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Este Senhor é Abdulmecid II, o derradeiro Califa Otomano.
Este inapresentável mitra, proclamou-se "Califa" de um indefinido buraco naquela zona do globo que nada tem de "terra santa" e é sempre notícia pelas piores razões. O homem não deve ser totalmente parvo, pois se se tivessesse proclamado Napoleão ou César, chamar-lhe-iam maluquinho. Fiquemo-nos então pelos bolinhos.
A propósito de indignados de barriga cheia, visitem esta página e leiam os comentários. São mais elucidativos do que a própria notícia.
...um minuto a olhar para a parvoeira proveniente do seu ministério, mas temos a certeza absoluta de ter perdido longos minutos a ler comentários acerca da calinada ambiental.
Como se vê, se debicarmos os disparates cometidos por quem manda, as excelências ficam logo de crista caída e rapidamente obteremos respostas. Lembram-se dos candeeiros que o Costa & Salgado fez desaparecer do Terreiro do Paço? Mais tarde ou mais cedo regressarão ao local. Esperem e verão, o caso não foi encerrado.
Já não posso ouvir falar em soluções para a crise em Portugal. É evidente que as alternativas já foram todas tentadas. Querem que eu acredite no contrário, quando até tropeço em provas cabais, como a seguinte, de que o Estado se encontra povoado das melhores e mais abnegadas cabeças?
Vejamos:
"Através do Decreto-Lei n.º 117-A/2012, de 14 de junho, concretiza-se a criação da Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública, I. P. (ESPAP, I. P.), que assume a missão e atribuições do Instituto de Informática, da Empresa de Gestão Partilhada de Recursos da Administração Pública, E. P. E. (GeRAP), e da Agência Nacional de Compras Públicas, E. P. E. (ANCP), que são extintos, por fusão."
E depois:
Anúncio de Procedimento
Descrição: Concurso Público para a aquisição de 14 veículos
Entidade: Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública, I. P.
Preço Base: 560000.00 €
Ora não será isto mais do que o bastante para que a douta cúria da blogosfera, à esquerda, à direita, ao centro, nas comissões e nos comissonas, se remeta à tranquilidade?
Porventura não terão entendido, na ala do Onanismo Intelectual Austríaco, o que é que o Estado faz com o produto de mais austeridade?
E na ala Peter Pan Visita Alice, recusar-se-ão a aceitar que esta gente mantém empregos cujo trabalho é nulo?
Há pouco perguntei a uma residente na ala Já Me Falta Guito Para Comprar Manuais o que pensava, mas ela declinou responder à provocação.
Quando vi o Novecento, de Bernardo Bertolucci, pela primeira vez, tinha eu onze ou doze anos. Como tantas outras vezes, de imediato me deixei levar pela magistral tecedura, especado em frente à televisão. Por acaso foi na RTP2, com cujo fecho proposto não concordo. A RTP1 sim, sobretudo no fausto em que vivem, e que nada de diferente oferecem. Mas disso rezarei noutro dia.
Naquela altura, confesso que simpatizei com os desgraçados dos campónios. Então malhavam tanto na terra dura, e viviam em andrajo constante enquanto os patrões se anafavam e ainda por cima empregavam torcionários que matavam gatos? Xiça! Mesmo assim aquilo soou-me um bocado a conto de fadas, e no fim do filme percebi, já do alto da tenra idade, que aquela cantoria ladeada de riso constante seria intransponível para a realidade. Mas tinha onze ou doze anos e não laborei muito nas conclusões. Pareceu-me enfim um filme de esquerda.
