por Fernando Melro dos Santos, em 03.07.13
Q: Trocar a austeridade por outra estratégia, dita de crescimento, resultaria em Portugal?
A: Não.
Portugal cantou e riu alegremente no caminho para o precipício, aceitando votar à memória de antanho profissões produtivas como as de pescador, carpinteiro, electricista, ferreiro, lavrador, canalizador, barbeiro, caçador, e pedreiro, trocando-as pelo conforto Matrixiano de "desafios profissionais" carimbando papéis, inventando distracções mais perfeitas, introduzindo dados informatizados em circuito fechado, e afins.
O crescimento só seria possível se houvesse gente disposta - e se uns o esqueceram, outros já nasceram sem o saber - para regressar ao devido equilíbrio entre essencial e acessório, imperativo e dispensável, realidade e aparência.
Ora tal população não existe e nem está a ser criada, pois o rácio de infertilidade é o que sabemos, acrescendo ainda duas décadas de laxismo na educação (em casa) e no ensino (na escola) que desferem a machadada derradeira em quaisquer planos salvíficos baseados no"crescimento".