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Fernanda Câncio está para António Costa, assim como Manuela Moura Guedes não esteve para José Sócrates. Somos quase todos adultos e sabemos como funciona a história da carochinha - uns fazem fretes, outros abrem as pernas, e no fim alguém paga a conta. Moura Guedes foi uma digna e honrada excepção.Todos os regimes têm os seus guionistas de serviço. Gente que parece não ter grandes ligações políticas, mas na verdade anda lá a chafurdar sem dó nem piedade. E existe sempre uma agenda, uma lista de objectivos a atingir, usando os meios mais subtis à disposição. Neste caso em concreto lidamos com algo mais elaborado - sociologias de bolso e algibeira. Um enunciado de pseudo-considerações que emprestam a aura de intelectualidade, mas que no fundo apenas dizem respeito ao avançar de neo-causas ideológicas. Alguém tem de fazer o frete nesta história de igualdade do género. O alinhamento temático da Câncio é descaradamente previsível. Em vez da estupidificação do eleitorado, verificamos a putificação de domínios apropriados para excitar certas vontades ideológicas. Mas há mais. Os jornalistas estão em apuros. O Grupo Impresa daqui a nada usará a expressão layoff e, naturalmente, a competição saudável entre repórteres dará lugar a uma luta sanguinária em nome da preservação do posto laboral. Nesse sentido, Câncio, co-adjuvada por certos palanques partidários, deita gasolina em cima de temas que foram criteriosamente plantados no imaginário de auto-intitulados iluminados políticos. Existe um condão, um fio condutor, que liga a sombra de quem escreve aos desígnios de quem decide. Nestes casos, duvido que a pobrezita tenha tido grande poder de escolha. É do tipo que não bate com a porta. Está tudo bem, desde que lhe dêem cordel.