Com vinte e sete anos, já pai e fora da casa de meus Pais há quase sete anos (O tempora, O mores) resolvi ver o filme novamente. Assisti à "primeira parte" com um distanciamento, ou cinismo se quiserem, que me fora conferido pelos anos que já então passara a trabalhar, muitas vezes sete dias por semana e em três turnos por dia, enquanto tentava avançar no meu percurso académico. Na altura não se pagavam propinas e muitos colegas demoravam dez anos para fazer o curso, pela dificuldade do mesmo mas também, creio, por estarmos então em pleno período explosivo da abundância (material e não só) que caracterizou a década de 90. Mas isto também não interessa, peço a Vossa indulgência. O que importa é que quando vi o filme identifiquei-me muito menos com os campónios, apesar de perceber com clareza os exageros e abusos da "outra parte", em especial do tipo que matava gatos, que cada vez mais me aflorava os nervos. Pareceu-me enfim um filme de direita.
No ano em que completei quarenta anos, comprei o DVD com uma edição especial do Novecento. Devorei-o, bem acompanhado, cena a cena e em toda a sua extensão, com a avidez de quem ainda se lembrava do que sentiu, cena a cena, das outras vezes que vira o mesmo filme. Não o achei nem de esquerda, nem de direita, mas sim um filme agnóstico. Que revela a vã sobranceria pueril de uns e de outros, que se julgam acima da triste realidade.
A imagem que melhor retenho é o fácies da personagem encarnada por Robert de Niro, já rente ao final da história, e o extremo humor negro ali representado - com o arrepiante realismo que apenas os actores dessa casta conseguem invocar.
Por isso vos digo, em boa verdade, que o clamor por soluções, quando toda a gente sabe onde está o problema, a mim causa apenas uma reacção: dou comigo a traçar um esgar esquisito, um misto de incredulidade, diversão, desdém e alívio.
Acta est fabula.
«Malaysia clerics say no to Portugal, Man Utd, Brazil jerseys
Chateiam-nos muito e nós ainda começamos a distribuir bananas e pepinos.
Por esta forma de ver as coisas como elas não são, não haverá mais comemorações quando a geração da engorda bater a bota. É assim que estes amuos pela exclusividade podem ser entendidos. Disto podem estar descansados: até ao momento final, haverá farta gamela. Para nós, os da carruagem de segunda classe, nem por isso. É que toda a gente já percebeu que vivemos uma ditadura de Estado, onde o roubo se reveste de fórmulas jurídicas tendentes ao completo saque da classe média através do conglomerado de instituições parasitárias - uma das quais é a República -, PPP, ou bancos falidos nacionalizados. Tudo isto, sob o férreo controlo de uma imprensa pretensamente livre e verdadeiro instrumento de bem conhecidos gangs de sacripantas.
Como diz Ricardo Costa, Mário Soares cometeu mais um erro. Crasso.
A esquerda da Monarquia Constitucional teve homens como Herculano, Garrett, Passos Manuel ou Sá da Bandeira. A esquerda de hoje é inapresentável e em conformidade, dedica-se a atacar aquele que já adivinha ser o ponto forte da coligação.
O tronchudo Vasco da melena e "pá", veio logo em socorro de Pezarat Correia e diz que Paulo Portas ..."não deveria ser ministro da República". Estes reformados bem podiam tomar consciência de o seu tempo há muito ter findado, pois correm o risco de alguém iniciar um processo escatológico que leve o país inteiro a considerá-los como o esquecido elo que nos trouxe a esta situação.
Eles que tentem um "golpe de Estado", sempre queremos ver o que lhes sai na rifa.
Gozem as vossas reformas, bebam uns carrascões acompanhados por sandes de courato e tremoços. Joguem ao chinquilho e ouçam à vontade as velhotas canções da "dor de corno" e não falem daquilo que não sabem. Se Júlio Verne é "areia a mais" para as vossas camionetas mentais, sentem-se num banco de jardim, deleitando-se com as Aventuras dos 5 ou com a saga da Anita.
Já agora, ainda dizemos ao senhor Vasco e acompanhantes que se fizerem muita questão disso, podem guardar a República onde bem quiserem. Arrumem-na no quartinho dos fundos - na Argentina chama-se "mierdero" -, longe da nossa vista e sobretudo, dos nossos bolsos.