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A Corte portuguesa está repleta de saltimbancos, mas esta Bobone é um caso especial. São aspirantes deste calibre que estão na base filosófica e existencial de outros intérpretes - como aquela da Raríssimas. No entanto, fico contente que a recensão da sua obra Domesticália tenha sido colocada na estante da "crítica de livros", essa mesma prateleira onde os deuses da literatura local se passeiam entre laivos de pretensiosismo intelectual e amizades convenientes. Fica feito o aviso preventivo: não li a obra - estou a julgar à má-fila, baseando-me na laca e no rimel das tiradas infelizes. Li Norbert Elias, esse sim. Mas não fiquei totalmente esclarecido sobre a condição humana no seu Processo Civilizacional. Irei mais longe, descaradamente - sinto revolta interior quando confrontado com a afirmação de estatuto social seja de quem for. Como todos nós, a Bobone é humilde. Mas ela não o sabe. Não passa de um pigmento no firmamento do dispensável. Não desviou dinheiro de associações de doenças raras, mas teria sido melhor que o tivesse feito. Deste modo, apenas a podemos acusar de falta de nível, de classe. Em todas as Cortes sempre houve bôbos, uns melhores outros piores. Eu diria que ela é excepcional. Agora, se fizer favor, pode levantar a mesa. Vá passear junto ao rio para espairecer, arejar a cabeça. Não volte muito tarde.
crédito fotográfico: Milenar
Catarina Martins nunca produziu o que quer que fosse na sua vida (incluindo ideias originais). Catarina Martins nunca gerou um emprego (a não ser aquele que abarbatou na geringonça e que deve ao Costa). Catarina Martins não estudou economia nem finanças (andou pelo teatro). Catarina Martins não entende o que representa um risco de investimento (nem sabe o que é uma start-up). Catarina Martins não sabe gerar riqueza (e muito menos repartí-la). O que Catarina Martins sabe, e bem, é tirar do bolso dos outros. A afirmação que produz: "Há rendimentos que não são do trabalho, que não são salários nem pensões. São pessoas que têm muitos rendimentos de capital ou de propriedade e que deviam ser obrigadas a englobá-los para pagarem uma taxa proporcional” confirma inequivocamente que a menina não percebe patavina sobre o significado de capital, meios financeiros e muito menos rendimentos. Os rendimentos de capital que refere (acções e títulos financeiros de outra natureza) correspondem à retribuição devida àqueles que se dispuseram a acreditar nas virtudes de uma unidade produtiva. Quando um indivíduo adquire uma posição accionista (seja pequena ou seja grande) de uma empresa, está de facto a financiar a operação, está a conceder um empréstimo e está a correr um risco (a operação produtiva pode correr bem ou não) e, naturalmente, de acordo com o desempenho (se positivo) da empresa em causa, o retorno há-de acontecer, quer na forma de dividendos, quer na expressão de mais-valias. Ora ao penalizar quem empresta à economia de um país, e em particular os privados, o ónus do risco e do investimento recai sobre o Estado de um modo ainda mais intenso. E é aqui que reside grande parte da sua argumentação falida. A missão do Estado não é a geração de riqueza ou a obtenção de mais-valias - esse papel é da responsabilidade do sector privado. Subsiste porém outra contradição infantil no seu enunciado. Como se pode beneficiar a classe média, se é esta mesmo que tem a propensão para investir em veículos financeiros como acções? Ou seja, Catarina Martins propõe uma bastonada na classe média para depois lhe passar a mão de admoestação pelo mesmo coiro. Por outras palavras, não se pode tirar a quem nos dá pão para a boca - a classe média não pode ser simultaneamente castigada e premiada. Eu já disse vezes sem conta: erros de casting pagam-se caro. Mas ignorância deste calibre não tem preço. Não existe mercado para tal. Se deixarem a rapariga se esticar, ela matará o tecido empresarial do país que deixará de se poder financiar em condições e gerar emprego. Catarina Martins é mesmo ignorante. Se ao mesmo tivesse lido Marx, saberia que a teoria do valor (e onde o mesmo reside) é complexa. Mas ela não faz caso disso. Leva tudo pela frente.