por Samuel de Paiva Pires, em 10.12.08
Ainda hoje em conversa com o meu estimado amigo Melekh Salem esse me dizia em relação a este post que a política portuguesa tem sim um grande sentido de humor. Só pode, como bem assinala Manuel Azinhal:
«Plenário só às terças, quartas e quintas-feiras para evitar as faltas dos deputados». A ideia é de Guilherme Silva, ex-líder parlamentar do PSD, que esta terça-feira comentou a polémica da passada semana.
Guilherme Silva explica que os deputados estão deslocados de casa e que as faltas à sexta-feira indicam que os parlamentares regressam às suas famílias mais cedo, o que poderia ser evitado com outra agenda na Assembleia da República. «É preciso não esquecer esta componente humana, uma vez que o Parlamento tem deputados de todo o país».
Nós aplaudimos a ideia de Guilherme Silva.
Desde logo, acabavam de todo as faltas às sextas-feiras e às segundas-feiras, cessando o escusado falatório que daí tem resultado. Quanto às faltas que ocorressem às terças, quartas e quintas, é natural que continuassem - mas sempre se arranjaria uma solução. Além de que, como concordarão todos os portugueses pensando um pouco no problema, os deputados são muito mais prejudiciais quando estão presentes do que quando estão ausentes. Portanto, tudo o que seja feito para os manter em casa é de indiscutível interesse para o país. E louve-se a criatividade e a originalidade da proposta: a semana de três dias, o fim de semana de quatro dias... Isto é já século XXII.
Eu arriscaria a dizer que é de facto um sentido de humor inigualável. Proponho é o que o meu amigo Melekh Salem ainda há pouco me dizia, se assim é esperamos que isso implique cortes salariais. É que sempre são menos dois dias úteis por semana.