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A respeito de um desabafo de quem falava para uma assistência representante de alguns milénios de civilização, alguém classificou a ora como chinesices. Eis o resmungo de sonoridade estridentemente xenófoba do Sr. Barroso, Alfredo.
Se Costa acabou por involuntariamente se ver livre de mais um membro da familiar oligarquia presumivelmente habituada à feijoada servida em louça de Cantão ou ao entesourar de colecções família rosa, temos por boa e única forma de classificar as palavras do ex-camarada, como apenas mais uma singerie. Mais uma, talvez não a derradeira, na diluviana série desta enxurrada de duas ou três gerações, se contarmos ou não, com o primordial e despadrado patriarca primo-republicano.
Boa noite a todos.
Estamos no ano da Graça do Estado de 2017.
Os Portugueses, as Portuguesas, os Transgenders de Nacionalidade Portugues@ e os Cidadãos Diferenciados Enquanto Possuidores de Anomalia Psico-Dramática estão felizes. Portugal, num salto histórico, ocupa agora o primeiro lugar no ranking de felicidade subjectiva da OCDE.
Milhares de cidadãos, quiçá mais de metade da população activa de 2.000.000 de pessoas, por seu turno metade da população total de 4.000.000 de almas, passam os dias nas recém-refundadas zonas ribeirinhas de Setúbal, Faro, Ponte de Lima e Fonte do Bebe e Vai-te Embora, onde todo um litoral artificial foi construído para dar vazão às pulsões felizes do eleitorado.
A fruta nunca foi tão barata, tal como a sardinha, uma vez abolidos os atilhos das certificações internacionais. As crianças pululam com a jovialidade de cordeiros pejados de sacrossanta saúde, envergando as cores da Nação, garbosos nas peças de indumentária oriundas das indústrias renovadas de Vermoim, Ceide, Ronfe, Valdante e Baguim do Monte. Enquanto escrevo esta crónica ergue-se das cinzas outra fábrica, de resistências para torradeiras, na Z.I. do Soldado Desconhecido.
O gáudio é total e a revolução irreversível. A una e coesa massa lusitana confia nos seus líderes, Zeca I (anteriormente conhecido por Anacleto Louçã) e Maria Teresa Horta, na demanda do progresso ulterior.
Às vozes bota-abaixistas que venham bramir queixumes, o nosso desprezo.
Que importa isso? Quem é que sente falta dos ténis nike, dos cereais crocantes, do chocolate, de poder ir de carro levar os miúdos à escola, de ter um carro novo de 20 em 20 anos, das férias em Cancun, do cabeleireiro com produtos cosméticos aprazíveis, da carne de borrego, das bananas (morte aos sequazes do separatista Jardim! morte!), da malha polar, das bicicletas, das bolas e raquetes de ténis, enfim, de tudo aquilo que sendo supérfluo, a nossa magnífica e refulgente Nação em tardia hora decidiu, a bem de todos, repudiar?
Viva a Revolução! Viva o Novo Calote, moeda de heróis e ditosa divisa dos libertados! Viva!