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Tenho a maior confiança nas forças de segurança em Portugal. Coloco-me, sem hesitar, ao lado dos seis agentes constituídos arguidos, por correrem riscos em nome de todos nós. No exercício da sua missão lidam continuamente com dinâmicas imprevisíveis e teatros de operação intensamente voláteis. A GNR levou a cabo um simulacro envolvendo todas as polícias, forças armadas e meios de socorro, mas já despontam aqueles que invocam a legalidade do comando da operação - dizem que a Lei de Segurança Interna não foi cumprida. No meu entender, a haver um desvio da titularidade do comando, o simulacro serve ainda melhor o seu propósito. Em ambiente de "fogo real", de conflito estabelecido, de guerra suja, os comandos são dos primeiros visados. A decapitação do topo da cadeia de comando é um modo de desferir um impacto considerável no adversário. Por essa mesma razão, a disciplina de comando das operações não deve ser detida em exclusivo por uma entidade. As situações que exigem respostas tácticas imediatas implicam que as mesmas possam ser geridas por soluções de recurso, que exista um plano B, outras estruturas com o know-how operacional. Nessa medida, o simulacro, ou para todos os efeitos, qualquer treino, deve poder ser integrado em qualquer uma das estruturas de comando e controlo, seja qual for o ramo das forças armadas ou de segurança Eu iria mais longe na defesa deste princípio - os políticos devem ser os derradeiros envolvidos em questões de ordem táctica, operacional. Devem estar a milhas de distância de considerações parcelares. Quando digo que as forças de segurança merecem a nossa confiança, basta pensar num dos maiores desafios de segurança interna que um país pode enfrentar - a transição de regime. O General Ramalho Eanes consubstancia com louvor esse primado pelo papel que desenvolveu em Portugal. Mas pensemos também nas guerras coloniais e a grande escola de métodos tácticos e operacionais que resulta das mesmas. Para além dos governos, dos partidos e das ideologias, devemos congratular a realização de simulacros desta natureza. O resto é ruído político de gente que nunca pegou numa arma para defender desconhecidos das ameaças reais. O que sobeja são birras de quem se esconde atrás de outrém.
foto: John Wolf
Há mais de vinte anos conheço o caminho que liga a saída da agora auto-estrada, às imediações da Charneca de Caparica. Passamos duas rotundas e na segunda, viramos à esquerda. No segundo cruzamento - se bem me lembro -, voltamos à direita e perto de um quilómetro percorrido, chegamos ao final da rua que dá acesso à estrada que contorna o paiol da NATO (?). Pois bem, ainda ontem, tudo decorria com toda a normalidade. Hoje, perto das quatro e meia da tarde,, chegando ao cruzamento, virei à direita em direcção à estrada do paiol, quando fui subitamente parado por uma boa meia dezena de agentes da Guarda Nacional Republicana que com todas as cortesias da praxe quiseram verificar os meus papéis e os da viatura. Pareceu-me uma normal missão fiscalizadora, mas de chofre o agente atacou:
- O senhor não viu o sinal de proibido quando entrou nesta estrada?"
- "Qual sinal de proibido?! Há décadas que passo por aqui em direcção às praias e nunca houve nenhum sinal. Nunca o vi!"
- "Pois lá está um. Creio que foi recentemente colocado pela Câmara Municipal de Almada."
- "Desde quando? Ontem não existia."
- "Talvez desde hoje. Vou verificar se esse sinal foi colocado hoje, mas se lá estiver há mais tempo, receberá uma multa."
- "Quando voltar da praia verificarei o sinal, mas desde já lhe digo que ontem não estava lá!" (grunhi)
Duas horas depois, verifiquei o lindo serviço. Quem chegue ao fim da rua e vire à direita para a estrada do paiol, jamais poderá vislumbrar o sinal de proibição - rematado por um "reservado a moradores" -, pois plantaram-no precisamente na esquina, num ângulo morto e de impossível visualização. Se houvesse um mínimo de competência ou boa fé, teria bastado um sinal de interdição de voltar à direita - e a correspondente ressalva "reservado a moradores" -, colocado uns metros antes da curva.
Dado o momento que penamos, há um descarado propósito de extorsão e calculo que este fim de semana serão passadas dezenas, senão muitas centenas de autuações por "infracção" ao inexistente - porque invisível - sinal. Uma vergonha, mais uma nódoa negra que segundo as palavras do agente da GNR, tem a alegada autoria da famosa edil Emília, mais conhecida pela Ceausesca de Almada. Além do mais, com as contínuas decisões acerca de interdições de circulação aos fins de semana, incluindo a marginal no sentido Fonte da Telha/Costa de Caparica, poderemos dizer que a Ceausesca pretende esvaziar as praias no verão. Uma cretinice de todo o tamanho, somando-se ao horrorosamente caótico acampamento de betão em que transformou o município.
