Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Tempo de gula eleitoral

por John Wolf, em 04.08.15

Captura_de_ecra_2015_07_31_a_s_21.40.56.png

 

O Guia Eleitoral publicado pelo Observador deveria ser distribuído nas praias com as bolas de Berlim. O lindo mês de agosto é o mais indicado para leitura descontraída, seja qual for o género, prosa ou ficção. Os partidos políticos e forças afins são lestos na divulgação do seu mapa de intenções, mas a grande maioria dos temas apresentados carecem de fundamentação. Ou seja, é tudo muito bonito, mas não explicam grande coisa sobre como irão alcançar as faustosas metas. Em abono da verdade factual do exercício, o guia deveria ser rebaptizado. Chamar-lhe-íamos de bom grado "gula eleitoral". Por exemplo, o Partido Socialista (PS), no que toca a matéria de Investimento Público, refere sob o título de "compromissos principais" que será dada prioridade a investimentos seletivos e complementares que permitam valorizar o investimento de base já realizado. O que significa esta afirmação? Que darão continuidade a obras iniciadas por outros governantes ou que retomarão a sua linha ideológica própria de argamassa e betão? E no quadro de Justiça o PS nem sequer retira consequências da salganhada em que se viu metido Sócrates. O mesmo escrutínio e grau de exigência também deve ser aplicado aos outros partidos e as suas promessas. No entanto, deve recair sobre a principal força de oposição o ónus da argumentação sólida, da sustentabilidade e exequibilidade. Até ao momento o PS não tem conseguido convencer Portugal da sua capacidade, da sua elevação no contexto da emergência nacional. Também não soube aproveitar o período de defeso para explorar uma outra linguagem. Não soube credibilizar-se junto da sociedade civil, daqueles que querem lá saber de filiações partidárias. Para falar a verdade crua e dura, António Costa já é considerado um lider decepcionante dentro do próprio partido. Chavões como: o que prometemos fazemos, já não funcionam. Para além de tudo o mais, a aposta nos mesmos obreiros que conduziram Sócrates ao poder, parece ser uma fórmula questionável - a campanha mal arrancou e deixa muito a desejar. A máxima "em equipa vencedora não se mexe" não serve para grande coisa. Nem é isso que está a ser feito. A equipa socialista está agarrada a preconceitos antigos, a velhas glórias fora do prazo de validade. E Portugal tem de dar um salto em frente. Pelo andar da carruagem, quedar-nos-emos pela mesma carruagem - e o mérito será daqueles que não colocam o carro à frente do populismo conveniente - a instigação de instintos primários de hordas de eleitores enebriados nas festas que polvilham Portugal de sol a norte.

 

publicado às 17:29





Posts recentes


Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D

Links

Estados protegidos

  •  
  • Estados amigos

  •  
  • Estados soberanos

  •  
  • Estados soberanos de outras línguas

  •  
  • Monarquia

  •  
  • Monarquia em outras línguas

  •  
  • Think tanks e organizações nacionais

  •  
  • Think tanks e organizações estrangeiros

  •  
  • Informação nacional

  •  
  • Informação internacional

  •  
  • Revistas