal não ia ser feito. O actual Ministro das Finanças segue a estratégia inversa, convocando uma conferência de imprensa para anunciar cortes na despesa, mas acabando a anunciar aumentos de impostos.
De salientar o apontamento de João Luís Pinto:
«Quando se convocam conferências de imprensa para apresentar colossais cortes na despesa e ao invés sai na rifa um novo aumento do IVA, e já se vão antecipando medidas e receitas acordadas para o ano de 2012 do lado da receita, sem qualquer vislumbre efectivo ao fim já de meses de governo de medidas substanciais de corte de despesa pública (muito menos ao nível dos aumentos de receita anunciados), parece que começamos a abandonar o domínio da boa-fé.
Começa sim a parecer que estão a querer gozar connosco.»