Tudo não passaria de mais um típico assalto enche-bolsos, se ainda por cima a GNR não tivesse colaborado - talvez seja melhor dizer ter sido obrigada a participar - neste escabroso esquema. Se pretendesse avisar os incautos condutores acerca da modificação das regras, o piquete/patrulha ter-se-ia postado a uma dezena de metros antes da dita curva, advertindo os automobilistas. Tal não aconteceu, ficando os agentes multistas quase de emboscada num beco da primeira ruela à direita.
Indecente. Alguém põe cobro a "isto"?
Adenda: por sugestão de um leitor, além da Câmara Municipal de Almada e GNR, talvez seja necessário acrescentar um ou dois ministérios a este esquema: o das Finanças e o da Administração Interna?
Retratado por Dáh-Lee?
O Correio da Manhã, divulga hoje a realidade securtitária em torno do ex-presidente Mário Soares. A juntar ao famoso carro dos 190Km/hora, agora temos polícias à dúzia. "O Estado é que vai pagar", será decerto a resposta mais correcta.
Por mera curiosidade, aqui deixamos alguns comentários postados no fórum da GNR:
"Soares tem casas guardadas por dezenas de PSP", "Também tem Guardas na sua casa de Colares...", "Eu já lá fiz serviço e na altura tinha umas condições miseráveis para dois guardas que faziam 6 horas de serviço.", "o pai da democracia...com pais destes como nao havemos de estar na m..........que estamos.....", "E alguém consegue explicar o porquê de tal situação????Não bastava terem só segurança quando exerciam funções presidenciais???Agora já na reforma e com dezenas de elementos da PSP/GNR a fazerem-lhe segurança!!Quanto custa isto ao estado?", "Li no jornal que são 14 os escravos ás ordens deste "Marajá ", "Turnos de 6 horas dia e noite.Nem por isso o exmo arrogante respeita quem o guarda. E não é que a maioria do povo Português venera um homem que foi um dos maiores inimigos do erário publico! Somando a isto ,os milhões que gastou em viagens ,por esse mundo fora, compostas de dezenas comitivas instalados em hotel 5 * onde só a "realeza" pode por lá passar.", "Já ouvi historias engraçadas desse "senhor mário"... sempre a entalar os militares que prestavam serviço para a sua segurança..."
Há ditos que não podem ser aqui publicados, mas se a curiosidade vos abrasar, poderão visitar estas edificantes páginas. Se a gente que lê o El País soubesse disto, talvez começasse a usar meia dúzia de neurónios antes de colocar em causa a Monarquia.
Gente despejada das suas casas. Gente a ter de devolver as suas viaturas por falta de meios para pagamento. Gente a devolver os cartões de crédito. Gente a ter de distribuir os filhos pelos parentes, por não ter com que os sustentar. Gente a ser despedida de empregos que julgavam seguros.
O regime preocupa-se e esforça-se para encontrar soluções airosas. Em conformidade com a situação tranquilizadora que Portugal vive, a República decide-se por uma facilitação do acesso às armas. Medida inteligente, a acrescentar-se a tantas outras do mesmo calibre. Apenas estão á espera de um Dente d'Ouro.
Entretanto e precavendo-se do futuro próximo, "unta-se" o bolso de uma instituição que há 90 anos era a guarda pretoriana do regime.
Como aqui dizíamos, a aquisição de viaturas anti-motim, não se destina apenas à protecção da Cimeira da OTAN. De facto, a degradante situação política e económica, conduz à adopção de medidas que prevejam todas as eventualidades. Confirma-se assim, a intenção de utilizar os veículos contra possíveis desacatos à ordem pública. Era facilmente previsível. Entretanto, os agitadores espanhóis já se preparam para atravessar a fronteira e acampar no centro da capital portuguesa.
... aí vem o reforço de verbas para a segurança interna. Mas não andavam para aí uns quantos a dizer que há recursos suficientes mas estão é mal distribuídos? Enfim não interessa...E entretanto também deram umas Glock à PSP e GNR. Será que desta se lembraram de encomendar os coldres? É que há uns tempos parece que se esqueceram desse pequeno pormenor.