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Estranho...

por Nuno Castelo-Branco, em 16.07.16

 

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O golpe de ontem deixou no éter alguns sentimentos desencontrados, entre uma boa dose de optimismo pela possível queda de Erdogan que apesar de eleito não engana seja quem for e um certo temor pelo regresso dos militares ao poder numa zona muito instável, tendo nós forçosamente ainda a considerar, as consequências do acto em si.

Vejamos então o que as primeiras 24 horas nos deram:

1. Um presidente que felizmente se mantém despreocupadamente a passear num avião em todo o espaço aéreo turco durante horas a fio e em permanente contacto popular através da internet que execra e tem combatido com denodo.

 

2. Militares que são tão incompetentes que nem sequer lhes terá passado pelos esboços de golpe a captura de Erdogan durante o sono no palácio presidencial, estivesse ele a ressonar em Ancara, Constantinopla ou Antália. Nisso, os seus colegas egípcios bateram-nos aos pontos, capturando e em três tempos engaiolando Morsi.

Consequência imediata? Um reviver em plena Constantinopla, de cenas que ocorreram aquando da desastrosa queda da cidade imperial em 1453 e bem próprias de outras imagens que os media ocidentais ostensivamente censuram, referentes às mais moderadas façanhas do até agora aliado de Erdogan - não esquecer os seus até agora bem conhecidos sponsors estrangeiros -, o Estado Islâmico: estão aqui.

Divulguem-nas imediatamente. 

 

3. O vergonhoso linchamento de soldados que se renderam, com pelo menos uma decapitação confirmada. No rescaldo do "golpe", verificou-se o linchamento em plena via pública e alegadamente perpetrado por "populares furiosos". Onde é que já vimos isto?

 

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4. O anúncio-sugestão de uma próxima restauração da pena de morte, decerto para ser aplicada a posteriori nas pessoas daqueles que ontem incorreram no alegado erro. Por outras palavras, legisla-se e depois aplica-se retroactivamente. Democrático e aceitável, dirão alguns.

 

5. O anúncio do saneamento de milhares de militares em termos de limpeza geral - após um alegado golpe, compreende-se, não é? - e o que se torna estranhíssimo, de milhares de juízes - cerca de 2745, pelo menos é o que anunciam -, procuradores, etc. Enfim, o súbito, oportuno e lampeiro desaparecer de cena daqueles que impedem a tomada do poder total por parte de Erdogan e respectiva entourage da mesquita azul.

6. Fui livremente eleito!, dirá ele. Foi, é verdade e por isso mesmo decidiu fazer encaminhar a Turquia para uma situação que nem muito remotamente se parecerá com aquela que constitucionalmente ainda existe. De facto, tudo indica que o kemalismo finalmente foi liquidado no espaço de umas horas. Eles são islamitas e atreitos a vinganças de gerações. Fica assim resolvida a questão do fait accompli que um dia Attatürk ousou colocar ao Sultão-Califa. 

7. Derrotado na Síria, onde foi desmascarado por Putin, saltando à vista a escandalosa cumplicidade com o Estado Islâmico. Derrotado na luta da propaganda que deu a conhecer ao mundo o fornecimento de armas e o livre negócio do petróleo roubado no Iraque e na Síria pelos islamitas do chamado "daesh", nome amável - sobretudo nos órgãos de comunicação social franceses, sempre muito aflitos com a sua catastrófica situação interna - que esconde a designação Estado islâmico. Derrotado economicamente em casa, devido às contra-medidas russas que privaram os cofres turcos de um caudal de dinheiro propiciado pelos turistas que ocupavam boa parte dos hotéis do Mar Negro. Erdogan tinha de fazer alguma coisa e isto pode ser bem a consequência visível, aproveitando os rumores de preparação de um golpe gizado "ailleurs" e em consequência conduzindo as coisas em seu proveito.  Pelo que se vê, conseguiu e agora pode livremente preparar o "render da guarda", não tendo já de se preocupar com aparências que amofinassem os europeus.

Veremos qual será a evolução nos próximos tempos, mas não nos custa nada imaginar que neste momento Erdogan estará ancho, tão inchado e vaidoso como Hitler terá estado após a Noite das Facas Longas. 

De uma coisa podemos estar certos. Poderão fazer, barafustar, choramingar e dizer tudo o que quiserem em Bruxelas, mas a opinião pública ocidental tem agora um excelente e imperdível pretexto para se opor à adesão turca à U.E. - apresentando-lhes o argumento do "Estado de Direito, as liberdades e democracias" e outros blablabla constantes nos papiros linguarudamente desenrolados em todos os telejornais -, mesmo que esta apenas compreendesse a Trácia Oriental que com Constantinopla deveria a Turquia ter perdido no rescaldo da I Guerra Mundial. Não fosse aquele também "estranho caso russo", a situação geopolítica seria hoje bem diferente. 

publicado às 23:26

108 Anos

por João Almeida Amaral, em 01.02.16

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Faz hoje 108 anos que através de um duplo homicídio as forças republicanas impuseram o seu caminho a todo um povo. 

Celebra-se a implantação da República com um feriado Nacional, mas esse golpe de Estado, tem por base um Regicídio. Provavelmente à luz dos republicanos seria legítimo matar o Presidente da República, hoje, para reimplantar a Monarquia. 

Entendo que este tema, não fosse discutido durante o Estado Novo, entendo também que para os revolucionários de esquerda, este tema não fosse discutível, mas chegou a altura, da sociedade civil ,discutir com honestidade ,este golpe de Estado nunca referendado.  

