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Há décadas que conheço os "comunas" de Portugal que apenas o são porque não têm onde cair mortos. Mas coloquem um milhão de euros nas mãos de um ideólogo desta estirpe que serão dos primeiros a comprar um Ferrari e a fazer um cruzeiro de gosto duvidoso. Não há volta a dar. A ascensão monetária faz esquecer os princípios ideológicos, as lutas, as causas e a reforma agrária - o povo unido jamais será vendido? Lá no fundo, o pobretanas socialista ou comunista sonha em ser o capitalista da ostentação farta, do Rolex no pulso e comportamento selvagem. E a Câmara de Almada quer dar uma mãozinha, e lá foi à ourivesaria Coimbra abastecer-se de relógios para enfeitar a vontade do eleitorado e dos assalariados autárquicos. Se isto não configura gestão danosa, compra de favores e tráfico de influência não sei que nome dar à prática. Será que Jerónimo de Sousa me sabe dizer que horas são?
Torna-se difícil, se não impossível, fixar um marcador para o início do declínio político, económico e social de Portugal, mas são diversas as provas de gestão danosa e ostentação que não trouxeram proveito a Portugal. Não havia necessidade de realizar um investimento tão disparatado para promover o poder do império. O mundo já havia sido dividido entre as duas potências Ibéricas, mas em 1515, D.Manuel I - Rei de Portugal -, aconselhado pelo Turismo de Portugal daquele tempo, decidiu presentear o Papa Leão X com uma prenda invulgar. Um rinoceronte capturado no oriente e que viveu na Torre de Belém até seguir viagem para Roma. Lamentavelmente o animal não chegou a conhecer o Vaticano, uma vez que a nau em que seguia afundou ao largo da costa de Itália em 1516. Volvidos quase 500 anos, uma importante gravura de Albrect Durer que retrata o referido rinoceronte, foi vendida por um valor recorde pela leiloeira Christie´s. Torna-se curioso como a História de Portugal vale muito dinheiro. Se não estivéssemos em crise, e houvesse fundos para dar e vender, talvez o Estado Português devesse licitar pela gravura. Uma imagem destas, com uma forte carga simbólica merecia estar em Portugal para lembrar outros elefantes brancos.