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A União Europeia (UE) será leal para com a sua matriz - a Europa. Ao longo da história dos últimos 50 anos do velho continente sempre vingou a ideia de preservação. Um conceito decorrente da devastação e da paz que se seguiu à Segunda Grande Guerra. Nessa medida intensamente condicionante, podemos localizar a questão grega. A Grécia faz parte desse alegado património de estabilidade, e os políticos que fazem parte da contemporaneidade assumem um modelo de percepções. Ou seja, agem de acordo com as expectativas dos cidadãos dos Estados-membro da UE. E aqui reside grande parte do problema. A bifurcação, a separação entre aquilo que deve ser feito e aquilo que efectivamente acontecerá. As mais recentes movimentações greco-alemãs apontam para uma solução forjada, a resposta híbrida de aparente capacidade de superação da Europa em nome do grande desígnio comunitário. A haver acordo, e consequente transferência de fundos para a Grécia, o problema será apenas preterido, adiado para data futura, mas com a agravante da "próxima" emergência ser ainda mais épica, de proporções muito maiores. Em todo o caso, material e substantivo, a Grécia já se encontra em default, enquanto que nos antípodas desse balancete prevalece a ideia de salvar a face a todo o custo. Foi para isso que os membros do Parlamento Europeu foram eleitos. É para isso que presidentes de Comissão Europeia são escolhidos - para garantir os níveis mínimos de ficção política. Temo, que a cada dia que passa, algo verdadeiramente dramático esteja para acontecer. E os políticos, domésticos ou internacionais, não foram programados para avisar as populações dos verdadeiros perigos que correm. We are living on the edge.
foto The Economist