 

 

publicado às 13:26

Golpes de Estado periodiqueiros

por João Pinto Bastos, em 12.07.13

Já que estamos numa de carrascos, selvagens marxistóides e dissimulações mediáticas, há que perguntar, já que ninguém o faz, se José Miguel Júdice já começou a arregimentar as baionetas necessárias ao golpe de Estado de que se fez promotor e defensor nas páginas do Jornal de Negócios. Os portugueses desejam ardentemente saber, pela boca do preclaro advogado, claro está, se terão em breve rios de sangue nas ruas.

publicado às 13:30

Já uma vez aconteceu...

por Nuno Castelo-Branco, em 12.11.12

...há uns 102 anos. Uma ínfima e violenta minoria eleitoral conseguiu derrubar um regime legítimo e infinitamente mais tolerante que aqueloutro desastrosamente parido em 1910. O  notoriamente minguante Bloco, vendo as principais ratazanas abandonarem a chalupa furada  - agora até já fazem olhinhos para umas cadeiritas "independentes de esquerda" em S. Bento -, opta então pelo golpe, militar de preferência e com craveirada reeditada. Foi o Senhor Rosas quem alegadamente o garantiu. 

publicado às 23:51

O 5 Dias pede um golpe de Estado...

por Nuno Castelo-Branco, em 20.04.12

Num daqueles exercícios que antecipam sonhos em noites de verão, Carlos Vidal deixa-nos um relato acerca de um hipotético golpe de Estado conduzido pela "esquerda militar" - ou melhor, pelo PC ajudado por turras estrangeiros - , envolvendo violências várias, assaltos à mão armada a domicílios e uma clara ameaça à integridade física de Cavaco Silva e de Pedro Passos Coelho. A vertigem do "sangue purificador", como é costume.

 

Eles são mesmo assim. Sonham com um Chezinho qualquer que desate a fuzilar gente no Campo Pequeno e de repente, sai-lhes um Pinochet que fará precisamente o mesmo. Isto, num país que aboliu a pena de morte há 150 anos.

 

Nada a temer, são parvoíces de primavera.

publicado às 09:32

RTP reconhece erro e pede desculpas

por Samuel de Paiva Pires, em 22.03.12

No seguimento do episódio de ontem, o director de informação da RTP, Nuno Santos, teve a atitude que se esperava, em reacção às chamadas e e-mails recebidos e às críticas do CDS, que muito bem e em boa hora fez o que se impunha, pedir explicações sobre o sucedido.

 

"O director de informação da RTP, Nuno Santos, afirmou hoje que a questão no sítio da Internet 'se deve haver um golpe militar para derrubar o Governo' foi «um erro», adiantando que «quando foi identificada foi imediatamente retirada».


 

 

publicado às 00:10

Votar um golpe de estado?!

por Samuel de Paiva Pires, em 21.03.12
Inquérito a decorrer no site da RTP (via Blasfémias) ou o normal anormal da degenerescência de Portugal:
Leitura complementar: Já despediram o autor deste inquérito? (Nuno Gouveia); Serviço púbico (Carlos Guimarães Pinto).

publicado às 00:27

Otelo "Tejero de Molina" Carvalho

por Nuno Castelo-Branco, em 16.03.12

 

 

Mais uma tolice de Otelo. O homem fala de perda de "alta" soberania - poderá ele dizer-nos do que se trata? -, como se as suas brincadeiras pós-adolescência num passado já distante, não tivessem sido determinantes para o estado a que chegámos. Como sempre desdenha abertamente de eleições e "acha" - é um achista militante e ajuramentado - que ..."esta ligação constitucional das Forças Armadas ao povo" implica uma aventura que o remeta para os tempos em que ainda não usava fraldas anti-incontinência.

Pior ainda, gaba-se da descolonização que tanto deu à querida URSS e Cuba - mas ..."sem ponta de neocolonialismo nosso" -, permanecendo cego perante as pesadas consequências que esta trouxe à antiga Metrópole e muito mais graves ainda, aos países saídos do antigo Ultramar. Claro que certa camaradagem cravista, sempre disposta a bravatas de saguão de messe à conta, é perita em saber fazer pela vida. Se alguns capitães-barrigas tinham por péssimo hábito o desvio de géneros destinados às frugais mesas da soldadagem em esforçada campanha nos matos, outros tinham sonhos mais altos, imaginando-se quais Neros de lira junto ao peito, ateando fogos aqui e ali. Mais espertos, souberam reciclar-se e é vê-los hoje sempre de partida ou chegada nas salas do aeroporto da Portela. Montaram os seus rendosos camelots em Angola e ou Moçambique, bem cientes da protectora "solidariedade de classe" dos páchiças que sem o esperar, se viram subitamente alçados ao despótico poder total, poder esse que jamais qualquer Governador-Geral português um dia imaginou poder existir.

 

O tolo quer um golpe de Estado. Imaginem se em vez deste, tivesse sido um daqueles oficiais "do antes"  a atrever-se a uma exigência destas? Decerto já estaria numa situação paralela a Tejero de Molina. No mínimo.

publicado às 10:08

À atenção de Otelo e companhia

por Samuel de Paiva Pires, em 20.04.11

Militares que ameaçam revoltar-se apenas quando tocam nos seus ordenados e regalias, num país com milhões de pessoas a fazer sacrifícios desde há muito tempo e em que a decadência do regime ameaça de sobremaneira a sua soberania, não são militares. São mercenários.

publicado às 21:36






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